A cultura dos mitos: do regime de historicidade Karajá e sua potência “fria"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/192801 |
Resumo: | Esse artigo toma a caracterização de Lévi-Strauss das “sociedades frias” como inspiração para discutir o regime de historicidade karajá, um povo do Brasil Central. Sua mitologia narra um tempo da criação, onde diversos aspectos do mundo são criados e a humanidade adquire os conhecimentos que hoje a caracterizam enquanto tal. Já a ação no mundo atual não é criadora: antes, as ações fazem aparecer formas já estavam lá, desde o princípio, pois inscritas pelo mito. Dessa maneira, as ações atuais fazem aparecer ou uma continuidade em relação aos tempos antigos, pois elicitam os mesmos nexos relacionais, ou uma ruptura marcada para com “a cultura”. Em um caso como no outro, o que é colocado em evidência é a potência “fria” de seu regime de historicidade, ou seu caráter contrahistórico. Para dar conta desse regime, escapando da ideia história formulada em termos de mudança e continuidade, argumento que é preciso separar o problema da história do problema do tempo. |
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A cultura dos mitos: do regime de historicidade Karajá e sua potência “fria"The culture of myths: on the Central Brazilian Karajá’s regime of historicity and its “cold” potencyInỹ-KarajáMitologiaTempoHistóriaInỹ-KarajáMythologyTimeHistoryEsse artigo toma a caracterização de Lévi-Strauss das “sociedades frias” como inspiração para discutir o regime de historicidade karajá, um povo do Brasil Central. Sua mitologia narra um tempo da criação, onde diversos aspectos do mundo são criados e a humanidade adquire os conhecimentos que hoje a caracterizam enquanto tal. Já a ação no mundo atual não é criadora: antes, as ações fazem aparecer formas já estavam lá, desde o princípio, pois inscritas pelo mito. Dessa maneira, as ações atuais fazem aparecer ou uma continuidade em relação aos tempos antigos, pois elicitam os mesmos nexos relacionais, ou uma ruptura marcada para com “a cultura”. Em um caso como no outro, o que é colocado em evidência é a potência “fria” de seu regime de historicidade, ou seu caráter contrahistórico. Para dar conta desse regime, escapando da ideia história formulada em termos de mudança e continuidade, argumento que é preciso separar o problema da história do problema do tempo.In this paper, I take Lévi-Strauss’ characterization of “cold societies” as an inspiration from which to discuss the central Brazilian Karajá’s regime of historicity. Their mythology narrates a time of creation when diverse aspects of the world are created and humanity acquires the knowledge that now characterizes it as such. Action in the actual world, on its turn, is not creative: they make appear forms that were already there, for inscribed by the myth. Actual actions therefore make appear either a continuity in relation to “ancient times”, for they elicit the same relational nexus, or a marked rupture in relation to “the culture”. In the one case or the other, what is evinced is the “cold” potency of their regime of historicity, its contra-historical character. To grasp this regime though escaping from the idea of history put in terms of change and continuity, I argue that it is necessary to set the problem of history apart from the problem of time. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2022-04-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/19280110.11606/1678-9857.ra.2022.192801Revista de Antropologia; v. 65 n. 1 (2022); e192801Revista de Antropologia; Vol. 65 No 1 (2022); e192801Revista de Antropologia; Vol. 65 Núm. 1 (2022); e192801Revista de Antropologia; Vol. 65 No. 1 (2022); e1928011678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/192801/181333https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/192801/184130Copyright (c) 2022 Revista de Antropologiahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessNunes, Eduardo Soares2022-10-19T19:38:45Zoai:revistas.usp.br:article/192801Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2022-10-19T19:38:45Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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