Figuras de linguagem: da retórica à aula de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Loreta Russo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-10052017-142524/
Resumo: Esta pesquisa insere-se nos estudos sobre o ensino de língua portuguesa, visando a um conteúdo específico as figuras de linguagem, as quais, a nosso ver, não podem ser consideradas acessórias em um texto, uma vez que são elementos da enunciação. Nesse sentido, este trabalho se coloca na contramão do confinamento das figuras de linguagem à gramática, que herdou inúmeras reduções pelas quais passou a retórica; e também na contramão dos que veem o estilo como desvio, ou seja, como algo especial em determinados gêneros e em determinados autores. Na verdade, as figuras de linguagem estão no interior dos textos verbais e visuais de diversos gêneros do discurso, sendo elas um fator determinante para a produção de sentidos. Tendo em vista isso, propusemos a descrição e a análise de como as figuras de linguagem e as percepções de estilo, no uso da língua escrita, são concebidas pelo professor, segundo as teorias de ensino de língua mobilizadas por ele. Nossa pesquisa concentra-se nas concepções dos professores sobre as figuras de linguagem e o ensino das figuras, descritas e analisadas de forma qualitativa a partir de um questionário com perguntas abertas e fechadas, aplicado a 13 professores de português do ensino médio. Para tal análise, buscamos aporte teórico na retórica clássica, na Nova Retórica, na teoria do Círculo de Bakhtin e na teoria socioconstrutivista de Vigotski. Tendo sido concluída a pesquisa, podemos afirmar que professores de perfil semelhante ao de nossos informantes graduação e pós-graduação na área de Letras possuem representações teóricas que propiciam uma abordagem discursiva das figuras. Não se pode mais, hoje, concebê-las como aquilo que é acidental ou mero ornamento, como algo a mais (BARTHES, 1975, p. 167). Em outras palavras, docentes experientes e de formação sólida têm em seu projeto didático ensinar as figuras sob o enfoque estilístico e discursivo. Além disso, a formação acadêmica contínua (do professor-pesquisador, sem perder de vista a prática) favorece uma maior abertura para as teorias linguísticodiscursivas.
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