Fatores associados ao risco de lesões e óbito de motociclistas envolvidos em ocorrências de trânsito

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Nelson Luiz Batista de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-11032008-111333/
Resumo: A frota de motocicletas e seu uso como meio de transporte ou de trabalho tem crescido de forma exponencial no Brasil, assim como os mortos e feridos em consequência a ocorrências de trânsito envolvendo esses veículos. Tendo em vista a relevância das informações para planejar e realizar ações em relação a esse grave problema, este estudo propôs: caracterizar as ocorrências de trânsito e os motociclistas nelas envolvidos e explorar as associações entre essas características e a presença de motociclistas feridos e mortos. Foram analisados os registros de Maringá - Paraná, ano de 2004. As fontes dos dados foram os registros da Polícia Militar, do Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência e do Instituto Médico Legal. Nesse ano, foram registradas 1.951 ocorrências envolvendo 2.362 motociclistas. Os resultados mostraram que (99,38%) dos eventos aconteceram em área urbana, onde a luminosidade, a condição meteorológica e a sinalização eram satisfatórias (87,44%, 80,57% e 70,64%, respectivamente). A maioria das ocorrências envolveu dois veículos e 56,65% dos motociclistas transitavam em veículos com até cinco anos de uso. A maioria dos acidentes foram colisões com carro ou caminhonete (55,45%) e o tipo de impacto mais observado foi o abalroamento transversal (35,17%). A frequência de eventos foi maior à tarde; na sexta-feira e sábado em março, agosto e outubro. Houve feridos em 82,93% das ocorrências e morte de motociclistas em 27 (1,39%) delas. Indivíduos do sexo masculino (78,79%), com idade entre 20 e 39 anos (71,76%) e residentes em Maringá (81,46%) predominaram. Os condutores foram 86,88% dos motociclistas e 88,75% deles apresentaram registros que os descreviam como habilitados para condução. A média do tempo de habilitação foi de 6,78 +7,27 anos. O uso do capacete foi registrado em 84,58% dos motociclistas. A pontuação média do Revised Trauma Score (RTS) foi de 11,83 +1,07 e da Escala de Coma de Glasgow (ECGl), 14,65 +1,76. Os motociclistas com RTS <10 perfizeram 2,46% e com ECGl <8 foram 2,43%. O pulso e saturação sanguínea de oxigênio estavam alterados, respectivamente, em 23% e 12,16% das vítimas. Houve associação entre apresentar lesões e número de veículos envolvidos na ocorrência, tipo de acidente e impacto, sexo e posição no veículo. O grupo de mortos diferiu dos sobreviventes quanto à área e luminosidade do local, tipo de acidente e impacto, idade, local de residência, tempo de habilitação dos motociclistas e condições fisiológicas no local do acidente. Na regressão logística para fatores associados ao risco de ferimentos, identificou-se a colisão e a queda de motocicleta, o sexo feminino e acidentes envolvendo até dois veículos. Para o óbito, foram fatores de risco, escore <8 na ECGl, RTS <12, pulso e saturação sanguínea de oxigênio alterados. O modelo para óbito apresentou bom valor preditivo. Esses resultados destacaram o mecanismo do trauma como fator de risco para lesões e confirmam o valor preditivo para o risco de óbito das condições fisiológicas na cena da ocorrência. O risco elevado das mulheres para ferimentos nas ocorrências com motocicletas foi uma nova evidência que deve ser confirmada em outras regiões
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As fontes dos dados foram os registros da Polícia Militar, do Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência e do Instituto Médico Legal. Nesse ano, foram registradas 1.951 ocorrências envolvendo 2.362 motociclistas. Os resultados mostraram que (99,38%) dos eventos aconteceram em área urbana, onde a luminosidade, a condição meteorológica e a sinalização eram satisfatórias (87,44%, 80,57% e 70,64%, respectivamente). A maioria das ocorrências envolveu dois veículos e 56,65% dos motociclistas transitavam em veículos com até cinco anos de uso. A maioria dos acidentes foram colisões com carro ou caminhonete (55,45%) e o tipo de impacto mais observado foi o abalroamento transversal (35,17%). A frequência de eventos foi maior à tarde; na sexta-feira e sábado em março, agosto e outubro. Houve feridos em 82,93% das ocorrências e morte de motociclistas em 27 (1,39%) delas. Indivíduos do sexo masculino (78,79%), com idade entre 20 e 39 anos (71,76%) e residentes em Maringá (81,46%) predominaram. Os condutores foram 86,88% dos motociclistas e 88,75% deles apresentaram registros que os descreviam como habilitados para condução. A média do tempo de habilitação foi de 6,78 +7,27 anos. O uso do capacete foi registrado em 84,58% dos motociclistas. A pontuação média do Revised Trauma Score (RTS) foi de 11,83 +1,07 e da Escala de Coma de Glasgow (ECGl), 14,65 +1,76. Os motociclistas com RTS <10 perfizeram 2,46% e com ECGl <8 foram 2,43%. O pulso e saturação sanguínea de oxigênio estavam alterados, respectivamente, em 23% e 12,16% das vítimas. Houve associação entre apresentar lesões e número de veículos envolvidos na ocorrência, tipo de acidente e impacto, sexo e posição no veículo. O grupo de mortos diferiu dos sobreviventes quanto à área e luminosidade do local, tipo de acidente e impacto, idade, local de residência, tempo de habilitação dos motociclistas e condições fisiológicas no local do acidente. Na regressão logística para fatores associados ao risco de ferimentos, identificou-se a colisão e a queda de motocicleta, o sexo feminino e acidentes envolvendo até dois veículos. Para o óbito, foram fatores de risco, escore <8 na ECGl, RTS <12, pulso e saturação sanguínea de oxigênio alterados. O modelo para óbito apresentou bom valor preditivo. Esses resultados destacaram o mecanismo do trauma como fator de risco para lesões e confirmam o valor preditivo para o risco de óbito das condições fisiológicas na cena da ocorrência. O risco elevado das mulheres para ferimentos nas ocorrências com motocicletas foi uma nova evidência que deve ser confirmada em outras regiõesThe fleet of motorcycles and their use for transportation or work has grown exponentially in Brazil, as have the injuries and deaths resulting from traffic accidents involving these vehicles. Due to the relevance of the information needed in order to plan and undertake actions regarding this serious problem, this study aimed to: characterize traffic accidents and the motorcyclists involved in them, and explore the associations between these characteristics and the presence of injured or deceased motorcyclists. The records analyzed were from the city of Maringá, Paraná State, Brazil, for the year 2004. The sources of the data were: records from police, emergency trauma response services and the coroner\'s office. During that year, 1,951 occurrences were recorded, involving 2,362 motorcyclists. The results showed that 99.38% of incidents took place in urban areas, where lighting, weather conditions and traffic signs were deemed satisfactory (87.44%, 80.57% and 70.64%, respectively). The majority of occurrences involved two vehicles, and 56.65% of motorcyclists were riding vehicles with five or fewer years of use. The majority of accidents were collisions against cars or pickup trucks (55.45%), and the most common type of impact was a side collision (35.17%). Accidents were most frequent during the afternoons, on Fridays and Saturdays, and in the months of March, August and October. Injuries took place in 82.93% of incidents, and in 27 occurrences (1.39%) motorcyclists passed away. Males (78.79%), between 20 and 39 years of age (71.76%), and residing in Maringá (81.46%) were predominant. The conductors were 86.88% of motorcyclists, and 88.75% of them were registered as legally eligible to ride their motorcycles. The average length of licensing was 6.78 +7.27 years. The use of a helmet was reported for 84.58% of motorcyclists. The average Revised Trauma Score (RTS) was 11.83 +1.07, and the Glasgow Coma Scale (GCS) was 14.65 +1.76. Motorcyclists with RTS <10 comprised 2.46% of the total, and those with GCS <8 made up 2.43%. Pulse and blood oxygen saturation were altered in 23% and 12.16% of victims, respectively. There were associations between the presence of lesions and the number of vehicles involved in the occurrence, type of accident and impact, gender and position in the vehicle. The group of deceased riders differed from survivors in regards to the lighting conditions at the incident site, type of accident and impact, age, place of residence, length of licensing and physiological conditions at the accident site. In the logistic regression for associated risk factors for injuries, the factors identified were the collision and fall from the motorcycle, the female gender, and accidents involving up to two vehicles. Risk factors for death were GCS <8, RTS <12, altered pulse and blood oxygen saturation. The model for death featured a good predictive value. These results highlighted the mechanism of trauma as a risk factor for lesions and confirm the death risk predictive value of physiological conditions at the accident site. The elevated risk of injury for women in occurrences involving motorcycles was a new discovery, which must be further confirmed in other regionsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSousa, Regina Marcia Cardoso deOliveira, Nelson Luiz Batista de2008-02-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-11032008-111333/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:55Zoai:teses.usp.br:tde-11032008-111333Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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