Investigação clínica, neurofisiológica e genética da doença de Charcot-Marie-Tooth tipo 2 de herança dominante

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Eduardo Luis de Aquino
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-05052011-115957/
Resumo: A doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) caracteriza-se por comprometimento dos nervos periféricos de predomínio distal, tendo curso clínico variável. Observa-se quadro de evolução lenta de atrofia e fraqueza distal em membros inferiores, seguidos por diminuição da sensibilidade. Os reflexos estão em geral abolidos, mas podem estar exaltados e acompanhados de sinal de Babinski. É frequente o encontro de atrofia do terço distal das pernas, de pes cavos e de deformidades em artelhos. A doença de CMT pode ser classificada, com o auxílio da eletroneuromiografia, em desmielinizante (CMT1) ou axonal (CMT2). A CMT1 possui velocidade de condução motora do nervo mediano < 38 m/s e a CMT2 > 38m/s. A CMT1 é de herança autossômica dominante, e a CMT2 pode ser de herança dominante ou recessiva. A CMT2 é geneticamente heterogênea e conhecem-se até o momento 13 loci associados a essa condição, com nove genes identificados. O objetivo deste estudo é investigar do ponto de vista clínico, neurofisiológico e genético uma família com muitos portadores de CMT2. A família multigeneracional que apresenta CMT2 é procedente de Tobias Barreto, SE. Foi feita avaliação neurológica de 50 indivíduos e eletroneuromiografia em 22 pacientes. Com dados da avaliação clínica e eletroneuromiográfica foi aplicado o escore que avalia a gravidade da doença, o CMTNS. Para o estudo genético, foram coletadas 42 amostras de sangue de indivíduos afetados e de familiares não afetados. Entre os 50 indivíduos avaliados, 30 tinham sinais clínicos de neuropatia sensitivo-motora de predomínio distal. Paresia dos músculos distais foram os sinais clínicos mais precoces. Redução da sensibilidade superficial e profunda foi detectada nos segmentos distais. O sinal de Babinski estava presente em 14 indivíduos. A eletroneuromiografia demonstrou alterações compatíveis com polineuropatia axonal sensitiva e motora. O estudo genético demonstrou que, nesta família, CMT2 não está ligada a nenhum dos loci já conhecidos para esta condição, más o lócus do gene responsável não foi identificado até o momento. Em conclusão, as características clínicas e neurofisiológicas dessa família não diferem significativamente das observadas em outras formas de CMT, exceto pela alta prevalência de sinal de Babinski, e nossos resultados indicam a existência de um novo locus para CMT2
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spelling Investigação clínica, neurofisiológica e genética da doença de Charcot-Marie-Tooth tipo 2 de herança dominanteClinical, genetics and neurophysiological investigation of Charcot Marie Tooth disease type 2 of dominant inheritanceCharcot-Marie-Tooth diseaseDoença de Charcot-Marie-ToothElectromyographyEletromiografiaPiramidalPyramidalA doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) caracteriza-se por comprometimento dos nervos periféricos de predomínio distal, tendo curso clínico variável. Observa-se quadro de evolução lenta de atrofia e fraqueza distal em membros inferiores, seguidos por diminuição da sensibilidade. Os reflexos estão em geral abolidos, mas podem estar exaltados e acompanhados de sinal de Babinski. É frequente o encontro de atrofia do terço distal das pernas, de pes cavos e de deformidades em artelhos. A doença de CMT pode ser classificada, com o auxílio da eletroneuromiografia, em desmielinizante (CMT1) ou axonal (CMT2). A CMT1 possui velocidade de condução motora do nervo mediano < 38 m/s e a CMT2 > 38m/s. A CMT1 é de herança autossômica dominante, e a CMT2 pode ser de herança dominante ou recessiva. A CMT2 é geneticamente heterogênea e conhecem-se até o momento 13 loci associados a essa condição, com nove genes identificados. O objetivo deste estudo é investigar do ponto de vista clínico, neurofisiológico e genético uma família com muitos portadores de CMT2. A família multigeneracional que apresenta CMT2 é procedente de Tobias Barreto, SE. Foi feita avaliação neurológica de 50 indivíduos e eletroneuromiografia em 22 pacientes. Com dados da avaliação clínica e eletroneuromiográfica foi aplicado o escore que avalia a gravidade da doença, o CMTNS. Para o estudo genético, foram coletadas 42 amostras de sangue de indivíduos afetados e de familiares não afetados. Entre os 50 indivíduos avaliados, 30 tinham sinais clínicos de neuropatia sensitivo-motora de predomínio distal. Paresia dos músculos distais foram os sinais clínicos mais precoces. Redução da sensibilidade superficial e profunda foi detectada nos segmentos distais. O sinal de Babinski estava presente em 14 indivíduos. A eletroneuromiografia demonstrou alterações compatíveis com polineuropatia axonal sensitiva e motora. O estudo genético demonstrou que, nesta família, CMT2 não está ligada a nenhum dos loci já conhecidos para esta condição, más o lócus do gene responsável não foi identificado até o momento. Em conclusão, as características clínicas e neurofisiológicas dessa família não diferem significativamente das observadas em outras formas de CMT, exceto pela alta prevalência de sinal de Babinski, e nossos resultados indicam a existência de um novo locus para CMT2Charcot-Marie-Tooth (CMT) disease is characterized by predominantly distal peripheral neuropathy with variable clinical course. Initial presentation is of a slowly progressive distal atrophy and weakness in lower limbs, followed by sensory compromise. Reflexes are usually abolished, but might be brisk and accompanied by Babinski sign. It is frequent to find distal atrophy of lower limbs, pes cavus and toe deformities. Electromyography can recognize two patterns of CMT: demyelinating (CMT1), which has a conduction median nerve velocity < 38 m/s and axonal (CMT2), with velocity > 38m/s. CMT1 is inherited as an autosomal dominant trait, and CMT2 might be transmitted as an autosomal dominant or recessive. CMT is genetically heterogeneous, and, up to now, 13 loci have been recognized and nine genes identified. The aim of this study was to conduct an investigation of clinical, genetics and neurophysiological investigation of a multigenerational family with several individuals with CMT2 and to characterize phenotype, neurophysiological pattern and genetic basis of this condition. Fifty individuals were clinically evaluated and nerve conduction velocity studies and distal muscular activity in lower limbs using concentric needle were performed in 22 patients. A blood sample was collect from 42 individuals, in order to perform linkage analysis. Thirty, among the 50 evaluated individuals, had clinical signs of predominantely distal sensory motor neuropathy. Distal muscle paresis was an early clinical sign. Reduction of superficial and deep sensory was detected distally. Babinski sign was present in 14 affected individuals. Neurophysiological study was characteristic of axonal sensory-motor neuropathy. Linkage analysis demonstrated that in this family, CMT2 was not linked to any already known loci for this condition, but the responsible gene locus was not identified so far. In conclusion, clinical and neurophysiological characteristics of this family did not differ substantially from other forms of CMT, except by the high prevalence of Babinski sign. Our study also suggests the presence of a new locus for CMT2Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKok, FernandoNeves, Eduardo Luis de Aquino2011-04-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-05052011-115957/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:29Zoai:teses.usp.br:tde-05052011-115957Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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