Ensaio clínico randomizado sobre o impacto dos macrolídeos na mortalidade de pacientes infectados pelo HIV e com pneumonia adquirida na comunidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-28032018-125159/ |
Resumo: | O objetivo principal dessa tese foi avaliar se o tratamento com ceftriaxona e um macrolídeo leva a melhores desfechos quando comparada a monoterapia com ceftriaxona em pacientes hospitalizados com HIV/AIDS e pneumonia adquirida na comunidade (PAC). 227 adultos com HIV hospitalizados por uma suspeita de PAC foram randomizados numa proporção 1:1 para receber um dos dois regimes, ceftriaxona mais macrolídeo ou ceftriaxona mais placebo. Houve 2 exclusões após a randomização, um paciente retirou consentimento para uso de seus dados e outro paciente já havia sido incluído previamente no estudo, perfazendo um total de 225 pacientes analisados (112 receberam ceftriaxona mais placebo e 113 receberam ceftriaxona mais macrolídeo). Os pacientes tinham HIV há um longo tempo (período mediano de 10 anos) e a maioria não fazia uso regular de terapia antirretroviral. Somente 32/202 pacientes (16%) tinham carga viral menor que 50 cópias/mL e 146/202 (72%) tinham contagem de linfócitos T CD4+ menor que 200 células/mm³. A frequência do desfecho primário, letalidade durante a internação, não foi estatisticamente distinta entre os regimes estudados: 12/112 (11%) pacientes que receberam ceftriaxona mais placebo e 17/113 (15%) que receberam ceftriaxona mais macrolídeo foram a óbito durante a hospitalização (HR: 1.22, 95% CI: 0.57-2.59). Não foram encontradas diferenças entre os regimes para os desfechos secundários: letalidade em 14 dias (RR: 2.38, 95% CI: 0.87-6.53), uso de drogas vasoativas (OR: 1.18, 95% CI: 0.60-2.29) e ventilação mecânica (OR: 1.24, 95% CI: 0.64- 2.40). A etiologia das infecções pulmonares adquiridas na comunidade nesses pacientes com infecção pelo HIV também foi estudada e determinada prospectivamente. Essa investigação também buscou analisar a contribuição de diferentes métodos diagnósticos e o impacto de diferentes abordagens de investigação microbiológica. Além disso, os achados microbiológicos foram analisados levando em consideração a contagem de linfócitos T CD4+, gravidade da doença e a situação da vacina pneumocócica. 224 pacientes foram submetidos a investigação microbiológica estendida e 143 (64%) tiveram uma etiologia determinada. Por outro lado, a investigação microbiológica de rotina foi capaz de determinar o agente etiológico em 92 (41%) pacientes. Métodos baseados na reação em cadeia da polimerase foram essenciais para o diagnóstico de bactérias atípicas e vírus, além de melhorar a detecção de Pneumocystis jirovecii. Entre os 143 pacientes com uma etiologia determinada, Pneumocystis jirovecii foi o principal agente, detectado em 52 (36%) casos, seguido pelo Mycobacterium tuberculosis responsável por 28 (20%) casos. Streptococcus pneumoniae e Rhinovírus foram diagnosticados em 22 (15%) casos cada e Influenza em 15 (10%) casos. Entre as bactérias atípicas, Mycoplasma pneumoniae foi responsável por 12 (8%) e Chlamydophila pneumoniae por 7 (5%) casos. Infecções mistas ocorreram em 48 casos (34%). Streptococcus pneumoniae foi associado com maiores escores de gravidade, sem associação com o estado vacinal. A análise de agentes etiológicos baseada na contagem de linfócitos T CD4+ demonstrou que a etiologia da pneumonia nos pacientes que estavam gravemente imunossuprimidos (CD4+ < 200 células/mm³) foi similar aos que não estavam. Pneumocystis jirovecii foi o único agente mais frequente no primeiro grupo, um achado esperado levando em consideração os critérios diagnósticos empregados |
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Ensaio clínico randomizado sobre o impacto dos macrolídeos na mortalidade de pacientes infectados pelo HIV e com pneumonia adquirida na comunidadeCeftriaxone versus ceftriaxone plus a macrolide for community acquired pneumonia in hospitalized patients with HIV/AIDS: a randomized controlled trialCeftriaxonaCeftriaxoneCommunity-acquired infectionsEnsaio clínico controlado aleatórioHIV infectionsInfecções comunitárias adquiridasInfecções por HIVMacrolídeosMacrolidesMortalidadeMortalityPneumoniaPneumoniaRandomized controlled trialO objetivo principal dessa tese foi avaliar se o tratamento com ceftriaxona e um macrolídeo leva a melhores desfechos quando comparada a monoterapia com ceftriaxona em pacientes hospitalizados com HIV/AIDS e pneumonia adquirida na comunidade (PAC). 227 adultos com HIV hospitalizados por uma suspeita de PAC foram randomizados numa proporção 1:1 para receber um dos dois regimes, ceftriaxona mais macrolídeo ou ceftriaxona mais placebo. Houve 2 exclusões após a randomização, um paciente retirou consentimento para uso de seus dados e outro paciente já havia sido incluído previamente no estudo, perfazendo um total de 225 pacientes analisados (112 receberam ceftriaxona mais placebo e 113 receberam ceftriaxona mais macrolídeo). Os pacientes tinham HIV há um longo tempo (período mediano de 10 anos) e a maioria não fazia uso regular de terapia antirretroviral. Somente 32/202 pacientes (16%) tinham carga viral menor que 50 cópias/mL e 146/202 (72%) tinham contagem de linfócitos T CD4+ menor que 200 células/mm³. A frequência do desfecho primário, letalidade durante a internação, não foi estatisticamente distinta entre os regimes estudados: 12/112 (11%) pacientes que receberam ceftriaxona mais placebo e 17/113 (15%) que receberam ceftriaxona mais macrolídeo foram a óbito durante a hospitalização (HR: 1.22, 95% CI: 0.57-2.59). Não foram encontradas diferenças entre os regimes para os desfechos secundários: letalidade em 14 dias (RR: 2.38, 95% CI: 0.87-6.53), uso de drogas vasoativas (OR: 1.18, 95% CI: 0.60-2.29) e ventilação mecânica (OR: 1.24, 95% CI: 0.64- 2.40). A etiologia das infecções pulmonares adquiridas na comunidade nesses pacientes com infecção pelo HIV também foi estudada e determinada prospectivamente. Essa investigação também buscou analisar a contribuição de diferentes métodos diagnósticos e o impacto de diferentes abordagens de investigação microbiológica. Além disso, os achados microbiológicos foram analisados levando em consideração a contagem de linfócitos T CD4+, gravidade da doença e a situação da vacina pneumocócica. 224 pacientes foram submetidos a investigação microbiológica estendida e 143 (64%) tiveram uma etiologia determinada. Por outro lado, a investigação microbiológica de rotina foi capaz de determinar o agente etiológico em 92 (41%) pacientes. Métodos baseados na reação em cadeia da polimerase foram essenciais para o diagnóstico de bactérias atípicas e vírus, além de melhorar a detecção de Pneumocystis jirovecii. Entre os 143 pacientes com uma etiologia determinada, Pneumocystis jirovecii foi o principal agente, detectado em 52 (36%) casos, seguido pelo Mycobacterium tuberculosis responsável por 28 (20%) casos. Streptococcus pneumoniae e Rhinovírus foram diagnosticados em 22 (15%) casos cada e Influenza em 15 (10%) casos. Entre as bactérias atípicas, Mycoplasma pneumoniae foi responsável por 12 (8%) e Chlamydophila pneumoniae por 7 (5%) casos. Infecções mistas ocorreram em 48 casos (34%). Streptococcus pneumoniae foi associado com maiores escores de gravidade, sem associação com o estado vacinal. A análise de agentes etiológicos baseada na contagem de linfócitos T CD4+ demonstrou que a etiologia da pneumonia nos pacientes que estavam gravemente imunossuprimidos (CD4+ < 200 células/mm³) foi similar aos que não estavam. Pneumocystis jirovecii foi o único agente mais frequente no primeiro grupo, um achado esperado levando em consideração os critérios diagnósticos empregadosThe main purpose of this thesis was to evaluate if treatment with ceftriaxone and a macrolide improved patient outcome when compared with monotherapy with ceftriaxone in hospitalized patients with HIV/AIDS with community acquired pneumonia (CAP). 227 adult patients with HIV hospitalized due to suspected CAP were randomized to receive one of two regimens, ceftriaxone plus macrolide or ceftriaxone plus placebo, at a 1:1 proportion. We had 2 exclusions after randomization, one patient who withdrew consent for data inclusion and use and one that had previously been included, leaving a total of 225 patients to analyse (112 received ceftriaxone plus placebo and 113 received ceftriaxone plus macrolide). Patients had prolonged HIV infection, the median period was twelve years, and most of them did not make regular use of antiretroviral therapy. Only 32/202 patients (16%) had viral load below 50 copies/mL and 146/202 (72%) had a CD4+ T cell count below 200 cells/mm³. The frequency of the primary outcome, in-hospital mortality, was not statistically different between the studied regimens: 12/112 (11%) patients who received ceftriaxone plus placebo and 17/113 (15%) who received ceftriaxone plus macrolide died during hospitalization (HR: 1.22, 95% CI: 0.57-2.59). We did not find differences between the regimens for the secondary outcomes: mortality within 14 days (RR: 2.38, 95% CI: 0.87-6.53), need for vasoactive drug (OR: 1.18, 95% CI: 0.60-2.29) or mechanical ventilation (OR: 1.24, 95% CI: 0.64-2.40). The etiology of community-acquired pulmonary infections in these hospitalized patients with HIV was also studied and determined prospectively. This investigation also aimed to analyze the contribution of different diagnostic methods as well of the impact of different approaches to microbiological evaluation and to evaluate the microbiological findings in relation to the CD4+ T cell count, the severity of disease and pneumococcal vaccine status. 224 patients underwent the extended microbiological investigation of which 143 (64%) had an etiology determined. On the other hand, the microbiological routine investigation was able to determine the etiological agents in 92 (41%) patients. Polymerase chain reaction-based methods were essential for the diagnosis of atypical bacteria and viruses, besides contributing to ameliorate Pneumocystis jirovecii detection. Among the 143 patients with a determined etiology, Pneumocystis jirovecii was the main agent, detected in 52 (36%) cases and followed by Mycobacterium tuberculosis accounting for 28 (20%) cases. Streptococcus pneumoniae and Rhinovirus were diagnosed in 22 (15%) cases each and Influenza in 15 (10%) cases. Among atypical bacteria, Mycoplasma pneumoniae was responsible for 12 (8%) and Chlamydophila pneumoniae for 7 (5%) cases. Mixed infections occurred in 48 cases (34%). Streptococcus pneumoniae was associated with higher severity scores and not associated with vaccine status. Performing an analysis of causative agents based on CD4+ T cell count, we found that the etiology of pneumonia in those severely immunosuppressed (CD4+ < 200 cells/mm³) was similar to those who were not. Pneumocystis jirovecii is the only agent more frequent in the former group, an expected finding considering our diagnostic criteriaBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLevin, Anna Sara ShaffermanMello, Claudia Figueiredo2017-12-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-28032018-125159/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-28032018-125159Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O objetivo principal dessa tese foi avaliar se o tratamento com ceftriaxona e um macrolídeo leva a melhores desfechos quando comparada a monoterapia com ceftriaxona em pacientes hospitalizados com HIV/AIDS e pneumonia adquirida na comunidade (PAC). 227 adultos com HIV hospitalizados por uma suspeita de PAC foram randomizados numa proporção 1:1 para receber um dos dois regimes, ceftriaxona mais macrolídeo ou ceftriaxona mais placebo. Houve 2 exclusões após a randomização, um paciente retirou consentimento para uso de seus dados e outro paciente já havia sido incluído previamente no estudo, perfazendo um total de 225 pacientes analisados (112 receberam ceftriaxona mais placebo e 113 receberam ceftriaxona mais macrolídeo). Os pacientes tinham HIV há um longo tempo (período mediano de 10 anos) e a maioria não fazia uso regular de terapia antirretroviral. Somente 32/202 pacientes (16%) tinham carga viral menor que 50 cópias/mL e 146/202 (72%) tinham contagem de linfócitos T CD4+ menor que 200 células/mm³. A frequência do desfecho primário, letalidade durante a internação, não foi estatisticamente distinta entre os regimes estudados: 12/112 (11%) pacientes que receberam ceftriaxona mais placebo e 17/113 (15%) que receberam ceftriaxona mais macrolídeo foram a óbito durante a hospitalização (HR: 1.22, 95% CI: 0.57-2.59). Não foram encontradas diferenças entre os regimes para os desfechos secundários: letalidade em 14 dias (RR: 2.38, 95% CI: 0.87-6.53), uso de drogas vasoativas (OR: 1.18, 95% CI: 0.60-2.29) e ventilação mecânica (OR: 1.24, 95% CI: 0.64- 2.40). A etiologia das infecções pulmonares adquiridas na comunidade nesses pacientes com infecção pelo HIV também foi estudada e determinada prospectivamente. Essa investigação também buscou analisar a contribuição de diferentes métodos diagnósticos e o impacto de diferentes abordagens de investigação microbiológica. Além disso, os achados microbiológicos foram analisados levando em consideração a contagem de linfócitos T CD4+, gravidade da doença e a situação da vacina pneumocócica. 224 pacientes foram submetidos a investigação microbiológica estendida e 143 (64%) tiveram uma etiologia determinada. Por outro lado, a investigação microbiológica de rotina foi capaz de determinar o agente etiológico em 92 (41%) pacientes. Métodos baseados na reação em cadeia da polimerase foram essenciais para o diagnóstico de bactérias atípicas e vírus, além de melhorar a detecção de Pneumocystis jirovecii. Entre os 143 pacientes com uma etiologia determinada, Pneumocystis jirovecii foi o principal agente, detectado em 52 (36%) casos, seguido pelo Mycobacterium tuberculosis responsável por 28 (20%) casos. Streptococcus pneumoniae e Rhinovírus foram diagnosticados em 22 (15%) casos cada e Influenza em 15 (10%) casos. Entre as bactérias atípicas, Mycoplasma pneumoniae foi responsável por 12 (8%) e Chlamydophila pneumoniae por 7 (5%) casos. Infecções mistas ocorreram em 48 casos (34%). Streptococcus pneumoniae foi associado com maiores escores de gravidade, sem associação com o estado vacinal. A análise de agentes etiológicos baseada na contagem de linfócitos T CD4+ demonstrou que a etiologia da pneumonia nos pacientes que estavam gravemente imunossuprimidos (CD4+ < 200 células/mm³) foi similar aos que não estavam. Pneumocystis jirovecii foi o único agente mais frequente no primeiro grupo, um achado esperado levando em consideração os critérios diagnósticos empregados |
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