Tolerância do pepino enxertado à salinidade em ambiente protegido e controle da salinização do solo.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Blanco, Flávio Favaro
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-10022003-141143/
Resumo: A aplicação de fertilizantes via água de irrigação é prática comum para cultivos em ambiente protegido, o que pode resultar na salinização do solo se o manejo da irrigação não for adequado. Com isso, é de grande importância que se estabeleça a tolerância das culturas à salinidade e o controle eficiente da irrigação para cada cultura a fim de se promover a lixiviação do excesso de sais da zona radicular até um nível tolerado pelas plantas. O presente trabalho teve o objetivo de estabelecer um manejo adequado da fertilização e da irrigação para a cultura do pepino enxertado em ambiente protegido, visando o controle da salinidade do solo, e avaliar métodos de recuperação do solo salinizado. Para isso, foi conduzido um experimento em uma estufa de 110 m 2 para estudar o efeito de diferentes salinidades da água de irrigação (S1=1,58 dS.m -1, S2=3,08 dS.m -1 e S3=5,13 dS.m -1 ), diferentes lâminas de água (L0=1,00.ETc e L1=1,25.ETc) e duas frequências de aplicação da lâmina L1 (F1=em todas as irrigações e F2=quando a lâmina de irrigação acumulada em L0 for igual a 100 mm) no desenvolvimento vegetativo e produção do pepino, cv. Hokushin, enxertado em Cucurbita spp., híbrido Excite-Ikki. O manejo da irrigação foi realizado através de tensiômetros instalados a 15 e 30 cm de profundidade e da evaporação de um tanque reduzido, instalado no interior da estufa. Os resultados obtidos demonstraram que o aumento de uma unidade de salinidade da água de irrigação reduziu a produção total e comercial em 2,83 e 2,99%, respectivamente, não apresentando diferenças significativas. O número de frutos comerciais por planta foi reduzido em 3,32% para cada incremento de uma unidade de salinidade. A salinidade também afetou significativamente a área foliar unitária e o índice de área foliar, bem como a altura e o diâmetro do colo da planta. As diferentes lâminas de irrigação e frequências de aplicação de L1 não resultaram em diferenças significativas para a produção e componentes de produção da cultura. O aumento de uma unidade de salinidade do solo reduziu a produção e o número de frutos por planta, comercial e total, em 7,24 e 6,71% e 8,04 e 7,58%, respectivamente, os quais foram bem inferiores aos valores citados na literatura. A pequena redução na produção e a ausência de diferenças significativas entre os níveis de salinidade não permitiram definir a tolerância do pepino à salinidade e o manejo da lâmina de irrigação quando a água utilizada apresenta alto teor salino. A salinidade do solo aumentou proporcionalmente com o aumento da salinidade da água, sendo que as lâminas de irrigação e as frequências de aplicação de L1 não foram suficientes para reduzir a salinidade do solo, embora a frequência F2 tenha resultado em um aumento mais lento da salinidade. A lixiviação do excesso de sais do solo após o cultivo demonstrou que a aplicação da lâmina de lavagem por gotejamento foi mais eficiente do que a inundação na redução da salinidade do solo. Concluiu-se que a lâmina relativa de lavagem e o valor do coeficiente k a serem utilizados são, respectivamente, de 0,9 e 0,1 para gotejamento e 1,3 e 0,2 para inundação, com base na lâmina calculada pela equação de Rhoades & Loveday (1990).
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O presente trabalho teve o objetivo de estabelecer um manejo adequado da fertilização e da irrigação para a cultura do pepino enxertado em ambiente protegido, visando o controle da salinidade do solo, e avaliar métodos de recuperação do solo salinizado. Para isso, foi conduzido um experimento em uma estufa de 110 m 2 para estudar o efeito de diferentes salinidades da água de irrigação (S1=1,58 dS.m -1, S2=3,08 dS.m -1 e S3=5,13 dS.m -1 ), diferentes lâminas de água (L0=1,00.ETc e L1=1,25.ETc) e duas frequências de aplicação da lâmina L1 (F1=em todas as irrigações e F2=quando a lâmina de irrigação acumulada em L0 for igual a 100 mm) no desenvolvimento vegetativo e produção do pepino, cv. Hokushin, enxertado em Cucurbita spp., híbrido Excite-Ikki. O manejo da irrigação foi realizado através de tensiômetros instalados a 15 e 30 cm de profundidade e da evaporação de um tanque reduzido, instalado no interior da estufa. Os resultados obtidos demonstraram que o aumento de uma unidade de salinidade da água de irrigação reduziu a produção total e comercial em 2,83 e 2,99%, respectivamente, não apresentando diferenças significativas. O número de frutos comerciais por planta foi reduzido em 3,32% para cada incremento de uma unidade de salinidade. A salinidade também afetou significativamente a área foliar unitária e o índice de área foliar, bem como a altura e o diâmetro do colo da planta. As diferentes lâminas de irrigação e frequências de aplicação de L1 não resultaram em diferenças significativas para a produção e componentes de produção da cultura. O aumento de uma unidade de salinidade do solo reduziu a produção e o número de frutos por planta, comercial e total, em 7,24 e 6,71% e 8,04 e 7,58%, respectivamente, os quais foram bem inferiores aos valores citados na literatura. A pequena redução na produção e a ausência de diferenças significativas entre os níveis de salinidade não permitiram definir a tolerância do pepino à salinidade e o manejo da lâmina de irrigação quando a água utilizada apresenta alto teor salino. A salinidade do solo aumentou proporcionalmente com o aumento da salinidade da água, sendo que as lâminas de irrigação e as frequências de aplicação de L1 não foram suficientes para reduzir a salinidade do solo, embora a frequência F2 tenha resultado em um aumento mais lento da salinidade. A lixiviação do excesso de sais do solo após o cultivo demonstrou que a aplicação da lâmina de lavagem por gotejamento foi mais eficiente do que a inundação na redução da salinidade do solo. Concluiu-se que a lâmina relativa de lavagem e o valor do coeficiente k a serem utilizados são, respectivamente, de 0,9 e 0,1 para gotejamento e 1,3 e 0,2 para inundação, com base na lâmina calculada pela equação de Rhoades & Loveday (1990).Fertilizers application through irrigation water is a very common practice for greenhouse cultivation conditions, which can result in the soil salinization if irrigation management is not appropriated. It is very important to establish the crop tolerance to salinity and the efficient irrigation control for each crop to promote leaching of excess salts from the root zone until a tolerated level by plants. The present work had the aim to establish an adapted management of fertilization and irrigation for grafted cucumber cultivated in greenhouse, in order to control the soil salinity, and to evaluate methods of salinized soil reclamation. An experiment has been carried out in a 110 m 2 greenhouse to study the effects of different irrigation water salinity (S1=1,58 dS.m -1 , S2=3,08 dS.m -1 and S3=5,13 dS.m -1 ), different irrigation water depth (L0=1,00.ETc and L1=1,25.ETc) and two applications frequencies of L1 (F1=at every irrigations and F2=when accumulated irrigation water depth in L0 reaches 100 mm) on vegetative development and yield of cucumber, cv. Hokushin, grafted onto Cucurbita spp., hybrid Excite-Ikki. Irrigation management was made by tensiometers installed at 15 and 30 cm deep and by a reduced pan evaporation, installed inside the greenhouse. The results showed that the increment of one unit of irrigation water salinity reduced the total and marketable yield at 2,83 and 2,99%, respectively, not showing significantly reduction. Marketable fruits number per plant was reduced at 3,32% for each increment of one unit of salinity. Salinity also affected significantly the unitary leaf area and the leaf area index, as the height and stem diameter of the plants. The different irrigation water depths and frequencies of L1 application did not result in differences for yield and yield components. Each increment of one unit of salinity reduced yield and fruit number per plant, marketable and total, of 7,24 and 6,71% and 8,04 and 7,58%, respectively, which were smaller than that found on literature. Little reduction in yield and the lack of significantly differences between the levels of salinity did not allow to define cucumber tolerance to salinity and the irrigation management for high salinity irrigation water. Soil salinity increased proportionally to irrigation water salinity increasing, but irrigation water depths and application frequencies of L1 were not sufficient to reduce soil salinity, though the frequency F2 resulted in a slower increasing of soil salinity. Leaching of excess salts after cultivation showed that the application of leaching water depth by drip irrigation was more effective than the application by flooding on soil salinity reduction. We concluded that the relative leaching depth and the k coefficient value to be adopted are, respectively, 0,9 and 0,1 for drip irrigation and 1,3 and 0,2 for flooding, based on water depth calculated by equation of Rhoades & Loveday (1990).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFolegatti, Marcos ViniciusBlanco, Flávio Favaro2000-02-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-10022003-141143/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:08:16Zoai:teses.usp.br:tde-10022003-141143Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:08:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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