Investigação de trombofilias em gestantes de risco para o parto prematuro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Érica Rades
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.5.2007.tde-28012008-111631
Resumo: Introdução: O parto prematuro espontâneo é doença multifatorial e sua etiologia permanece desconhecida em até 40% das vezes. Neste estudo, investigamos a existência de trombofilias maternas adquiridas e hereditárias em gestantes de risco para o parto prematuro espontâneo e as relacionamos com a incidência de prematuridade na gestação. Métodos: Neste estudo prospectivo, realizado entre julho de 2004 e setembro de 2006, foram pesquisadas 66 gestantes com antecedente de parto prematuro espontâneo e 66 gestantes sem antecedente de complicações, com pelo menos um parto a termo anterior. Até 25 semanas de gestação, foi realizada coleta única dos seguintes testes laboratoriais: anticardiolipina IgG, anticardiolipina IgM, anticoagulante lúpico, fator V Leiden, mutação da protrombina e homocisteína. Foram excluídas três gestantes por abortamento, duas por incompetência cervical, duas por malformação fetal, e uma por coleta inadequada. Dessa maneira, foram avaliadas 64 gestantes de risco e 60 sem complicações (grupo controle). Resultados: A incidência de prematuridade espontânea foi significantemente maior no grupo de risco (RR=7,97; IC95%=1,92-33,04, p<0,05). Não houve diferenças quanto ao tipo de parto nem quanto às médias dos pesos dos recém-nascidos entre os grupos. Entre as pacientes com antecedente de prematuridade, a presença de trombofilias adquiridas e hereditárias foi mais freqüente (OR=3,2; IC95%=1,4-7,5, p<0,05). As trombofilias adquiridas, quando analisadas em separado, foram mais freqüentes no grupo de risco (OR=3,0; IC95%=1,1-7,7, p<0,05), assim como, observou-se maior freqüência da anticardiolpina IgG em títulos baixos (OR=2,8; IC95%=1,0-7,5, p<0,05) e IgM em títulos intermediários ou altos (OR=3,9; IC95%=1,0-15,1, p<0,05). O anticoagulante lúpico e as trombofilias hereditárias, quando analisados em separado, não diferiram entre os grupos. Entre os casos com prematuridade espontânea na gestação atual, 79% apresentaram algum teste de trombofilia alterado. Na análise univariada, a presença de trombofilias aumentou o risco de prematuridade espontânea (OR=4,5; IC95%=1,4-14,4, p<0,05). Na análise multivariada, no entanto, o parto prematuro prévio esteve 11 vezes mais associado à prematuridade espontânea. Conclusões: Concluímos que as trombofilias adquiridas e hereditárias foram mais freqüentes no grupo de risco, sendo prevalentes as adquiridas, das quais a anticardiolpina IgG e IgM foram as mais freqüentemente encontradas. Houve aumento do risco de prematuridade espontânea nas portadoras de trombofilias adquiridas e hereditárias, mas o antecedente de parto prematuro permaneceu como o maior fator de risco associado à prematuridade espontânea.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Investigação de trombofilias em gestantes de risco para o parto prematuro Investigation of thrombophilias in high risk pregnant patients for preterm birth. 2007-05-30Roberto Eduardo BittarMaria de Lourdes BrizotEduardo Sérgio Valério Borges da FonsêcaRodrigo RuanoEduardo de SouzaÉrica RadesUniversidade de São PauloMedicina (Obstetrícia e Ginecologia)USPBR Anticorpos antifosfolipídeos. Antiphospholipid antibodies Preterm birth Thrombophilia Trabalho de parto prematuro Trombofilia Introdução: O parto prematuro espontâneo é doença multifatorial e sua etiologia permanece desconhecida em até 40% das vezes. Neste estudo, investigamos a existência de trombofilias maternas adquiridas e hereditárias em gestantes de risco para o parto prematuro espontâneo e as relacionamos com a incidência de prematuridade na gestação. Métodos: Neste estudo prospectivo, realizado entre julho de 2004 e setembro de 2006, foram pesquisadas 66 gestantes com antecedente de parto prematuro espontâneo e 66 gestantes sem antecedente de complicações, com pelo menos um parto a termo anterior. Até 25 semanas de gestação, foi realizada coleta única dos seguintes testes laboratoriais: anticardiolipina IgG, anticardiolipina IgM, anticoagulante lúpico, fator V Leiden, mutação da protrombina e homocisteína. Foram excluídas três gestantes por abortamento, duas por incompetência cervical, duas por malformação fetal, e uma por coleta inadequada. Dessa maneira, foram avaliadas 64 gestantes de risco e 60 sem complicações (grupo controle). Resultados: A incidência de prematuridade espontânea foi significantemente maior no grupo de risco (RR=7,97; IC95%=1,92-33,04, p<0,05). Não houve diferenças quanto ao tipo de parto nem quanto às médias dos pesos dos recém-nascidos entre os grupos. Entre as pacientes com antecedente de prematuridade, a presença de trombofilias adquiridas e hereditárias foi mais freqüente (OR=3,2; IC95%=1,4-7,5, p<0,05). As trombofilias adquiridas, quando analisadas em separado, foram mais freqüentes no grupo de risco (OR=3,0; IC95%=1,1-7,7, p<0,05), assim como, observou-se maior freqüência da anticardiolpina IgG em títulos baixos (OR=2,8; IC95%=1,0-7,5, p<0,05) e IgM em títulos intermediários ou altos (OR=3,9; IC95%=1,0-15,1, p<0,05). O anticoagulante lúpico e as trombofilias hereditárias, quando analisados em separado, não diferiram entre os grupos. Entre os casos com prematuridade espontânea na gestação atual, 79% apresentaram algum teste de trombofilia alterado. Na análise univariada, a presença de trombofilias aumentou o risco de prematuridade espontânea (OR=4,5; IC95%=1,4-14,4, p<0,05). Na análise multivariada, no entanto, o parto prematuro prévio esteve 11 vezes mais associado à prematuridade espontânea. Conclusões: Concluímos que as trombofilias adquiridas e hereditárias foram mais freqüentes no grupo de risco, sendo prevalentes as adquiridas, das quais a anticardiolpina IgG e IgM foram as mais freqüentemente encontradas. Houve aumento do risco de prematuridade espontânea nas portadoras de trombofilias adquiridas e hereditárias, mas o antecedente de parto prematuro permaneceu como o maior fator de risco associado à prematuridade espontânea. Introduction: The spontaneous preterm birth is a multifactorial disease and its etiology remains unknown in 40% of the time. In this study, we investigated the acquired and inherited thrombophilias in high risk pregnant patients to the spontaneous preterm birth and related to the incidence of prematurity in the current pregnancy. Methods: In this prospective study realized from July of 2004 to September of 2006 was evaluated 66 pregnant women with previous spontaneous preterm birth and 66 pregnant women without complications, with at least one previous term birth. Until 25 weeks of pregnancy, was realized single collection of the following laboratorial tests: IgG/IgM anticardiolipin, lupus anticoagulant, factor V Leiden, prothrombin mutation and homocystein. It was excluded three pregnant women due to miscarriage, two for cervical incompetence, two for fetal malformation, and one for inadequated collection of exams. In this way, we evaluated 64 high risk pregnant women and 60 with no complications (control group). Results: The frequency of spontaneous preterm birth was significantly higher in the high risk group (RR=7,97; IC95%=1,92-33,04, p<0,05). There was neither differences in the birth type nor in the average weight in newborn infants between the groups. Among to the patients with risk of preterm birth in the current pregnancy, the acquired and inherited thrombophilias were more frequent (OR=3,2; IC95%=1,4-7,5, p<0,05). The acquired thrombophilias, when analysed in separately, were more frequents in the risk group (OR=3,0; IC95%=1,1-7,7, p<0,05), like it was observed more frequency of IgG anticardiolipin in low titles (OR=2,8; IC95%=1,0-7,5, p<0,05) and IgM anticardiolipin in intermediary or high titles (OR=3,9; IC95%=1,0-15,1, p<0,05). The lupus anticoagulant and the inherited thrombophilias when analysed separately were not different among groups. In spontaneous preterm birth cases in the current pregnancy, 79% had some altered thrombophilia test. In univariated analysis, the existence of thrombophilias increased the risk for spontaneous preterm birth (OR=4,5; IC95%=1,4-14,4, p<0,05). In multivariated analysis, however, the previous spontaneous preterm birth was 11 times more associated with current spontaneous preterm birth. Conclusions: We conclude that the acquired and inherited thrombophilias were more frequent in high risk group, being more prevalent the acquired ones, of which IgG anticardiolipin and IgM anticardiolipin were more frequently founded. There was increased risk for spontaneous preterm birth in women with acquired and inherited thrombophilias but the previous preterm birth remained the major risk factor related to the spontaneous preterm birth. https://doi.org/10.11606/T.5.2007.tde-28012008-111631info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:19:14Zoai:teses.usp.br:tde-28012008-111631Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:25:10.938373Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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