Frequência e impacto da apneia obstrutiva do sono em pacientes portadores da síndrome antifosfolípide primária trombótica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-24042024-150512/ |
Resumo: | Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) se associa com um aumento no risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. O entendimento do impacto da AOS nos pacientes com síndrome antifosfolípide primária trombótica (SAFPt) pode ser importante para se reduzir o risco de recorrência trombótica nesses pacientes. Objetivo: Avaliar a frequência de AOS nos pacientes com SAFPt, investigar a performance das ferramentas de rastreamento para AOS nesse cenário, e comparar o perfil clínico e laboratorial dos pacientes com SAFPt com e sem AOS. Métodos: Pacientes com SAFPt foram consecutivamente convidados para realizar estudos do sono utilizando monitores portáteis. AOS foi definida como um índice de apneiahipopneia 15 eventos/hora. A frequência de AOS nos pacientes com SAFPt foi comparada com controles derivados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), pareados por idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC), na proporção de 1:3. A seguir, a performance de 3 ferramentas para rastreamento de AOS (questionário de Berlim, STOP-Bang e NoSAS) foi avaliada nos pacientes com SAFPt. Por fim, pacientes com SAFPt foram classificados de acordo com a presença de AOS, e suas características clínicas e laboratoriais (incluindo dano acumulado avaliado pelo Damage Index for Antiphospholipid Syndrome [DIAPS] e biomarcadores associados a trombose e ativação endotelial) foram comparadas utilizando procedimentos estatísticos usuais. Resultados: Cinquenta e dois pacientes foram incluídos na análise (sexo feminino: 82,7%, idade média 48±14 anos, IMC médio 31,1±6,5 kg/m2). Desses, 25% foram diagnosticados com AOS através do estudo do sono. Quando comparados com os controles pareados (N=115), não houve diferenças estatisticamente significativas na frequência da AOS nos pacientes com SAFPt (SAFPt: 12/42 [28,6%] vs. controles: 35/115 [30,4%], p=0,821). Entre as ferramentas de rastreamento, NoSAS apresentou a maior área sob a curva ROC (AUC 0,806, IC95% 0,672-0,939, p=0,001), seguida do STOP-Bang (AUC 0,772, IC95% 0,607-0,938, p=0,004); o questionário de Berlim não foi útil nesse contexto. Pacientes com SAFPt e AOS apresentaram maiores níveis de fator de von Willebrand (FvW) (mediana 38,9 vs. 32,6, p=0,038) e DIAPS (mediana 5 vs. 2, p=0,020) do que aqueles com SAFPt sem AOS. AOS se manteve estatisticamente associada ao maior DIAPS mesmo após controle para idade, duração de doença e IMC. Conclusão: AOS é comum nos pacientes com SAFPt, com frequência comparável a uma população não referenciada. Tanto o NoSAS quanto o STOP-Bang parecem ser úteis como ferramentas de rastreamento da AOS nos pacientes com SAFPt. Pacientes com SAFPt e AOS apresentaram um maior dano acumulado pela doença e maiores níveis de FvW, o que pode sugerir um fenótipo mais grave da SAFPt nesse contexto |
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Frequência e impacto da apneia obstrutiva do sono em pacientes portadores da síndrome antifosfolípide primária trombóticaFrequency and impact of obstructive sleep apnea in thrombotic primary antiphospholipid syndrome patientsAnticorpos antifosfolipídeosAntiphospholipid antibodiesAntiphospholipid syndromeApneia obstrutiva do sonoAutoimmune diseasesBiomarcadoresBiomarkersDoenças autoimunesObstructive sleep apneaSíndrome antifosfolipídicaThrombophiliaTrombofiliaIntrodução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) se associa com um aumento no risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. O entendimento do impacto da AOS nos pacientes com síndrome antifosfolípide primária trombótica (SAFPt) pode ser importante para se reduzir o risco de recorrência trombótica nesses pacientes. Objetivo: Avaliar a frequência de AOS nos pacientes com SAFPt, investigar a performance das ferramentas de rastreamento para AOS nesse cenário, e comparar o perfil clínico e laboratorial dos pacientes com SAFPt com e sem AOS. Métodos: Pacientes com SAFPt foram consecutivamente convidados para realizar estudos do sono utilizando monitores portáteis. AOS foi definida como um índice de apneiahipopneia 15 eventos/hora. A frequência de AOS nos pacientes com SAFPt foi comparada com controles derivados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), pareados por idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC), na proporção de 1:3. A seguir, a performance de 3 ferramentas para rastreamento de AOS (questionário de Berlim, STOP-Bang e NoSAS) foi avaliada nos pacientes com SAFPt. Por fim, pacientes com SAFPt foram classificados de acordo com a presença de AOS, e suas características clínicas e laboratoriais (incluindo dano acumulado avaliado pelo Damage Index for Antiphospholipid Syndrome [DIAPS] e biomarcadores associados a trombose e ativação endotelial) foram comparadas utilizando procedimentos estatísticos usuais. Resultados: Cinquenta e dois pacientes foram incluídos na análise (sexo feminino: 82,7%, idade média 48±14 anos, IMC médio 31,1±6,5 kg/m2). Desses, 25% foram diagnosticados com AOS através do estudo do sono. Quando comparados com os controles pareados (N=115), não houve diferenças estatisticamente significativas na frequência da AOS nos pacientes com SAFPt (SAFPt: 12/42 [28,6%] vs. controles: 35/115 [30,4%], p=0,821). Entre as ferramentas de rastreamento, NoSAS apresentou a maior área sob a curva ROC (AUC 0,806, IC95% 0,672-0,939, p=0,001), seguida do STOP-Bang (AUC 0,772, IC95% 0,607-0,938, p=0,004); o questionário de Berlim não foi útil nesse contexto. Pacientes com SAFPt e AOS apresentaram maiores níveis de fator de von Willebrand (FvW) (mediana 38,9 vs. 32,6, p=0,038) e DIAPS (mediana 5 vs. 2, p=0,020) do que aqueles com SAFPt sem AOS. AOS se manteve estatisticamente associada ao maior DIAPS mesmo após controle para idade, duração de doença e IMC. Conclusão: AOS é comum nos pacientes com SAFPt, com frequência comparável a uma população não referenciada. Tanto o NoSAS quanto o STOP-Bang parecem ser úteis como ferramentas de rastreamento da AOS nos pacientes com SAFPt. Pacientes com SAFPt e AOS apresentaram um maior dano acumulado pela doença e maiores níveis de FvW, o que pode sugerir um fenótipo mais grave da SAFPt nesse contextoIntroduction: Obstructive sleep apnea (OSA) correlates with an increased risk of cardiovascular and cerebrovascular events. Understanding its impact in patients with thrombotic primary antiphospholipid syndrome (tPAPS) may contribute to mitigate thrombosis recurrence risk in these patients. Objective: We aimed to evaluate the frequency of OSA in patients with tPAPS, to investigate the performance of screening tools for OSA in this scenario and to compare clinical/laboratorial differences in tPAPS patients with and without OSA. Methods: We consecutively enrolled patients with tPAPS to undergo sleep studies using a portable monitor. OSA was defined as apneahypopnea index 15 events/hour. Frequency of OSA in tPAPS was evaluated and compared with age-, gender-, and BMI-matched controls (1:3 ratio) from the Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Next, we tested the performance of three different screening tools for assessing OSA in patients with tPAPS. Finally, patients with tPAPS were stratified according to OSA status comparing their clinical and laboratory characteristics (including damage burden measured by Damage Index for Antiphospholipid Syndrome [DIAPS] and biomarkers associated with thrombosis) using standard statistical procedures. Results: Fifty-two patients were included for analysis (females: 82.7%; mean age: 48±14 years; body-mass index: 31.1±6.5 kg/m2). Of those, 25% were diagnosed with OSA by sleep studies. When compared to matched controls from ELSA-Brasil (n=115), there were no significant differences in the frequencies of OSA (tPAPS: 12/42 [28.6%] vs. controls: 35/115 [30.4%], p=0.821). Among screening tools, NoSAS had the highest area under ROC curve (AUC 0.806, CI 95% 0.672-0.939, p=0.001), followed by STOP-Bang (AUC 0.772, CI 95% 0.607-0.938, p=0.004). Patients with comorbid tPAPS and OSA presented higher levels of von Willebrand factor (vWF) (median 38.9 vs. 32.6, p=0.038) and DIAPS (median 5 vs. 2, p=0.020), when compared to those without OSA. OSA remained statistically associated with higher DIAPS, even after controlling for age, disease duration and BMI. Conclusion: OSA is common in patients with tPAPS, with rates comparable to a nonreferred population. Both NoSAS and STOP-Bang scores seems to be useful for screening OSA in these patients. Patients with tPAPS+OSA had higher damage burden and higher levels of vWF, which might suggest a more severe phenotype of tPAPS in this scenarioBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Danieli Castro Oliveira deBalbi, Gustavo Guimaraes Moreira2024-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-24042024-150512/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-05T16:15:03Zoai:teses.usp.br:tde-24042024-150512Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-05T16:15:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) se associa com um aumento no risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. O entendimento do impacto da AOS nos pacientes com síndrome antifosfolípide primária trombótica (SAFPt) pode ser importante para se reduzir o risco de recorrência trombótica nesses pacientes. Objetivo: Avaliar a frequência de AOS nos pacientes com SAFPt, investigar a performance das ferramentas de rastreamento para AOS nesse cenário, e comparar o perfil clínico e laboratorial dos pacientes com SAFPt com e sem AOS. Métodos: Pacientes com SAFPt foram consecutivamente convidados para realizar estudos do sono utilizando monitores portáteis. AOS foi definida como um índice de apneiahipopneia 15 eventos/hora. A frequência de AOS nos pacientes com SAFPt foi comparada com controles derivados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), pareados por idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC), na proporção de 1:3. A seguir, a performance de 3 ferramentas para rastreamento de AOS (questionário de Berlim, STOP-Bang e NoSAS) foi avaliada nos pacientes com SAFPt. Por fim, pacientes com SAFPt foram classificados de acordo com a presença de AOS, e suas características clínicas e laboratoriais (incluindo dano acumulado avaliado pelo Damage Index for Antiphospholipid Syndrome [DIAPS] e biomarcadores associados a trombose e ativação endotelial) foram comparadas utilizando procedimentos estatísticos usuais. Resultados: Cinquenta e dois pacientes foram incluídos na análise (sexo feminino: 82,7%, idade média 48±14 anos, IMC médio 31,1±6,5 kg/m2). Desses, 25% foram diagnosticados com AOS através do estudo do sono. Quando comparados com os controles pareados (N=115), não houve diferenças estatisticamente significativas na frequência da AOS nos pacientes com SAFPt (SAFPt: 12/42 [28,6%] vs. controles: 35/115 [30,4%], p=0,821). Entre as ferramentas de rastreamento, NoSAS apresentou a maior área sob a curva ROC (AUC 0,806, IC95% 0,672-0,939, p=0,001), seguida do STOP-Bang (AUC 0,772, IC95% 0,607-0,938, p=0,004); o questionário de Berlim não foi útil nesse contexto. Pacientes com SAFPt e AOS apresentaram maiores níveis de fator de von Willebrand (FvW) (mediana 38,9 vs. 32,6, p=0,038) e DIAPS (mediana 5 vs. 2, p=0,020) do que aqueles com SAFPt sem AOS. AOS se manteve estatisticamente associada ao maior DIAPS mesmo após controle para idade, duração de doença e IMC. Conclusão: AOS é comum nos pacientes com SAFPt, com frequência comparável a uma população não referenciada. Tanto o NoSAS quanto o STOP-Bang parecem ser úteis como ferramentas de rastreamento da AOS nos pacientes com SAFPt. Pacientes com SAFPt e AOS apresentaram um maior dano acumulado pela doença e maiores níveis de FvW, o que pode sugerir um fenótipo mais grave da SAFPt nesse contexto |
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