Avaliação de um programa cognitivo-comportamental em grupo de educação alimentar para sobrepeso e obesidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Affonso, Gabriela
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-20052024-111855/
Resumo: O sobrepeso e a obesidade são considerados epidemia mundial, são fatores de risco para um grande número de doenças crônicas, estando associados à maior mortalidade geral e à maior morbidez. Sabe-se que tais condições são multifacetadas e seus correlatos psicológicos podem ser relevantes para o manejo clínico dos indivíduos portadores de tais condições, sendo esta uma importante lacuna a ser estudada. O objetivo desta pesquisa é avaliar se os participantes que foram submetidos a um Programa Cognitivo-Comportamental de Educação Alimentar (TCC) aliado a orientações nutricionais, no período de 2010 a 2013, tiveram resultados de melhora, quando consideradas as variáveis: sintomas de ansiedade, depressão, desesperança, compulsão alimentar, percepção da imagem corporal e índice de massa corporal (IMC), quando comparados ao grupo sem intervenção de TCC que recebeu apenas a intervenção habitual de nutrição. Além disso, busca-se investigar preditores da não adesão aos tratamentos. A amostra final do estudo constitui-se de 186 adultos, sendo que 92 participaram do Grupo Experimental, sendo 79,3% mulheres, e com média de idade de 43,3 (DP=12,3). Já o Grupo Controle contou com 94 participantes, sendo 79,8% mulheres, com idade média 42,3 (DP=13,0). Em ambos os grupos mais de 50% dos participantes possuíam ensino superior. Os instrumentos utilizados antes dos grupos terem início (pré-teste) e após os grupos terminarem (pós-teste) foram o Inventário Beck de Ansiedade, Depressão e Desesperança, a Escala de Compulsão Alimentar Periódica e a Escala de Figuras de Silhuetas. Também foram coletadas medidas de peso e altura para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O Grupo de Experimental recebeu o programa de TCC e orientações nutricionais, enquanto o Grupo Controle recebeu apenas as orientações de nutrição. Ambos os grupos contaram com 12 sessões de frequência semanal. Foi feita uma comparação das médias, através do Teste t para amostras dependentes, de pré-teste e pós-teste para cada grupo e observou-se que ambos os grupos apresentaram redução em todas as variáveis estudadas ao final da intervenção (p<0,05). Também foi realizado, através do Teste t para amostras independentes, uma comparação das médias do Grupo Experimental e Controle, no pós-teste. Foi apontado diferença para o IMC (p=0,02; d=0,49) e para a estimação da percepção com a imagem corporal (p=0,03, d=0,54) menores para o Grupo Experimental e para a desesperança (p=0,05; d=0,40) menor no Grupo Controle. A taxa de não adesão aos tratamentos foi 49,4% (92) e não houve diferenças em relação ao tipo de grupo ou sexo. A investigação de preditores da não adesão através da análise de regressão logística não apontou para um modelo consistente de preditores. O único fator associado a não adesão foi possuir ensino superior. Conclui-se, portanto, que apesar dos dois grupos terem reduzido os sintomas, o grupo Experimental teve maior diminuição no IMC e da estimação com um tamanho do efeito médio. Sendo a redução de peso o maior objetivo de tratamentos para obesidade, esses achados sinalizam o potencial das intervenções psicológicas e a necessidade de maior aprofundamento e desenvolvimento das mesmas. Necessita-se de pesquisa mais aprofundada no que diz respeito à não adesão aos tratamentos.
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spelling Avaliação de um programa cognitivo-comportamental em grupo de educação alimentar para sobrepeso e obesidadeEvaluation of a cognitive-behavioral program group for food education for overweight and obesityAdesãoAdherenceCognitive-behavioral therapyGroupsGruposObesidadeObesityTerapia cognitivo-comportamentalO sobrepeso e a obesidade são considerados epidemia mundial, são fatores de risco para um grande número de doenças crônicas, estando associados à maior mortalidade geral e à maior morbidez. Sabe-se que tais condições são multifacetadas e seus correlatos psicológicos podem ser relevantes para o manejo clínico dos indivíduos portadores de tais condições, sendo esta uma importante lacuna a ser estudada. O objetivo desta pesquisa é avaliar se os participantes que foram submetidos a um Programa Cognitivo-Comportamental de Educação Alimentar (TCC) aliado a orientações nutricionais, no período de 2010 a 2013, tiveram resultados de melhora, quando consideradas as variáveis: sintomas de ansiedade, depressão, desesperança, compulsão alimentar, percepção da imagem corporal e índice de massa corporal (IMC), quando comparados ao grupo sem intervenção de TCC que recebeu apenas a intervenção habitual de nutrição. Além disso, busca-se investigar preditores da não adesão aos tratamentos. A amostra final do estudo constitui-se de 186 adultos, sendo que 92 participaram do Grupo Experimental, sendo 79,3% mulheres, e com média de idade de 43,3 (DP=12,3). Já o Grupo Controle contou com 94 participantes, sendo 79,8% mulheres, com idade média 42,3 (DP=13,0). Em ambos os grupos mais de 50% dos participantes possuíam ensino superior. Os instrumentos utilizados antes dos grupos terem início (pré-teste) e após os grupos terminarem (pós-teste) foram o Inventário Beck de Ansiedade, Depressão e Desesperança, a Escala de Compulsão Alimentar Periódica e a Escala de Figuras de Silhuetas. Também foram coletadas medidas de peso e altura para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O Grupo de Experimental recebeu o programa de TCC e orientações nutricionais, enquanto o Grupo Controle recebeu apenas as orientações de nutrição. Ambos os grupos contaram com 12 sessões de frequência semanal. Foi feita uma comparação das médias, através do Teste t para amostras dependentes, de pré-teste e pós-teste para cada grupo e observou-se que ambos os grupos apresentaram redução em todas as variáveis estudadas ao final da intervenção (p<0,05). Também foi realizado, através do Teste t para amostras independentes, uma comparação das médias do Grupo Experimental e Controle, no pós-teste. Foi apontado diferença para o IMC (p=0,02; d=0,49) e para a estimação da percepção com a imagem corporal (p=0,03, d=0,54) menores para o Grupo Experimental e para a desesperança (p=0,05; d=0,40) menor no Grupo Controle. A taxa de não adesão aos tratamentos foi 49,4% (92) e não houve diferenças em relação ao tipo de grupo ou sexo. A investigação de preditores da não adesão através da análise de regressão logística não apontou para um modelo consistente de preditores. O único fator associado a não adesão foi possuir ensino superior. Conclui-se, portanto, que apesar dos dois grupos terem reduzido os sintomas, o grupo Experimental teve maior diminuição no IMC e da estimação com um tamanho do efeito médio. Sendo a redução de peso o maior objetivo de tratamentos para obesidade, esses achados sinalizam o potencial das intervenções psicológicas e a necessidade de maior aprofundamento e desenvolvimento das mesmas. Necessita-se de pesquisa mais aprofundada no que diz respeito à não adesão aos tratamentos.Overweight and obesity are considered worldwide epidemies, are risk factors for a large number of chronic diseases, and are associated with higher overall mortalily and higher morbidity. It is known that such conditions are multifaceted and their psychological correlates may be relevant for the clinical management of individuals with such conditions, and this is an important lacuna to be studied. The objective of this research was to evaluate if the participants who underwent a Cognitive-Behavioral Program of Food Education (TCC), along with nutritional guidelines, between 2010 and 2013, had improvement results when considering the following variables: anxiety, Depression, hopelessness, binge eating, body image perception and body mass index (BMI), when compared to the group without CBT intervention that received only the usual nutrition intervention. ln addition, it is sought to investigate predictors of non-adherence to treatments. The final sample of the study consisted of 186 adults, of which 92 participated in the Experimental Group, 79.3% were women, and the mean age was 43.3 (SD = 12.3). The Control Group had 94 participants, 79.8% of whom were women, with a mean age of 42.3 (SD = 13.0). ln both groups more than 50% of the participants had higher education. The instruments used before the groups started (pre-test) and after the groups finished (post-test) were the Beck lnventory of Anxiety, Depression and Hopelessness, the Periodic Feed Compulsion Scale, and the Silhouetted Figures Scale. Weight and height measures were also collected to calculate the Body Mass Index (BMI). The Experimental Group received the CBT program and nutritional guidelines, while the Control Group received only the nutrition guidelines. Both groups had 12 weekly sessions. A comparison of the means was done through the t-Test for dependent, pre-test and post-test samples for each group and it was observed that both groups showed reduction in all the variables studied at the end of the intervention (p <0,05). A comparison of the Experimental and Control Group averages was also performed through the t test for independent samples, in the post-test. A difference was observed for the BMI (p = 0.02, d = 0.49) and for the estimation of body image perception (p = 0.03, d= 0.54) lower for the Experimental Group and for the Hopelessness (p = 0.05; d = 0.40) lower in the Control Group. The rate of non-adherence to treatments was 49.4% (92) and there were no differences in relation to the type of group or sex. The investigation of predictors of non-adherence through logistic regression analysis did not point to a consistent model of predictors. The only factor associated with non-adherence was having higher education. It was concluded, therefore, that although the two groups reduced the symptoms, the Experimental group had a greater decrease in the BMI and the estimation with an average effect size. Since weight reduction is the major goal of obesity treatments, these findings indicate the potential of psychological interventions and the need for further deepening and development of them. Further research is needed on non-compliance with treatments.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNeufeld, Carmem BeatrizAffonso, Gabriela2017-05-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-20052024-111855/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-05-20T15:09:03Zoai:teses.usp.br:tde-20052024-111855Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-05-20T15:09:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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