Efeitos da suplementação de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 sobre a função cognitiva e metabolômica de cães em crescimento

• Autor(a) principal: Rodrigues, Roberta Bueno Ayres
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-18052021-082140/
• topic: Ácido docosahexaenóico; Ácido eicosapentaenóico; Aprendizado; Canine; Canino; Docosahexaenoic acid; Eicosapentaenoic acid; Fish oil; Learning; Metabolites; Metabólitos; Óleo de peixe

Está bem estabelecido na literatura que o ácido graxo poli-insaturado (AGPI) ômega-3 docosahexaenóico (DHA) desempenha papel importante no desenvolvimento e funcionalidade do cérebro em humanos e cães idosos. Dessa forma, esse estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito da suplementação de óleo de peixe concentrado em DHA sobre a função cognitiva de cães em crescimento. Foram utilizados 12 cães saudáveis, blocados por raça e distribuídos aleatoriamente em dois grupos: Grupo Tratado (GT) (n = 6), com suplementação de 40mg de DHA/kg de peso corporal/dia e Grupo Controle (GC) (n= 6), sem suplementação. A ingestão de alimentos dos animais foi acompanhada diariamente. Realizou-se o teste de discriminação de objetos [(para medir a capacidade de aprendizado associada à função cognitiva, consistindo de uma etapa normal (FN) e uma reversa (FR)] e coleta de sangue para análise de metabolômica, concentração sérica de AGPI [Ácidos DHA + Eicosapentaenóico (EPA), araquidônico (AA), linoléico (AL), alfa linolênico (AAL)] e capacidade antioxidante total (CAT) antes (0), 30 (1), 60 (2) e 90 (3) dias após o início da suplementação. Os resultados obtidos foram analisados no programa estatístico SAS, o teste de Shapiro Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos resíduos, realizou-se análises de variância com o PROC MIXED e teste de Tukey (p<0,05) para comparação de médias e PROC GLM para ingestão de nutrientes. Os animais do grupo GT apresentaram maior ingestão de EPA+ DHA (200mg/kg^075) do que os animais do grupo GC (114,50mg/kg^075) (p<0,0001). Os resultados obtidos na FN mostraram diferenças entre o tratamento (p= 0,0039) e o tempo (p<0,0001), no qual a frequência de respostas corretas do grupo GT (70,12%) foi maior que GC (62,67%). Em relação a FR, houve efeito no tempo (p<0,0001). As concentrações de EPA + DHA no tempo 1, 2 e 3 foram maiores que no tempo 0 para o grupo TG (p= 0,0159), que por sua vez apresentou maior concentração no tempo 2, quando comparado ao GC (p = 0,0245). As concentrações de AA aumentaram com o tempo, independente do tratamento (p= 0,0158), bem como AL (p<0,0001), enquanto para AAL não houve diferença (p>0,05). As porcentagens séricas médias de EPA + DHA foram de 5,60% e 4,88%, para TG e GC, respectivamente. Em relação a CAT, houve efeito de tempo (p= 0,0322). Concluiu-se que a função cognitiva de cães em crescimento pode ser melhorada com a suplementação de óleo de peixe concentrado em DHA sem aumentar a oxidação sérica.