Imagens de Roland Barthes no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Laura Taddei Brandini
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.8.2013.tde-13022014-102229
Resumo: Roland Barthes nunca colocou os pés em território brasileiro. O que não quer dizer que ele nunca tenha estado no Brasil: seus escritos, carregados com suas ideias, suas noções, seus paradoxos e suas idas e vindas, trataram de assegurar sua presença na história da crítica literária brasileira do século XX. As relações entre Barthes e os intelectuais constituem o tema deste trabalho, que tem por objetivo encontrar, descrever e problematizar as imagens do escritor francês, produtos de sua recepção no Brasil, de 1953, data da publicação do primeiro livro de Barthes, Le Degré zéro de lécriture, até o momento atual. Efeitos de um processo de refração, tais imagens não se limitam a reproduzir a dinâmica do pensamento barthesiano, mas também evidenciam as particularidades do contexto e dos intelectuais que delas se apropriaram. Pois a periodização estudada compreende um momento de transição na história da crítica brasileira que a recepção à obra do escritor torna evidente: a consolidação das instituições universitárias, nos anos 50 e 60, abriu um novo espaço para os debates literários, antes limitados aos jornais. A crítica literária e as discussões teóricas, até esse momento, dominadas por críticos de formação autodidata, passaram a, paulatinamente, constituir uma preocupação dos professores universitários. A proposta deste trabalho é examinar como o pensamento de Barthes foi integrado nesse contexto, tendo como fio condutor e corpus principal o jornal O Estado de S. Paulo, complementado pela revista universitária Língua e Literatura. Tendo sido primeiro comentado pela crítica jornalística para, em seguida, tornar-se objeto de uma crítica universitária, o pensamento barthesiano transparece sob a forma de imagens parciais que, ao final do percurso investigatório, compõem um mosaico heterogêneo e complexo. Incompreendido, mestre estruturalista da nouvelle critique, semiólogo e guru nas universidades, hedonista, subversivo: em cada imagem pulsa uma faceta de Barthes, num movimento constante, engendrando novas leituras e a escrita de novos textos, e assim circulando, viva.
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As relações entre Barthes e os intelectuais constituem o tema deste trabalho, que tem por objetivo encontrar, descrever e problematizar as imagens do escritor francês, produtos de sua recepção no Brasil, de 1953, data da publicação do primeiro livro de Barthes, Le Degré zéro de lécriture, até o momento atual. Efeitos de um processo de refração, tais imagens não se limitam a reproduzir a dinâmica do pensamento barthesiano, mas também evidenciam as particularidades do contexto e dos intelectuais que delas se apropriaram. Pois a periodização estudada compreende um momento de transição na história da crítica brasileira que a recepção à obra do escritor torna evidente: a consolidação das instituições universitárias, nos anos 50 e 60, abriu um novo espaço para os debates literários, antes limitados aos jornais. A crítica literária e as discussões teóricas, até esse momento, dominadas por críticos de formação autodidata, passaram a, paulatinamente, constituir uma preocupação dos professores universitários. A proposta deste trabalho é examinar como o pensamento de Barthes foi integrado nesse contexto, tendo como fio condutor e corpus principal o jornal O Estado de S. Paulo, complementado pela revista universitária Língua e Literatura. Tendo sido primeiro comentado pela crítica jornalística para, em seguida, tornar-se objeto de uma crítica universitária, o pensamento barthesiano transparece sob a forma de imagens parciais que, ao final do percurso investigatório, compõem um mosaico heterogêneo e complexo. Incompreendido, mestre estruturalista da nouvelle critique, semiólogo e guru nas universidades, hedonista, subversivo: em cada imagem pulsa uma faceta de Barthes, num movimento constante, engendrando novas leituras e a escrita de novos textos, e assim circulando, viva. Roland Barthes never placed his feet on Brazilian territory. Which is not to say that he has never been in Brazil: his writings, full of his ideas, his concepts, his paradoxes and his comings and goings, treated to ensure his presence in the history of Brazilian literary criticism of the twentieth century. The relations between Barthes and intellectuals are the subject of this work, which aims to find, describe and discuss the images of the French writer, products of his reception in Brazil, from 1953, the publication date of Barthes first book, Le Degré zéro de l\'écriture, until the present time. Effects of a refraction process, such images do not merely reproduce the dynamics of Barthesian thought, but also highlight the particularities of the context and intellectuals who have appropriated of them. As the periodization studied comprises a transition moment in the history of Brazilian criticism that the reception to the work of the writer becomes evident: the consolidation of the university institutions in the 50s and 60s opened a new space for literary debates, once limited to newspapers. Literary criticism and theoretical discussions, so far dominated by self-taught critical, began, gradually, a concern of academics. The proposition of this thesis is to examine how Barthes thoughts were integrated in this context, having as a guiding thread, and the main corpus, the newspaper O Estado de São Paulo, complemented by the university journal Língua e Literatura. Having first been discussed by the journalistic critics and later becoming a subject of academic criticism, Barthesian thought emerges in the form of partial images that, at the end of the investigative path, composes a heterogeneous and complex mosaic. Misunderstood, struturalist master of nouvelle critique, semiotician and guru in universities, hedonistic, subversive: in each image pulsates a facet of Barthes in a steady movement, engendering new readings and the writing of new texts, and thus circulating, alive. https://doi.org/10.11606/T.8.2013.tde-13022014-102229info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:50:03Zoai:teses.usp.br:tde-13022014-102229Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:34:56.176839Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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