Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bruscky, Larissa Ventura Ribeiro
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-28072020-105123/
Resumo: Introdução: Apesar da constante renovação e aprimoramento das próteses valvares cardíacas a decisão sobre substituição por prótese biológica ou mecânica permanece controversa. Objetivo: Comparar o tempo de sobrevida livre de reoperação, de mortalidade tardia por todas as causas, e de eventos adversos nos pacientes portadores de bioprótese ou prótese mecânica em posição aórtica. Métodos: Estudo observacional, do tipo coorte histórica por análise de prontuário. Foram selecionados 221 pacientes operados entre 2004 e 2008, de maneira que tivessem pelo menos 10 anos de evolução. Foram excluídos seis (2,7%) pacientes que morreram antes de 30 dias e treze (5,8%) pacientes que perderam o acompanhamento ambulatorial. Resultados: Entre os 202 pacientes incluídos para análise, a média de idade foi de aproximadamente 50 anos para ambos os grupos, com a maioria (70%) do sexo masculino. A média de seguimento foi 9,29±3,8 anos, com mediana de 10,4 anos e 74% dos pacientes tinham mais de oito anos de seguimento. A probabilidade de sobrevida livre de óbito e reoperação foi significativamente maior nos pacientes com prótese mecânica (HR=0,33; IC 95%=0.13-0.79; p=0,013). Não houve diferença entre os grupos em relação à mortalidade tardia. O percentual ajustado pelos dados censurados para mortalidade tardia foi de 6,11% para o grupo de prótese biológica e 7,9% para prótese mecânica (p=0,68). Por outro lado, o risco de reoperação foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese biológica em comparação com a prótese mecânica (HR=0,062; IC 95%=0,008-0,457; p=0,006). O risco de eventos adversos composto de acidente vascular cerebral, sangramento, endocardite, trombose e regurgitação paraprotética foi semelhante entre os grupos (HR=1,20; IC 95%= 0,74-1,93; p=0,44). O risco de sangramento foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese mecânica em comparação com a prótese biológica (HR=3,65; IC 95%=1,43-9,29; p = 0,0064), porém não houve sangramento fatal. Conclusões: A probabilidade de sobrevida livre de óbito e reoperação foi significativamente maior nos pacientes com prótese mecânica, às custas da maior durabilidade da prótese. Não houve diferença de mortalidade em 10 anos entre os dois grupos. A necessidade de reoperação foi significativamente maior nos pacientes com bioprótese e com idade inferior a 30 anos. Embora não tenha havido nenhum sangramento fatal, pacientes com prótese mecânica apresentaram mais sangramento.
id USP_48030fcff638868bd348d17763092268
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-28072020-105123
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórticaLate outcome of biological versus mechanical aortic valve prosthesisAortic valveBioprosthesisBiopróteseHeart valve prosthesisHeart valve prosthesis implantationImplante de Prótese de Valva CardíacaPróteses Valvulares CardíacasValva AórticaIntrodução: Apesar da constante renovação e aprimoramento das próteses valvares cardíacas a decisão sobre substituição por prótese biológica ou mecânica permanece controversa. Objetivo: Comparar o tempo de sobrevida livre de reoperação, de mortalidade tardia por todas as causas, e de eventos adversos nos pacientes portadores de bioprótese ou prótese mecânica em posição aórtica. Métodos: Estudo observacional, do tipo coorte histórica por análise de prontuário. Foram selecionados 221 pacientes operados entre 2004 e 2008, de maneira que tivessem pelo menos 10 anos de evolução. Foram excluídos seis (2,7%) pacientes que morreram antes de 30 dias e treze (5,8%) pacientes que perderam o acompanhamento ambulatorial. Resultados: Entre os 202 pacientes incluídos para análise, a média de idade foi de aproximadamente 50 anos para ambos os grupos, com a maioria (70%) do sexo masculino. A média de seguimento foi 9,29±3,8 anos, com mediana de 10,4 anos e 74% dos pacientes tinham mais de oito anos de seguimento. A probabilidade de sobrevida livre de óbito e reoperação foi significativamente maior nos pacientes com prótese mecânica (HR=0,33; IC 95%=0.13-0.79; p=0,013). Não houve diferença entre os grupos em relação à mortalidade tardia. O percentual ajustado pelos dados censurados para mortalidade tardia foi de 6,11% para o grupo de prótese biológica e 7,9% para prótese mecânica (p=0,68). Por outro lado, o risco de reoperação foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese biológica em comparação com a prótese mecânica (HR=0,062; IC 95%=0,008-0,457; p=0,006). O risco de eventos adversos composto de acidente vascular cerebral, sangramento, endocardite, trombose e regurgitação paraprotética foi semelhante entre os grupos (HR=1,20; IC 95%= 0,74-1,93; p=0,44). O risco de sangramento foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese mecânica em comparação com a prótese biológica (HR=3,65; IC 95%=1,43-9,29; p = 0,0064), porém não houve sangramento fatal. Conclusões: A probabilidade de sobrevida livre de óbito e reoperação foi significativamente maior nos pacientes com prótese mecânica, às custas da maior durabilidade da prótese. Não houve diferença de mortalidade em 10 anos entre os dois grupos. A necessidade de reoperação foi significativamente maior nos pacientes com bioprótese e com idade inferior a 30 anos. Embora não tenha havido nenhum sangramento fatal, pacientes com prótese mecânica apresentaram mais sangramento.Introduction: Despite the constant renovation and improvement of cardiac valve prostheses, the decision about replacement by biological or mechanical remains controversial. Objective: To compare the event-free survival time of reoperation, late mortality from all causes, and adverse events in patients with bioprostheses or mechanical prostheses in aortic position. Methods: This was an observational, historical cohort study made by medical record analysis. A total of 221 patients operated between 2004 and 2008 were selected, so that they had at least 10 years of evolution. Six (2.7%) patients who died before 30 days and 13 (5.8%) patients who missed outpatient follow-up were excluded. Results: Among the 202 patients included for analysis, the average age was approximately 50 years for both groups, with the majority (70%) being male. The mean follow-up was 9.29 ±3.8 years, with a median of 10.4 years and 74% of the patients had more than eight years of follow-up. The probability of death-free survival and reoperation was significantly higher in patients with mechanical prostheses (HR = 0.33; 95% CI = 0.13-0.79; p = 0.013). There was no difference between the groups regarding late mortality. The percentage adjusted for censored data for late mortality was 6.11% for the biological prosthesis group and 7.9% for mechanical prostheses (p = 0.68). On the other hand, the risk of reoperation was significantly higher in patients treated with biological prostheses compared to mechanical prostheses (HR = 0.062; 95% CI = 0.008-0.457; p = 0.006). The risk of adverse events composed of stroke, bleeding, endocarditis, thrombosis and paraprosthetic regurgitation was similar between the groups (HR = 1.20; 95% CI = 0.74-1.93; p = 0.44). The risk of bleeding was significantly higher in patients treated with mechanical prosthesis compared to biological prosthesis (HR =3.65; 95% CI = 1.43-9.29; p = 0.0064), but there was no fatal bleeding. Conclusions: The probability of death-free survival and reoperation was significantly higher in patients with mechanical prostheses, due to the longer durability of the prosthesis. There was no difference in 10-year mortality between the two groups. The need for reoperation was significantly higher in patients with bioprostheses and under the age of 30 years. Although there was no fatal bleeding, patients with mechanical prosthesis experienced more bleeding.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGun, CarlosRamos, Auristela Isabel de OliveiraBruscky, Larissa Ventura Ribeiro2020-05-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-28072020-105123/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-08-17T16:40:02Zoai:teses.usp.br:tde-28072020-105123Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-08-17T16:40:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
Late outcome of biological versus mechanical aortic valve prosthesis
title Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
spellingShingle Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
Bruscky, Larissa Ventura Ribeiro
Aortic valve
Bioprosthesis
Bioprótese
Heart valve prosthesis
Heart valve prosthesis implantation
Implante de Prótese de Valva Cardíaca
Próteses Valvulares Cardíacas
Valva Aórtica
title_short Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
title_full Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
title_fullStr Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
title_full_unstemmed Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
title_sort Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica
author Bruscky, Larissa Ventura Ribeiro
author_facet Bruscky, Larissa Ventura Ribeiro
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Gun, Carlos
Ramos, Auristela Isabel de Oliveira
dc.contributor.author.fl_str_mv Bruscky, Larissa Ventura Ribeiro
dc.subject.por.fl_str_mv Aortic valve
Bioprosthesis
Bioprótese
Heart valve prosthesis
Heart valve prosthesis implantation
Implante de Prótese de Valva Cardíaca
Próteses Valvulares Cardíacas
Valva Aórtica
topic Aortic valve
Bioprosthesis
Bioprótese
Heart valve prosthesis
Heart valve prosthesis implantation
Implante de Prótese de Valva Cardíaca
Próteses Valvulares Cardíacas
Valva Aórtica
description Introdução: Apesar da constante renovação e aprimoramento das próteses valvares cardíacas a decisão sobre substituição por prótese biológica ou mecânica permanece controversa. Objetivo: Comparar o tempo de sobrevida livre de reoperação, de mortalidade tardia por todas as causas, e de eventos adversos nos pacientes portadores de bioprótese ou prótese mecânica em posição aórtica. Métodos: Estudo observacional, do tipo coorte histórica por análise de prontuário. Foram selecionados 221 pacientes operados entre 2004 e 2008, de maneira que tivessem pelo menos 10 anos de evolução. Foram excluídos seis (2,7%) pacientes que morreram antes de 30 dias e treze (5,8%) pacientes que perderam o acompanhamento ambulatorial. Resultados: Entre os 202 pacientes incluídos para análise, a média de idade foi de aproximadamente 50 anos para ambos os grupos, com a maioria (70%) do sexo masculino. A média de seguimento foi 9,29±3,8 anos, com mediana de 10,4 anos e 74% dos pacientes tinham mais de oito anos de seguimento. A probabilidade de sobrevida livre de óbito e reoperação foi significativamente maior nos pacientes com prótese mecânica (HR=0,33; IC 95%=0.13-0.79; p=0,013). Não houve diferença entre os grupos em relação à mortalidade tardia. O percentual ajustado pelos dados censurados para mortalidade tardia foi de 6,11% para o grupo de prótese biológica e 7,9% para prótese mecânica (p=0,68). Por outro lado, o risco de reoperação foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese biológica em comparação com a prótese mecânica (HR=0,062; IC 95%=0,008-0,457; p=0,006). O risco de eventos adversos composto de acidente vascular cerebral, sangramento, endocardite, trombose e regurgitação paraprotética foi semelhante entre os grupos (HR=1,20; IC 95%= 0,74-1,93; p=0,44). O risco de sangramento foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese mecânica em comparação com a prótese biológica (HR=3,65; IC 95%=1,43-9,29; p = 0,0064), porém não houve sangramento fatal. Conclusões: A probabilidade de sobrevida livre de óbito e reoperação foi significativamente maior nos pacientes com prótese mecânica, às custas da maior durabilidade da prótese. Não houve diferença de mortalidade em 10 anos entre os dois grupos. A necessidade de reoperação foi significativamente maior nos pacientes com bioprótese e com idade inferior a 30 anos. Embora não tenha havido nenhum sangramento fatal, pacientes com prótese mecânica apresentaram mais sangramento.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-05-19
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-28072020-105123/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-28072020-105123/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809091154543640576