Processo intermitente de extração de óleo de soja com solventes líquidos pressurizados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74132/tde-02082024-154027/ |
Resumo: | No processo de produção de óleos vegetais para consumo humano, há interesse em utilizar processos de extração eficientes e sustentáveis, que empregam solventes renováveis e não deixam resíduos tóxicos no produto final. Atualmente, o desenvolvimento de diferentes métodos ecologicamente corretos para extrair óleos vegetais vêm sendo desenvolvidos, a se destacar os com foco na extração com líquido pressurizado (Pressurized Liquid Extraction PLE) em processo intermitente. A PLE usando etanol como solvente está sendo estudada para esse fim. A PLE em um processo intermitente é muito eficiente e utiliza baixos volumes de solventes. A avaliação de parâmetros que afetam a produção de óleo vegetal e o estudo do comportamento da cinética de extração possibilitam conhecer a condição de maior taxa de extração, gerando dados para o estudo dos custos de produção, por exemplo. Este estudo apresentou a extração com líquido pressurizado em um processo intermitente para a obtenção de óleo de soja, utilizando menos solvente do que a extração convencional ou substituindo o solvente por outro menos tóxico. Foram utilizados como solvente nessa pesquisa o hexano e o etanol. Durante a pesquisa, avaliou-se o rendimento ótimo da extração, análises físico-químicas dos óleos obtidos, estimou-se o custo de implementação e de operação no aumento de escala do PLE, assim como a cinética de extração e a modelagem da extração em processo intermitente. Para avaliação do rendimento utilizou-se o planejamento experimental em duas etapas. Parâmetros como temperatura (T), volume de solvente de enxágue (VS), tempo de contato entre o solvente e a matriz (St) em cada ciclo e número de ciclos (C) foram analisados em um planejamento Fatorial Fracionário 24-1. Após testes preliminares, T e St foram as variáveis significativas identificadas. Assim essas variáveis (T e St) foram reavaliadas em um DCCR 2², enquanto VS, C e a pressão (P) foram mantidos fixos. O volume de enxague (VS) foi mantido em 60% do volume total do extrator de leito fixo, usando 3 ciclos e 10,34 MPa, respectivamente. Nas condições otimizadas, as maiores recuperações de óleo de soja foram de 94,40% (85 °C, 13 min, com hexano pressurizado) e 86,16% (80 °C, 12 min, com etanol pressurizado). O aumento da massa de solvente para 100% do VS resultou em um aumento de rendimento de 1,47% (hexano) e 3,99% (etanol). A concentração de β-sitosterol foi identificado nos óleos extraídos com hexano e etanol, apresentando valor ≤182,78 mg/100g de óleo (hexano) e ≤71,64 mg/100g de óleo (etanol). Os principais ácidos graxos foram, linoleico (≤51,12%, etanol; ≤40,31%, hexano) e oleico (≤24,98%, etanol; ≤26,62%, hexano) e verificou-se que o perfil de ácidos graxos não foi afetado pelos diferentes solventes ou processos de extração. Os triacilgliceróis (TAG) foram estimados com base nos ácidos graxos determinado e os principais TAGs identificados foram LLO, LLL e OOL. Medidas dos óleos extraídos com hexano e etanol mostraram variações mínimas de densidade com 0.9174 ± 0.0003 g/cm³ para o hexano e 0.9193 ± 0.0015 g/cm³ para o etanol, a 25 °C e 0.9072 ± 0.0002 g/cm³ para o hexano e 0.9092 ± 0.0015 g/cm³ para o etanol a 40°C, com uma viscosidade ligeiramente maior para o óleo extraído com etanol (53.7 ± 1.5 mPa.s) em relação ao hexano (47.8 ± 0.0. mPa.s). A degradação oxidativa acelerada revelou um período de indução mais longo para o óleo extraído com hexano (8.38h), indicando que o óleo extraído com etanol se degrada mais facilmente, com período de indução de 0.21h. A atividade antioxidante do óleo extraído com hexano foi inferior à do etanol. Na análise de calorimetria diferencial de varredura, os óleos extraídos com hexano e etanol apresentaram temperaturas de ponto de fusão inicial de -43,2 e -36,1°C, respectivamente. A avaliação econômica foi realizada utilizando o software SuperPro Design v8.5, com base nos valores reais de construção do PLE em escala piloto. No estudo da avaliação econômica foram considerados 16 cenários de produção, mostrando um retorno sobre o investimento variando de 9,0 a 133,5% no primeiro ano e tempos de recuperação de 0,7 a 11,1 anos. Um dos cenários (o cenário 8), que envolve dois extratores de 5.000 L, reciclagem de etanol e uma produção anual de 3.325.300 L de óleo de soja a US$ 1,25/L, demonstrou o melhor retorno sobre o investimento (133,5%) em menos de um ano. A cinética do processo de extração com etanol pressurizado foi avaliada e pôde-se determinar, a partir dos ensaios de esgotamento da matriz, a difusividade efetiva em um processo semicontinuo e modelar o processo intermitente da PLE com base na Lei de Fick. A modelagem foi possível com auxílio do software Mathematica Wolfram v11.2. A difusividade efetiva (Deff) variou entre 17,25 × 10-12e 31,29 × 10-12 m²/s no processo de extração semicontínuo. A difusividade efetiva para o processo intermitente foi obtida a partir do ponto ótimo de extração do óleo de soja utilizando etanol como solvente e apresentou Deff igual a 1,77 × 10-12 m²/s. A Deff encontrada na extração do processo intermitente foi menor do que no processo semicontinuo, mas ambas com a mesma ordem de grandeza de valores. A substituição completa do solvente no processo de extração semicontínua impactou na difusividade observada. Além disso, variáveis como geometria, diâmetro médio das partículas, temperatura de extração e volume de solvente de enxágue podem contribuir para a variação no comportamento das curvas entre os processos semicontínuos e intermitentes. Os resultados da pesquisa indicam que é possível obter óleo de soja bruto por meio de um novo processo que utiliza um solvente seguro e renovável, indicando que um PLE em um processo intermitente pode substituir a extração convencional sem alterações relevantes nas principais características do óleo, com bom rendimento e menor uso de solvente. O estudo sugere que a extração industrial de óleo de soja por PLE em um processo intermitente pode ser mais econômica do que os métodos convencionais. E, levando em consideração as características físico-químicas, as variáveis de processo e os parâmetros econômicos, a implementação de um processo de extração com líquido pressurizado, que emprega solvente verde e sustentável (etanol), em escalas maiores é viável. |
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Processo intermitente de extração de óleo de soja com solventes líquidos pressurizadosIntermittent soybean oil extraction process with pressurized liquid solventsAnálise de custoAumento de escalaCinética de extraçãoCost analysisEtanolEthanolExtração de líquido pressurizadoExtraction kineticsIntermittent processOrganic solventPressurized liquid extractionProcesso intermitenteScale-upSolvente orgânicoNo processo de produção de óleos vegetais para consumo humano, há interesse em utilizar processos de extração eficientes e sustentáveis, que empregam solventes renováveis e não deixam resíduos tóxicos no produto final. Atualmente, o desenvolvimento de diferentes métodos ecologicamente corretos para extrair óleos vegetais vêm sendo desenvolvidos, a se destacar os com foco na extração com líquido pressurizado (Pressurized Liquid Extraction PLE) em processo intermitente. A PLE usando etanol como solvente está sendo estudada para esse fim. A PLE em um processo intermitente é muito eficiente e utiliza baixos volumes de solventes. A avaliação de parâmetros que afetam a produção de óleo vegetal e o estudo do comportamento da cinética de extração possibilitam conhecer a condição de maior taxa de extração, gerando dados para o estudo dos custos de produção, por exemplo. Este estudo apresentou a extração com líquido pressurizado em um processo intermitente para a obtenção de óleo de soja, utilizando menos solvente do que a extração convencional ou substituindo o solvente por outro menos tóxico. Foram utilizados como solvente nessa pesquisa o hexano e o etanol. Durante a pesquisa, avaliou-se o rendimento ótimo da extração, análises físico-químicas dos óleos obtidos, estimou-se o custo de implementação e de operação no aumento de escala do PLE, assim como a cinética de extração e a modelagem da extração em processo intermitente. Para avaliação do rendimento utilizou-se o planejamento experimental em duas etapas. Parâmetros como temperatura (T), volume de solvente de enxágue (VS), tempo de contato entre o solvente e a matriz (St) em cada ciclo e número de ciclos (C) foram analisados em um planejamento Fatorial Fracionário 24-1. Após testes preliminares, T e St foram as variáveis significativas identificadas. Assim essas variáveis (T e St) foram reavaliadas em um DCCR 2², enquanto VS, C e a pressão (P) foram mantidos fixos. O volume de enxague (VS) foi mantido em 60% do volume total do extrator de leito fixo, usando 3 ciclos e 10,34 MPa, respectivamente. Nas condições otimizadas, as maiores recuperações de óleo de soja foram de 94,40% (85 °C, 13 min, com hexano pressurizado) e 86,16% (80 °C, 12 min, com etanol pressurizado). O aumento da massa de solvente para 100% do VS resultou em um aumento de rendimento de 1,47% (hexano) e 3,99% (etanol). A concentração de β-sitosterol foi identificado nos óleos extraídos com hexano e etanol, apresentando valor ≤182,78 mg/100g de óleo (hexano) e ≤71,64 mg/100g de óleo (etanol). Os principais ácidos graxos foram, linoleico (≤51,12%, etanol; ≤40,31%, hexano) e oleico (≤24,98%, etanol; ≤26,62%, hexano) e verificou-se que o perfil de ácidos graxos não foi afetado pelos diferentes solventes ou processos de extração. Os triacilgliceróis (TAG) foram estimados com base nos ácidos graxos determinado e os principais TAGs identificados foram LLO, LLL e OOL. Medidas dos óleos extraídos com hexano e etanol mostraram variações mínimas de densidade com 0.9174 ± 0.0003 g/cm³ para o hexano e 0.9193 ± 0.0015 g/cm³ para o etanol, a 25 °C e 0.9072 ± 0.0002 g/cm³ para o hexano e 0.9092 ± 0.0015 g/cm³ para o etanol a 40°C, com uma viscosidade ligeiramente maior para o óleo extraído com etanol (53.7 ± 1.5 mPa.s) em relação ao hexano (47.8 ± 0.0. mPa.s). A degradação oxidativa acelerada revelou um período de indução mais longo para o óleo extraído com hexano (8.38h), indicando que o óleo extraído com etanol se degrada mais facilmente, com período de indução de 0.21h. A atividade antioxidante do óleo extraído com hexano foi inferior à do etanol. Na análise de calorimetria diferencial de varredura, os óleos extraídos com hexano e etanol apresentaram temperaturas de ponto de fusão inicial de -43,2 e -36,1°C, respectivamente. A avaliação econômica foi realizada utilizando o software SuperPro Design v8.5, com base nos valores reais de construção do PLE em escala piloto. No estudo da avaliação econômica foram considerados 16 cenários de produção, mostrando um retorno sobre o investimento variando de 9,0 a 133,5% no primeiro ano e tempos de recuperação de 0,7 a 11,1 anos. Um dos cenários (o cenário 8), que envolve dois extratores de 5.000 L, reciclagem de etanol e uma produção anual de 3.325.300 L de óleo de soja a US$ 1,25/L, demonstrou o melhor retorno sobre o investimento (133,5%) em menos de um ano. A cinética do processo de extração com etanol pressurizado foi avaliada e pôde-se determinar, a partir dos ensaios de esgotamento da matriz, a difusividade efetiva em um processo semicontinuo e modelar o processo intermitente da PLE com base na Lei de Fick. A modelagem foi possível com auxílio do software Mathematica Wolfram v11.2. A difusividade efetiva (Deff) variou entre 17,25 × 10-12e 31,29 × 10-12 m²/s no processo de extração semicontínuo. A difusividade efetiva para o processo intermitente foi obtida a partir do ponto ótimo de extração do óleo de soja utilizando etanol como solvente e apresentou Deff igual a 1,77 × 10-12 m²/s. A Deff encontrada na extração do processo intermitente foi menor do que no processo semicontinuo, mas ambas com a mesma ordem de grandeza de valores. A substituição completa do solvente no processo de extração semicontínua impactou na difusividade observada. Além disso, variáveis como geometria, diâmetro médio das partículas, temperatura de extração e volume de solvente de enxágue podem contribuir para a variação no comportamento das curvas entre os processos semicontínuos e intermitentes. Os resultados da pesquisa indicam que é possível obter óleo de soja bruto por meio de um novo processo que utiliza um solvente seguro e renovável, indicando que um PLE em um processo intermitente pode substituir a extração convencional sem alterações relevantes nas principais características do óleo, com bom rendimento e menor uso de solvente. O estudo sugere que a extração industrial de óleo de soja por PLE em um processo intermitente pode ser mais econômica do que os métodos convencionais. E, levando em consideração as características físico-químicas, as variáveis de processo e os parâmetros econômicos, a implementação de um processo de extração com líquido pressurizado, que emprega solvente verde e sustentável (etanol), em escalas maiores é viável.In the process of producing vegetable oils for human consumption, there is interest in using efficient and sustainable extraction processes, which use renewable solvents and do not leave toxic residues in the final product. Environmentally friendly methods for extracting vegetable oils are under development, with a focus on PLE in an intermittent process. Pressurized liquid extraction (PLE) using ethanol as a solvent is being studied for this purpose. PLE in an intermittent process is very efficient and uses low volumes of solvents. The evaluation of parameters that affect the production of vegetable oil and the study of the behavior of the extraction kinetics make it possible to know the condition of the highest extraction rate, generating data for the study of production costs, for example. This study presented pressurized liquid extraction (PLE) in an intermittent process to obtain soybean oil, using less solvent than conventional extraction or replacing the solvent with another less toxic one. Hexane and ethanol were used as solvents in this research. During the research, the optimal extraction yield was evaluated, physical-chemical analyses of the oils obtained were carried out, the cost of implementation and operation in scaling up the PLE was estimated, as well as the extraction kinetics and modeling of the extraction by intermittent process. To evaluate the yield, experimental design was used to evaluate the extraction yield in two stages. Parameters such as temperature (T), solvent rinse volume (VS), contact time between the solvent and the matrix (St) in each cycle, and number of cycles (C) were analyzed in a Fractional Factorial design 24-1. After preliminary tests, T and St were the significant variables identified. Therefore, these variables (t and St) were reevaluated in a CCD 2², while VS, C, and P were kept fixed at 60% of the total volume of the fixed bed extractor, 3 cycles and 10.34 MPa, respectively. The highest oil recoveries were 94.40% (85°C, 13 min, with hexane) and 86.16% (80°C, 12 min, with ethanol). The solvent/feeds mass ratio resulted in a yield increase of 1.47% (hexane) and 3.99% (ethanol). The concentration of β-sitosterol was identified in oils extracted with hexane and ethanol, presenting a value of ≤182.78 mg/100g of oil (hexane) and ≤71.64 mg/100g of oil (ethanol). The main fatty acids were linoleic (≤51.12%, ethanol; ≤40.31%, hexane) and oleic (≤24.98%, ethanol; ≤26.62%, hexane), and it was found that the fatty acid profile fatty acids were not affected by different solvents or processes. Triacylglycerols (TAG) were estimated based on the determined fatty acids and the main TAGs identified were LLO, LLL, and OOL. Measurements of oils extracted with hexane and ethanol showed minimal density variations with 0.9174 ± 0.0003 g/cm³ for hexane and 0.9193 ± 0.0015 g/cm³ for ethanol, at 25 °C and 0.9072 ± 0.0002 g/cm³ for hexane and 0.9092 ± 0.0015 g/cm³ for ethanol at 40°C, with a slightly higher viscosity for the oil extracted with ethanol (53.7 ± 1.5 mPa.s) compared to hexane (47.8 ± 0.0. mPa.s). Accelerated oxidative degradation revealed a longer induction period for the oil extracted with hexane (8.38h), indicating that the oil extracted with ethanol degrades more easily, with an induction period of 0.21h. The antioxidant activity of the oil extracted with hexane was lower than that of ethanol. In the differential scanning calorimetry analysis, the oils extracted with hexane and ethanol had initial melting point temperatures of -43.2 and -36.1°C, respectively. The economic evaluation was carried out using the SuperPro Design v8.5 software, based on the actual construction values of the PLE in the Pilot scale. It considered 16 scenarios, showing a return on investment ranging from 9.0 to 133.5% in the first year and payback times of 0.7 to 11.1 years. Scenario 8, which involves two 5,000 L extractors, ethanol recycling, and an annual production of 3,325,300 L of soybean oil at US$1.25/L, demonstrated the best return on investment (133.5%) in less than a year. The extraction kinetics were evaluated and it was possible to determine, from the matrix depletion tests, the effective diffusivity in a semicontinuous process and model the PLE in an intermittent process based on Fick\'s Law, with the aid of the Wolfram Mathematica software. v11.2. The effective diffusivity (Deff) varied between 17.25 × 10-12 and 31.29 × 10-12 m²/s in the semicontinuous extraction process. The effective diffusivity for the intermittent process was also obtained from the optimum extraction point of soybean oil using ethanol as solvent and presented Deff equal to 1.77 × 10-12 m²/s. The Deff found in the extraction of the intermittent process was lower than in the semicontinuous process. The complete replacement of the solvent in the semicontinuous extraction process impacted the diffusivity observed. Furthermore, variables such as geometry, average particle diameter, extraction temperature, and volume of rinsing solvent can contribute to the variation in the behavior of the curves between the semicontinuous and intermittent processes. The research results indicate that it is possible to obtain soybean oil through a new process that uses a safe and renewable solvent, suggesting that PLE in an intermittent process can replace conventional extraction without altering the main characteristics of the oil, with good yield. and less solvent use. The study suggests that the industrial extraction of soybean oil by PLE in an intermittent process can be more economical than conventional methods and taking into account physicochemical, process characteristics, and economic parameters, the implementation of a liquid extraction process pressurized on larger scales is viable.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDacanal, Gustavo CesarOliveira, Alessandra Lopes deRamos, Paulo Rodolfo2024-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74132/tde-02082024-154027/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-07T13:28:02Zoai:teses.usp.br:tde-02082024-154027Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-07T13:28:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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No processo de produção de óleos vegetais para consumo humano, há interesse em utilizar processos de extração eficientes e sustentáveis, que empregam solventes renováveis e não deixam resíduos tóxicos no produto final. Atualmente, o desenvolvimento de diferentes métodos ecologicamente corretos para extrair óleos vegetais vêm sendo desenvolvidos, a se destacar os com foco na extração com líquido pressurizado (Pressurized Liquid Extraction PLE) em processo intermitente. A PLE usando etanol como solvente está sendo estudada para esse fim. A PLE em um processo intermitente é muito eficiente e utiliza baixos volumes de solventes. A avaliação de parâmetros que afetam a produção de óleo vegetal e o estudo do comportamento da cinética de extração possibilitam conhecer a condição de maior taxa de extração, gerando dados para o estudo dos custos de produção, por exemplo. Este estudo apresentou a extração com líquido pressurizado em um processo intermitente para a obtenção de óleo de soja, utilizando menos solvente do que a extração convencional ou substituindo o solvente por outro menos tóxico. Foram utilizados como solvente nessa pesquisa o hexano e o etanol. Durante a pesquisa, avaliou-se o rendimento ótimo da extração, análises físico-químicas dos óleos obtidos, estimou-se o custo de implementação e de operação no aumento de escala do PLE, assim como a cinética de extração e a modelagem da extração em processo intermitente. Para avaliação do rendimento utilizou-se o planejamento experimental em duas etapas. Parâmetros como temperatura (T), volume de solvente de enxágue (VS), tempo de contato entre o solvente e a matriz (St) em cada ciclo e número de ciclos (C) foram analisados em um planejamento Fatorial Fracionário 24-1. Após testes preliminares, T e St foram as variáveis significativas identificadas. Assim essas variáveis (T e St) foram reavaliadas em um DCCR 2², enquanto VS, C e a pressão (P) foram mantidos fixos. O volume de enxague (VS) foi mantido em 60% do volume total do extrator de leito fixo, usando 3 ciclos e 10,34 MPa, respectivamente. Nas condições otimizadas, as maiores recuperações de óleo de soja foram de 94,40% (85 °C, 13 min, com hexano pressurizado) e 86,16% (80 °C, 12 min, com etanol pressurizado). O aumento da massa de solvente para 100% do VS resultou em um aumento de rendimento de 1,47% (hexano) e 3,99% (etanol). A concentração de β-sitosterol foi identificado nos óleos extraídos com hexano e etanol, apresentando valor ≤182,78 mg/100g de óleo (hexano) e ≤71,64 mg/100g de óleo (etanol). Os principais ácidos graxos foram, linoleico (≤51,12%, etanol; ≤40,31%, hexano) e oleico (≤24,98%, etanol; ≤26,62%, hexano) e verificou-se que o perfil de ácidos graxos não foi afetado pelos diferentes solventes ou processos de extração. Os triacilgliceróis (TAG) foram estimados com base nos ácidos graxos determinado e os principais TAGs identificados foram LLO, LLL e OOL. Medidas dos óleos extraídos com hexano e etanol mostraram variações mínimas de densidade com 0.9174 ± 0.0003 g/cm³ para o hexano e 0.9193 ± 0.0015 g/cm³ para o etanol, a 25 °C e 0.9072 ± 0.0002 g/cm³ para o hexano e 0.9092 ± 0.0015 g/cm³ para o etanol a 40°C, com uma viscosidade ligeiramente maior para o óleo extraído com etanol (53.7 ± 1.5 mPa.s) em relação ao hexano (47.8 ± 0.0. mPa.s). A degradação oxidativa acelerada revelou um período de indução mais longo para o óleo extraído com hexano (8.38h), indicando que o óleo extraído com etanol se degrada mais facilmente, com período de indução de 0.21h. A atividade antioxidante do óleo extraído com hexano foi inferior à do etanol. Na análise de calorimetria diferencial de varredura, os óleos extraídos com hexano e etanol apresentaram temperaturas de ponto de fusão inicial de -43,2 e -36,1°C, respectivamente. A avaliação econômica foi realizada utilizando o software SuperPro Design v8.5, com base nos valores reais de construção do PLE em escala piloto. No estudo da avaliação econômica foram considerados 16 cenários de produção, mostrando um retorno sobre o investimento variando de 9,0 a 133,5% no primeiro ano e tempos de recuperação de 0,7 a 11,1 anos. Um dos cenários (o cenário 8), que envolve dois extratores de 5.000 L, reciclagem de etanol e uma produção anual de 3.325.300 L de óleo de soja a US$ 1,25/L, demonstrou o melhor retorno sobre o investimento (133,5%) em menos de um ano. A cinética do processo de extração com etanol pressurizado foi avaliada e pôde-se determinar, a partir dos ensaios de esgotamento da matriz, a difusividade efetiva em um processo semicontinuo e modelar o processo intermitente da PLE com base na Lei de Fick. A modelagem foi possível com auxílio do software Mathematica Wolfram v11.2. A difusividade efetiva (Deff) variou entre 17,25 × 10-12e 31,29 × 10-12 m²/s no processo de extração semicontínuo. A difusividade efetiva para o processo intermitente foi obtida a partir do ponto ótimo de extração do óleo de soja utilizando etanol como solvente e apresentou Deff igual a 1,77 × 10-12 m²/s. A Deff encontrada na extração do processo intermitente foi menor do que no processo semicontinuo, mas ambas com a mesma ordem de grandeza de valores. A substituição completa do solvente no processo de extração semicontínua impactou na difusividade observada. Além disso, variáveis como geometria, diâmetro médio das partículas, temperatura de extração e volume de solvente de enxágue podem contribuir para a variação no comportamento das curvas entre os processos semicontínuos e intermitentes. Os resultados da pesquisa indicam que é possível obter óleo de soja bruto por meio de um novo processo que utiliza um solvente seguro e renovável, indicando que um PLE em um processo intermitente pode substituir a extração convencional sem alterações relevantes nas principais características do óleo, com bom rendimento e menor uso de solvente. O estudo sugere que a extração industrial de óleo de soja por PLE em um processo intermitente pode ser mais econômica do que os métodos convencionais. E, levando em consideração as características físico-químicas, as variáveis de processo e os parâmetros econômicos, a implementação de um processo de extração com líquido pressurizado, que emprega solvente verde e sustentável (etanol), em escalas maiores é viável. |
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