Estudo de associação entre polimorfismos genéticos e níveis plasmáticos do VEGF, FLT1, KDR e o risco para depressão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Fernanda Daniela Dornelas
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-18082022-102408/
Resumo: Introdução: a depressão é um transtorno mental comum, grave e incapacitante que afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. A depressão é caracterizada principalmente por sintomas como tristeza, perda de interesse, diminuição da energia, perda de confiança e autoestima, culpa inadequada, distúrbios do sono e do apetite, pensamentos de morte e suicídio. Além disso, essa patologia também tem um forte impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados e de suas famílias. Sabe-se que fatores genéticos interagem com as condições socioambientais de modo a influenciar a predisposição das pessoas ao adoecimento. Estudos identificaram polimorfismos de nucleotídeos simples (SNPs) que podem ser marcadores genéticos apropriados para prever inflamação sistêmica, por exemplo, e a atual tese teve como foco o efeito de SNPs na via do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Esta proteína é uma potente molécula angiogênica e está envolvida na neurogênese do hipocampo, uma das principais estruturas límbicas afetadas em pessoas com depressão. O VEGF está implicado em uma das principais teorias que tentam explicar a fisiopatologia deste transtorno mental grave, a teoria neurotrófica, a qual diz que a diminuição ou desregulação da sinalização de neurotrofinas pode contribuir para a manifestação do transtorno depressivo (TD). Objetivo: avaliar se polimorfismos do VEGF e seus receptores, KDR e FLT1, estão associados à depressão e à gravidade dos sintomas, à ideação e tentativas de suicídio, independentemente tanto de um tratamento otimizado quanto da presença de estresse precoce (do inglês, early-life stress, ELS), também verificar se há efeito destes polimorfismos nas concentrações plasmáticas de proteínas expressas pelos seus respectivos genes e observar se existe correlação entre VEGF e seus inibidores, VEGF e s100β. Metodologia: participaram do presente estudo 160 pacientes com depressão e 114 controles saudáveis. Foram aplicados durante entrevista questionários que avaliaram o perfil clínico dos pacientes como o MINI-International Neuropsychiatric Interview, GRID-HAMD21, CTQ, BSI e foi registrado o número de tentativas de suicídio. Os controles passaram por uma entrevista para serem avaliados quanto aos critérios de inclusão e exclusão do grupo. A genotipagem dos participantes foi realizada através da técnica de Real Time PCR e as mensurações de proteínas por meio do ensaio ensaio imunoenzimático (ELISA). Resultados: indivíduos com depressão, homozigotos AA do polimorfismo rs699947, apresentaram maiores concentrações plasmáticas de VEGF (P-valor= 0.006) e se associaram a um maior número de tentativas de suicídio na análise direta (P-valor= 0.041) e na análise corrigida foi observada uma tendência para a confirmação deste resultado (P-valor= 0.076). O genótipo homozigoto GG do polimorfismo rs7993418 do FLT1 se associou à severidade de sintomas (P-valor= 0.040), bem como uma tendência de associação com um aumento nas tentativas de suicídio e uma maior pontuação na escala que avaliou ideação suicida. Entre os pacientes quanto maior foram as concentrações plasmáticas de VEGF, maior foram as de KDR, FLT1 e s100β. Conclusão: os resultados sugerem que os polimorfismos da via VEGF estão associados ao número de tentativas de suicídio e severidade dos sintomas depressivos.
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Estudos identificaram polimorfismos de nucleotídeos simples (SNPs) que podem ser marcadores genéticos apropriados para prever inflamação sistêmica, por exemplo, e a atual tese teve como foco o efeito de SNPs na via do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Esta proteína é uma potente molécula angiogênica e está envolvida na neurogênese do hipocampo, uma das principais estruturas límbicas afetadas em pessoas com depressão. O VEGF está implicado em uma das principais teorias que tentam explicar a fisiopatologia deste transtorno mental grave, a teoria neurotrófica, a qual diz que a diminuição ou desregulação da sinalização de neurotrofinas pode contribuir para a manifestação do transtorno depressivo (TD). Objetivo: avaliar se polimorfismos do VEGF e seus receptores, KDR e FLT1, estão associados à depressão e à gravidade dos sintomas, à ideação e tentativas de suicídio, independentemente tanto de um tratamento otimizado quanto da presença de estresse precoce (do inglês, early-life stress, ELS), também verificar se há efeito destes polimorfismos nas concentrações plasmáticas de proteínas expressas pelos seus respectivos genes e observar se existe correlação entre VEGF e seus inibidores, VEGF e s100β. Metodologia: participaram do presente estudo 160 pacientes com depressão e 114 controles saudáveis. Foram aplicados durante entrevista questionários que avaliaram o perfil clínico dos pacientes como o MINI-International Neuropsychiatric Interview, GRID-HAMD21, CTQ, BSI e foi registrado o número de tentativas de suicídio. Os controles passaram por uma entrevista para serem avaliados quanto aos critérios de inclusão e exclusão do grupo. A genotipagem dos participantes foi realizada através da técnica de Real Time PCR e as mensurações de proteínas por meio do ensaio ensaio imunoenzimático (ELISA). Resultados: indivíduos com depressão, homozigotos AA do polimorfismo rs699947, apresentaram maiores concentrações plasmáticas de VEGF (P-valor= 0.006) e se associaram a um maior número de tentativas de suicídio na análise direta (P-valor= 0.041) e na análise corrigida foi observada uma tendência para a confirmação deste resultado (P-valor= 0.076). O genótipo homozigoto GG do polimorfismo rs7993418 do FLT1 se associou à severidade de sintomas (P-valor= 0.040), bem como uma tendência de associação com um aumento nas tentativas de suicídio e uma maior pontuação na escala que avaliou ideação suicida. Entre os pacientes quanto maior foram as concentrações plasmáticas de VEGF, maior foram as de KDR, FLT1 e s100β. Conclusão: os resultados sugerem que os polimorfismos da via VEGF estão associados ao número de tentativas de suicídio e severidade dos sintomas depressivos.Introduction: Depression is a common, serious, and disabling mental disorder that affects more than 350 million people worldwide. Depression is mainly characterized by symptoms such as sadness, loss of interest, decreased energy, loss of confidence and self-esteem, inadequate guilt, sleep and appetite disturbances, thoughts of death and suicide. Furthermore, this pathology also has a strong impact on the quality of life of those affected and their families. It is known that genetic factors interact with social and environmental conditions to influence people\'s predisposition to illness. Studies have identified single nucleotide polymorphisms (SNPs) that may be appropriate genetic markers to predict systemic inflammation, for example, and the current thesis focused on the effect of SNPs on the vascular endothelial growth factor (VEGF) pathway. This protein is a potent angiogenic molecule and is involved in hippocampal neurogenesis, one of the main limbic structures affected in people with depression. VEGF is implicated in one of the main theories that try to explain the pathophysiology of this severe mental disorder, the neurotrophic theory, which says that the decrease or dysregulation of neurotrophin signaling can contribute to the manifestation of depressive disorder (DT). Objective: to assess whether polymorphisms of VEGF and its receptors, KDR and FLT1, are associated with depression and severity of symptoms, suicide ideation and attempts, regardless of both optimal treatment and the presence of early-life stress (ELS) in these associations. also check whether there is an effect of these polymorphisms on the plasma concentrations of proteins expressed by their respective genes and observe whether there is a correlation between VEGF and its inhibitors, VEGF and s100β. Methodology: 160 patients with depression and 114 healthy controls participated in this study. Questionnaires that assessed the clinical profile of patients, such as the MINI-International Neuropsychiatric Interview, GRID-HAMD21, CTQ, BSI, were applied during interviews, and the number of suicide attempts was recorded. The controls underwent an interview to be evaluated regarding the inclusion and exclusion criteria. The genotyping of the participants was performed using the Real Time PCR technique and protein measurements were performed using the enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). Results: individuals with depression, homozygous AA of the rs699947 polymorphism, had higher plasma concentrations of VEGF (P-value = 0.006) and a greater number of suicide attempts in the direct analysis (P-value = 0.041) and in the corrected analysis a trend towards confirmation of this result was observed (P-value = 0.076). The GG genotype of the FLT1 polymorphism rs7993418 was associated with symptom severity (P-value = 0.040), as well as with a trend for association with increase in suicide attempts and a higher score on the scale that evaluated suicidal ideation. The bigger the plasma concentrations of VEGF, the higher were those of KDR, FLT1 and s100β. Conclusion: the results indicate that VEGF pathway polymorphisms are associated with the number of suicides and severity of depressive symptoms.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLacchini, RiccardoPinheiro, Lucas CézarNunes, Fernanda Daniela Dornelas2022-03-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-18082022-102408/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-08-29T13:52:13Zoai:teses.usp.br:tde-18082022-102408Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-08-29T13:52:13Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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