O cuidado com a alimentação de crianças menores de um ano na perspectiva materna

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pelegrin, Rosileia Carolina Prearo
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-19122008-161515/
Resumo: No primeiro ano de vida, os cuidados com a criança são de importância vital devido ao fenômeno do crescimento/desenvolvimento e sua dependência. Neste contexto, um fator imprescindível dentre suas necessidades básicas é a nutrição. Oferecer à criança alimentos que não o leite materno antes do sexto mês de vida é, em geral, desnecessário e pode deixar a criança mais susceptível a diarréias, infecções respiratórias e desnutrição. Entretanto, a introdução tardia de alimentos não lácteos no esquema alimentar infantil leva ao aparecimento de retardo de crescimento e deficiências nutricionais. O Ministério da Saúde, bem como a OMS, preconizam o aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade e a oferta do leite materno até os dois anos. O objetivo deste estudo constituiu analisar o cuidado materno na alimentação das crianças menores que um ano, considerando o perfil da alimentação ofertada pelas mães e a compreensão que estas fazem destes cuidados às crianças. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, baseado em dados quantitativos e qualitativos. É parte de um projeto multicêntrico intitulado Deficiência de ferro em crianças entre 3 a 12 meses: compreensão de determinantes biológicos, sociais, e suas implicações para o incentivo ao aleitamento materno exclusivo. Foi realizado no ambulatório da Unidade Distrital de Saúde Dr. Marco Antônio Sahão, na cidade de Ribeirão Preto-SP e constituído por 122 mães. Os dados foram coletados através de um instrumento adaptado e entrevista após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados quantitativos foram analisados no programa SPSS (versão 11.5), realizando-se uma distribuição simples de freqüência. O conteúdo das entrevistas foi categorizado com base na técnica de análise de conteúdo, modalidade temática. Observou-se que 5,7% recebiam AME, 10,6% estavam em AMP e 47,5% em AM. As demais 44 estavam desmamadas ou nunca mamaram. Das 70 crianças menores de 6 meses, 82,8 % faziam uso de água / chá, 61,4% continha frutas em sua dieta, 32,8 % consumiam legumes, 7,2 % verduras e um pequeno percentual caldo de carne e carne. Quando analisamos as crianças maiores de 6 meses, idade em que se recomenda a introdução da alimentação complementar, identificamos o consumo reduzido de verduras ( 55,8%), de carnes (65,4% ) e feijão (32,7%). Quanto à análise qualitativa, sobre a primeira categoria temática, identificamos os seguintes núcleos de sentido: a criança como centro de atenção; prover a criança de suas necessidades; alimentação como espaço de presença materna. Na segunda categoria temática, o significado os alimentos, depreendemos dois núcleos de sentido: o bom alimento é o que sustenta a criança; o bom alimento é o que tem vitaminas. Na terceira categoria temática, o significado da alimentação, identificou-se quatro núcleos de sentido: faz a criança ficar saudável e se desenvolver; a criança precisa comer muito e de tudo; é uma parte do processo da vida que ela aprende a comer; adaptando a criança à comida da família e a família à comida da criança. Tanto as mulheres como os profissionais de saúde carecem de melhor instrumentalização quanto a alimentação complementar e os guias alimentares que, embora representem um importante instrumento na educação nutricional, requerem adequações que considerem não só as crianças em aleitamento materno mas também as especificidades que ocorrem na alimentação infantil. Importante considerar a mulher como agente do cuidado na alimentação infantil e provê-la de suporte necessário a condução de práticas alimentares que atendam as recomendações para uma alimentação complementar adequada e oportuna.
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O Ministério da Saúde, bem como a OMS, preconizam o aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade e a oferta do leite materno até os dois anos. O objetivo deste estudo constituiu analisar o cuidado materno na alimentação das crianças menores que um ano, considerando o perfil da alimentação ofertada pelas mães e a compreensão que estas fazem destes cuidados às crianças. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, baseado em dados quantitativos e qualitativos. É parte de um projeto multicêntrico intitulado Deficiência de ferro em crianças entre 3 a 12 meses: compreensão de determinantes biológicos, sociais, e suas implicações para o incentivo ao aleitamento materno exclusivo. Foi realizado no ambulatório da Unidade Distrital de Saúde Dr. Marco Antônio Sahão, na cidade de Ribeirão Preto-SP e constituído por 122 mães. Os dados foram coletados através de um instrumento adaptado e entrevista após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados quantitativos foram analisados no programa SPSS (versão 11.5), realizando-se uma distribuição simples de freqüência. O conteúdo das entrevistas foi categorizado com base na técnica de análise de conteúdo, modalidade temática. Observou-se que 5,7% recebiam AME, 10,6% estavam em AMP e 47,5% em AM. As demais 44 estavam desmamadas ou nunca mamaram. Das 70 crianças menores de 6 meses, 82,8 % faziam uso de água / chá, 61,4% continha frutas em sua dieta, 32,8 % consumiam legumes, 7,2 % verduras e um pequeno percentual caldo de carne e carne. Quando analisamos as crianças maiores de 6 meses, idade em que se recomenda a introdução da alimentação complementar, identificamos o consumo reduzido de verduras ( 55,8%), de carnes (65,4% ) e feijão (32,7%). Quanto à análise qualitativa, sobre a primeira categoria temática, identificamos os seguintes núcleos de sentido: a criança como centro de atenção; prover a criança de suas necessidades; alimentação como espaço de presença materna. Na segunda categoria temática, o significado os alimentos, depreendemos dois núcleos de sentido: o bom alimento é o que sustenta a criança; o bom alimento é o que tem vitaminas. Na terceira categoria temática, o significado da alimentação, identificou-se quatro núcleos de sentido: faz a criança ficar saudável e se desenvolver; a criança precisa comer muito e de tudo; é uma parte do processo da vida que ela aprende a comer; adaptando a criança à comida da família e a família à comida da criança. Tanto as mulheres como os profissionais de saúde carecem de melhor instrumentalização quanto a alimentação complementar e os guias alimentares que, embora representem um importante instrumento na educação nutricional, requerem adequações que considerem não só as crianças em aleitamento materno mas também as especificidades que ocorrem na alimentação infantil. Importante considerar a mulher como agente do cuidado na alimentação infantil e provê-la de suporte necessário a condução de práticas alimentares que atendam as recomendações para uma alimentação complementar adequada e oportuna.In the first year of life, the care with child is vital importance due to the phenomenon of growth / development and its dependence. In this context, a vital factor among their basic needs is the nutrition. Offer the child food than breast milk before the sixth month of life is generally unnecessary and can leave the child more susceptible to diarrhea, respiratory infections and malnutrition. However, the late introduction of foods no milk in infant feeding scheme leads to the emergence of growth retardation, and nutritional deficiencies. The Ministry of Health and the OMS recommend exclusive breastfeeding up to 6 months of age and supply of milk up to two years old. The purpose of this study was examining the care of maternal nutrition in children less than one year old, considering the profile of the food offered by mothers and understanding that they do care for these children. This is a descriptive and exploratory study, based on quantitative and qualitative data. It is part of a multicentric project entitled \"Iron deficiency in children between 3 to 12 months: understanding determinants of biological, social and their implications for the encouragement of exclusive breastfeeding\". It was done in the Ambulatory Unit of the District Health Dr. Marco Antonio Sahão in the city of Ribeirão Preto-SP and formed by 122 mothers. The data were collected through an interview and adapted after the signature of the Free and Informed Consent Term. The figures quantitative were analyzed in SPSS (version 11.5), holding up a simple distribution of frequency. The content of the interviews was categorized based on technical analysis of content, thematic way. It was observed that 5.7% received AME, 10.6% were in AMP and 47.5% in AM. The other 44 were weaned or never breastfeeding. Of the 70 children under 6 months, 82.8% were using water / tea, 61.4% contained fruit in their diet, 32,8% consumed vegetables, 7.2% vegetables and a small percentage of meat and meat broth . When we analyses children older than 6 months, age at which recommends the introduction of supplementary feeding, identified the reduced consumption of vegetables (55.8%), meat (65.4%) and beans (32.7%). As for the qualitative analysis on the first thematic category, we identified the following clusters of meaning: the child as the centre of attention, provide the child of their needs; nutrition as an area of maternal presence. In the second thematic category, meaning the food, deduct two clusters of meaning: the good food is what sustains the child, the good food is what has vitamins. In the third thematic category, the meaning of food, there were identified four clusters of meaning: does the child stay healthy and develop, the child needs to eat well and everything, is a part of the process of life she learns to eat; adapting the child to the familys food and the familys food of the child. Both women and health care professionals need further instrumentation on complementary feeding and food guides that while representing an important tool in nutritional education, require adjustments they consider not only children in breastfeeding but also the specific features that occur in food child. Its important to consider the woman as the agent of care in infant feeding and it provides the support needs to the conduct of feeding practices that meet the recommendations for a timely and appropriate complementary feeding.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNakano, Ana Marcia SpanoPelegrin, Rosileia Carolina Prearo2008-11-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-19122008-161515/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-19122008-161515Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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