A consolidação do estereótipo da \"bruxa\" e sua ressignificação na contemporaneidade: nuances de uma alteridade disforizada
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-04102022-160656/ |
Resumo: | O presente trabalho investiga a imagem da bruxa em dois momentos históricos -- o início da Idade Moderna e a contemporaneidade --, a partir dos estudos discursivos, enquanto figura transgressora que representa uma alteridade disforizada. Para tanto, primeiro será realizada uma análise discursiva dessa figura em três eixos significativos para a consolidação de sua imagem na Grã-Bretanha. No primeiro, constam obras de não-ficção escritas para um público erudito: o tratado The Discoverie of Witchcraft (1584), de Reginald Scot (1538?-1599) e o tratado Daemonologie (1597), do rei James VI da Escócia e I da Inglaterra (1566-1625). No segundo, temos obras de não-ficção mais acessíveis, embora destinadas também a uma população letrada, isto é, panfletos sobre bruxaria, a saber: Newes from Scotland (1591), A most wicked worke of a wretched witch... (1592), The wonderful discoverie of the witchcrafts of Margaret and Phillip Flower, daughters of Ioan Flower, near Beuer Castle... (1619) e The Wonderfull Discoverie of Elizabeth Sawyer a Witch, late of Edmonton... (1621). No terceiro eixo, analiso obras de ficção da mesma época, com especial ênfase sobre a peça teatral Macbeth (c. 1603-1607), de William Shakespeare (1564-1616). A pesquisa terá como base estudos históricos e a fortuna crítica em torno desse recorte, sendo conduzida com o instrumental teórico da semiótica francesa. Os resultados investigativos desta primeira etapa serão a base do segundo momento da pesquisa: a análise da figura da bruxa na contemporaneidade, a partir do estereótipo, que parece persistir, observando a forma como as obras analisadas o reconfiguram e os efeitos de sentido produzidos por essa reconfiguração. Para tanto, foram selecionadas as seguintes personagens e obras: Minerva McGonagall, Hermione Granger, Narcissa Malfoy e Bellatrix Lestrange, da série de livros Harry Potter (1998-2007), de J. K. Rowling (1965-); Elphaba e Glinda, do romance Wicked (1995), de Gregory Maguire (1954-); o romance infantil Witches (1983), de Roald Dahl (1916-1990); além de Gothel, do filme de animação Enrolados (2010), dirigido por Nathan Greno e Byron Howard, e produzido pelos estúdios Disney. Espera-se, por meio da análise contrastiva, identificar como a imagem da bruxa enquanto mulher transgressora subsiste na atualidade e em que medida há transposição do discurso de conformidade e não-conformidade femininas contido na disforização histórica dessa figura. |
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A consolidação do estereótipo da \"bruxa\" e sua ressignificação na contemporaneidade: nuances de uma alteridade disforizadaThe witch stereotype formation and its reframing in contemporaneity: nuances of a dysphoric alterityBruxaEstereótipoFeminino transgressorHistória britânicaLiteratura britânicaStereotypeTransgressive female figureWitchO presente trabalho investiga a imagem da bruxa em dois momentos históricos -- o início da Idade Moderna e a contemporaneidade --, a partir dos estudos discursivos, enquanto figura transgressora que representa uma alteridade disforizada. Para tanto, primeiro será realizada uma análise discursiva dessa figura em três eixos significativos para a consolidação de sua imagem na Grã-Bretanha. No primeiro, constam obras de não-ficção escritas para um público erudito: o tratado The Discoverie of Witchcraft (1584), de Reginald Scot (1538?-1599) e o tratado Daemonologie (1597), do rei James VI da Escócia e I da Inglaterra (1566-1625). No segundo, temos obras de não-ficção mais acessíveis, embora destinadas também a uma população letrada, isto é, panfletos sobre bruxaria, a saber: Newes from Scotland (1591), A most wicked worke of a wretched witch... (1592), The wonderful discoverie of the witchcrafts of Margaret and Phillip Flower, daughters of Ioan Flower, near Beuer Castle... (1619) e The Wonderfull Discoverie of Elizabeth Sawyer a Witch, late of Edmonton... (1621). No terceiro eixo, analiso obras de ficção da mesma época, com especial ênfase sobre a peça teatral Macbeth (c. 1603-1607), de William Shakespeare (1564-1616). A pesquisa terá como base estudos históricos e a fortuna crítica em torno desse recorte, sendo conduzida com o instrumental teórico da semiótica francesa. Os resultados investigativos desta primeira etapa serão a base do segundo momento da pesquisa: a análise da figura da bruxa na contemporaneidade, a partir do estereótipo, que parece persistir, observando a forma como as obras analisadas o reconfiguram e os efeitos de sentido produzidos por essa reconfiguração. Para tanto, foram selecionadas as seguintes personagens e obras: Minerva McGonagall, Hermione Granger, Narcissa Malfoy e Bellatrix Lestrange, da série de livros Harry Potter (1998-2007), de J. K. Rowling (1965-); Elphaba e Glinda, do romance Wicked (1995), de Gregory Maguire (1954-); o romance infantil Witches (1983), de Roald Dahl (1916-1990); além de Gothel, do filme de animação Enrolados (2010), dirigido por Nathan Greno e Byron Howard, e produzido pelos estúdios Disney. Espera-se, por meio da análise contrastiva, identificar como a imagem da bruxa enquanto mulher transgressora subsiste na atualidade e em que medida há transposição do discurso de conformidade e não-conformidade femininas contido na disforização histórica dessa figura.From the perspective of discursive studies, this work investigates the image of the witch in two historical moments, as a transgressive figure that epitomises a dysphoric alterity. In order to reach our goal, the image of the witch is going to be discursively analysed in three consequential historic works on the delimitation of this stereotype in England: the treatise The Discoverie of Witchcraft (1584), by Reginald Scot (1538?-1599); the treatise Daemonologie (1597), by King James VI from Scotland and I from England (1566-1625); and the tragedy Macbeth (c. 1603-1607), by William Shakespeare (1564-1616). The first step of our research will refer to history studies and literature reviews about these three works, in the perspective of French semiotics. Secondly, our primary results are going to base the analysis of the image of the witch in contemporaneity, in light of its enduring stereotype, by observing the way the contemporary analysed works reframe it, and the effects such reframing has on shaping its meaning. Hence the following works and characters have been selected: 1) Minerva McGonagall, Hermione Granger, Narcissa Malfoy, and Bellatrix Lestrange, from Harry Potter book series (1998-2007), by J.K. Rowling (1965-); 2) Elphaba and Glinda, from the novel Wicked, by Gregory Maguire (1954-), the children novel Witches (1983), by Roald Dahl (1916-1990); and 3) Gothel, from animated feature film Tangled (2010), directed by Nathan Greno and Byron Howard, and produced by Disney Studios. By means of contrastive analysis, it is our intent to identify how the witch image (as a trangressive female figure) currently subsists, as well as gauge the dysphorization of this historical figure through the discourse of female conformity and non-conformity therein.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTaille, Elizabeth Harkot de LaChiovatto, Ana Carolina Lazzari2022-04-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-04102022-160656/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-10-04T19:42:43Zoai:teses.usp.br:tde-04102022-160656Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-10-04T19:42:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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