Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-30012018-185023/ |
Resumo: | Este trabalho versa sobre a tecnologia, atendo-se de modo particular, mas não exclusivo, a isso que no Brasil se chama de tecnologia social (TS). A tese que se buscará defender aqui é múltipla. Em primeiro lugar, ontológica e politicamente, sustentar-se-á que a tecnologia social é uma implementação não apenas tecnicamente legítima e autêntica, como social e ambientalmente urgente. Contudo, para que tal tipo de solução seja passível de ser desenvolvida, é necessário, de uma parte, que se desenvolvam conhecimentos científicos e engenheiris apropriados. Com isso, o segundo argumento, epistemológico, é que esses conhecimentos são passíveis de ser produzidos e que os mecanismos que podem tornar tal coisa possível não subvertem o ethos próprio da ciência ou da engenharia. De outra parte, TS e engenharia popular demandam também um perfil profissional específico, o do engenheiro educador (ou engenheiro popular). Essa é a terceira dimensão da tese que defendemos. Por fim, ontológica e existencialmente, proporemos que o caminho para superar o desencantamento substantivo do mundo (Weber), a entificação do Ser (em seu desvelamento tecnológico no qual nos encontramos presos, via enquadramento Heidegger), a ditadura da racionalidade instrumental (Horkheimer & Adorno) ou a autoprodução e o automatismo do desenvolvimento tecnológico (que nos aprisiona ou agencia quase que inapelavelmente Ellul) pode emergir precisamente de algo como a tecnologia social, por meio da incorporação dos valores e saberes populares à construção da realidade sociotécnica que decidimos nos dar. Esse quarto aspecto, nesses termos, reforça o primeiro, trazendo novos elementos para subsidiar-se o entendimento acerca da urgência, em nossos dias, de uma solução técnica como a tecnologia social. |
id |
USP_6c01b199ee0da86386cbdee5aa257861 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-30012018-185023 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidadeSocial technology: fundamentals, challenges, urgency and legitimacyAndrew FeenbergAndrew FeenbergConhecimento técnicoEngineering educationFilosofia da tecnologiaFormação em engenhariaGilbert SimondonGilbert SimondonHugh LaceyHugh LaceyPhilosophy of technologySocial technologyTechnical knowledgeTecnologia socialEste trabalho versa sobre a tecnologia, atendo-se de modo particular, mas não exclusivo, a isso que no Brasil se chama de tecnologia social (TS). A tese que se buscará defender aqui é múltipla. Em primeiro lugar, ontológica e politicamente, sustentar-se-á que a tecnologia social é uma implementação não apenas tecnicamente legítima e autêntica, como social e ambientalmente urgente. Contudo, para que tal tipo de solução seja passível de ser desenvolvida, é necessário, de uma parte, que se desenvolvam conhecimentos científicos e engenheiris apropriados. Com isso, o segundo argumento, epistemológico, é que esses conhecimentos são passíveis de ser produzidos e que os mecanismos que podem tornar tal coisa possível não subvertem o ethos próprio da ciência ou da engenharia. De outra parte, TS e engenharia popular demandam também um perfil profissional específico, o do engenheiro educador (ou engenheiro popular). Essa é a terceira dimensão da tese que defendemos. Por fim, ontológica e existencialmente, proporemos que o caminho para superar o desencantamento substantivo do mundo (Weber), a entificação do Ser (em seu desvelamento tecnológico no qual nos encontramos presos, via enquadramento Heidegger), a ditadura da racionalidade instrumental (Horkheimer & Adorno) ou a autoprodução e o automatismo do desenvolvimento tecnológico (que nos aprisiona ou agencia quase que inapelavelmente Ellul) pode emergir precisamente de algo como a tecnologia social, por meio da incorporação dos valores e saberes populares à construção da realidade sociotécnica que decidimos nos dar. Esse quarto aspecto, nesses termos, reforça o primeiro, trazendo novos elementos para subsidiar-se o entendimento acerca da urgência, em nossos dias, de uma solução técnica como a tecnologia social.This work discusses technology, giving special attention to this that is called social technology (ST) in Brazil. The thesis that is substantiated here is multiple. First, ontologically and politically, it will be argued that social technology is not only technically legitimate and authentic, but also socially and environmentally urgent. However, in order to be implementable, ST demands, on the one hand, specific engineering and scientific knowledge to be advanced. Thus, the second dimension of our thesis, epistemological, sustains the understanding that such knowledge can be produced and the mechanisms required to make such production possible do not corrupt the scientific or engineering ethos. On the other hand, ST and popular engineering also demand a specific professional profile, the educator engineer (or popular engineer). This is the third dimension of the argument we defend here. Finally, ontologically and existentially, it will be suggested that a way to overcome the substantial disenchantment of the world (Weber), the entification of Being (in its technological unveiling in which we found ourselves trapped, via enframing Heidegger), the dictatorship of instrumental rationality (Horkheimer and Adorno) or the self-production and automatism of technological development (Ellul) may precisely emerge from something like social technology. This would be so by dint of the incorporation of popular values and knowledge to the construction of the sociotechnical reality we decide to build. This fourth aspect, then, strengthens the first one, offering new supporting elements to the urgency claim associated with the development of ST in our days.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMariconda, Pablo RubenCruz, Cristiano Cordeiro2017-11-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-30012018-185023/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-30012018-185023Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade Social technology: fundamentals, challenges, urgency and legitimacy |
title |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade |
spellingShingle |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade Cruz, Cristiano Cordeiro Andrew Feenberg Andrew Feenberg Conhecimento técnico Engineering education Filosofia da tecnologia Formação em engenharia Gilbert Simondon Gilbert Simondon Hugh Lacey Hugh Lacey Philosophy of technology Social technology Technical knowledge Tecnologia social |
title_short |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade |
title_full |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade |
title_fullStr |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade |
title_full_unstemmed |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade |
title_sort |
Tecnologia social: fundamentações, desafios, urgência e legitimidade |
author |
Cruz, Cristiano Cordeiro |
author_facet |
Cruz, Cristiano Cordeiro |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Mariconda, Pablo Ruben |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cruz, Cristiano Cordeiro |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Andrew Feenberg Andrew Feenberg Conhecimento técnico Engineering education Filosofia da tecnologia Formação em engenharia Gilbert Simondon Gilbert Simondon Hugh Lacey Hugh Lacey Philosophy of technology Social technology Technical knowledge Tecnologia social |
topic |
Andrew Feenberg Andrew Feenberg Conhecimento técnico Engineering education Filosofia da tecnologia Formação em engenharia Gilbert Simondon Gilbert Simondon Hugh Lacey Hugh Lacey Philosophy of technology Social technology Technical knowledge Tecnologia social |
description |
Este trabalho versa sobre a tecnologia, atendo-se de modo particular, mas não exclusivo, a isso que no Brasil se chama de tecnologia social (TS). A tese que se buscará defender aqui é múltipla. Em primeiro lugar, ontológica e politicamente, sustentar-se-á que a tecnologia social é uma implementação não apenas tecnicamente legítima e autêntica, como social e ambientalmente urgente. Contudo, para que tal tipo de solução seja passível de ser desenvolvida, é necessário, de uma parte, que se desenvolvam conhecimentos científicos e engenheiris apropriados. Com isso, o segundo argumento, epistemológico, é que esses conhecimentos são passíveis de ser produzidos e que os mecanismos que podem tornar tal coisa possível não subvertem o ethos próprio da ciência ou da engenharia. De outra parte, TS e engenharia popular demandam também um perfil profissional específico, o do engenheiro educador (ou engenheiro popular). Essa é a terceira dimensão da tese que defendemos. Por fim, ontológica e existencialmente, proporemos que o caminho para superar o desencantamento substantivo do mundo (Weber), a entificação do Ser (em seu desvelamento tecnológico no qual nos encontramos presos, via enquadramento Heidegger), a ditadura da racionalidade instrumental (Horkheimer & Adorno) ou a autoprodução e o automatismo do desenvolvimento tecnológico (que nos aprisiona ou agencia quase que inapelavelmente Ellul) pode emergir precisamente de algo como a tecnologia social, por meio da incorporação dos valores e saberes populares à construção da realidade sociotécnica que decidimos nos dar. Esse quarto aspecto, nesses termos, reforça o primeiro, trazendo novos elementos para subsidiar-se o entendimento acerca da urgência, em nossos dias, de uma solução técnica como a tecnologia social. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-11-10 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-30012018-185023/ |
url |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-30012018-185023/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1809091193280135168 |