Atendimento educacional especializado para alunos surdos: concepções e práticas docentes no município de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-18062019-112824/ |
Resumo: | Esta tese descreveu e analisou conhecimentos e práticas de professoras que atuam em Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) e Fundamental e Médio (EMEFMs) da rede municipal de São Paulo, em Sala de Apoio e Acompanhamento à Inclusão (SAAI) para alunos surdos, sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e assuntos correlatos. Trata-se de pesquisa quali-quantitativa, os dados foram coletados por meio de ficha de identificação, entrevista semiestruturada, registro observacional e pesquisa documental. Para organização das falas das professoras utilizou-se a Análise de Prosa e os resultados também puderam ser quantificados. Aspectos positivos identificados: 83,3% consideram que a formação continuada traz contribuições para o atendimento do aluno surdo; 100% consideram a Língua Brasileira de Sinais (Libras) muito importante para a vida escolar; 83,3% referem nível de motivação entre bom e muito bom para o trabalho na SAAI; 83,3% citaram atividades pedagógicas que podem contribuir para o desenvolvimento da Libras e do português; 60% referem que geralmente os coordenadores pedagógicos, diretores e demais funcionários da escola estão envolvidos com a SAAI, 100% referem que geralmente os intérpretes também estão envolvidos. Aspectos negativos: apenas 33,3% das participantes consideram que a formação inicial as preparou para lidar com alunos surdos; 16,7% referem ter nível básico em Libras e 66,6% nível intermediário; episódios de português sinalizado foram observados em 33,3% das SAAIs; 50% das professoras alinham-se à perspectiva do Modelo Social e da filosofia da Comunicação Total para o trabalho na SAAI; 50% concordam em parte com a inclusão de alunos surdos na escola comum e 16,7% acreditam que a mesma prejudica o aluno surdo; apenas 16,7% consideram o AEE eficiente; 100% consideram que os desafios na SAAI são grandes (ansiedade, poucas salas, sobrecarga de trabalho, carga horária insuficiente, problemas linguísticos etc.); 50% fazem referência à práticas que não são pertinentes ao AEE (reforço de conteúdos curriculares, alfabetização de alunos e oralidade), atividades mecanicistas para \"treinar\" Libras também foram citadas; Quanto ao envolvimento da comunidade escolar com a SAAI, 60% das professoras referem que a participação dos professores da sala comum só ocorre às vezes, 80% referiram que a participação das famílias ocorre às vezes ou raramente; Quanto ao desempenho escolar e futuro profissional dos alunos, 60% consideraram que o desempenho está aquém do que se poderia considerar como bom, situando-o entre aceitável e ruim, 60% referem que seus alunos apenas concluirão o ensino médio, 100% não consideram que seus alunos sejam capazes de competir em igualdade com pessoas ouvintes, conseguindo emprego apenas em vagas para deficientes. Os achados apontam para a necessidade de repensar o AEE nas SAAIs para surdos do município de São Paulo. |
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Atendimento educacional especializado para alunos surdos: concepções e práticas docentes no município de São PauloDeaf students specialized educational services: concepts and teaching practices in the city of São PauloAluno surdoAtendimento educacional especializadoBrazilian Sign LanguageDeaf studentsEducação especialInclusão escolarInclusive educationLíngua Brasileira de SinaisSpecial educationSpecialized educational serviceTeaching practiceTrabalho docenteEsta tese descreveu e analisou conhecimentos e práticas de professoras que atuam em Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) e Fundamental e Médio (EMEFMs) da rede municipal de São Paulo, em Sala de Apoio e Acompanhamento à Inclusão (SAAI) para alunos surdos, sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e assuntos correlatos. Trata-se de pesquisa quali-quantitativa, os dados foram coletados por meio de ficha de identificação, entrevista semiestruturada, registro observacional e pesquisa documental. Para organização das falas das professoras utilizou-se a Análise de Prosa e os resultados também puderam ser quantificados. Aspectos positivos identificados: 83,3% consideram que a formação continuada traz contribuições para o atendimento do aluno surdo; 100% consideram a Língua Brasileira de Sinais (Libras) muito importante para a vida escolar; 83,3% referem nível de motivação entre bom e muito bom para o trabalho na SAAI; 83,3% citaram atividades pedagógicas que podem contribuir para o desenvolvimento da Libras e do português; 60% referem que geralmente os coordenadores pedagógicos, diretores e demais funcionários da escola estão envolvidos com a SAAI, 100% referem que geralmente os intérpretes também estão envolvidos. Aspectos negativos: apenas 33,3% das participantes consideram que a formação inicial as preparou para lidar com alunos surdos; 16,7% referem ter nível básico em Libras e 66,6% nível intermediário; episódios de português sinalizado foram observados em 33,3% das SAAIs; 50% das professoras alinham-se à perspectiva do Modelo Social e da filosofia da Comunicação Total para o trabalho na SAAI; 50% concordam em parte com a inclusão de alunos surdos na escola comum e 16,7% acreditam que a mesma prejudica o aluno surdo; apenas 16,7% consideram o AEE eficiente; 100% consideram que os desafios na SAAI são grandes (ansiedade, poucas salas, sobrecarga de trabalho, carga horária insuficiente, problemas linguísticos etc.); 50% fazem referência à práticas que não são pertinentes ao AEE (reforço de conteúdos curriculares, alfabetização de alunos e oralidade), atividades mecanicistas para \"treinar\" Libras também foram citadas; Quanto ao envolvimento da comunidade escolar com a SAAI, 60% das professoras referem que a participação dos professores da sala comum só ocorre às vezes, 80% referiram que a participação das famílias ocorre às vezes ou raramente; Quanto ao desempenho escolar e futuro profissional dos alunos, 60% consideraram que o desempenho está aquém do que se poderia considerar como bom, situando-o entre aceitável e ruim, 60% referem que seus alunos apenas concluirão o ensino médio, 100% não consideram que seus alunos sejam capazes de competir em igualdade com pessoas ouvintes, conseguindo emprego apenas em vagas para deficientes. Os achados apontam para a necessidade de repensar o AEE nas SAAIs para surdos do município de São Paulo.This thesis described and analyzed teachers concepts and practices in their work in EMEF and EMEFM (Municipal Elementary and Secondary Schools) from the city of São Paulo, in the SAAIs (classroom support and assistance to the inclusion) about deaf students specialized educational attendance (AEE) and correlated themes. It is a qualitative-quantitative research and data was collected by an identification form, a semi-structured interview, observational records and documental research. Teachers speeches were organized by the use of Prose Analysis and data was quantified as well. Positive identified aspects: 83,3% consider that teachers continued qualification brings contribution for deaf students following up: 100% consider Brazilian Sign Language (Libras) very important for deaf pupils academic life; 83,3% refer motivation level as good and very good for SAAIs work: 83,3% quoted pedagogical activities which might enhance Libras and Portuguese development; 60% refer that pedagogic coordinators, headmasters and other school staff are involved with SAAI, 100% refer that interpreters are often involved too. Negative aspects: only 33,3% of the participants consider that initial qualifying prepared them to teach deaf students; 16,7% referred basic level of proficiency in the use of Libras and 66,6% referred an intermediate level; Signed Portuguese episodes were observed in 33,3% of SAAI; 50% of the teachers are aligned with the Disability Social Model and Total Communication Philosophy for SAAIs work; 50% agree with deaf students inclusion in regular schools partly, and 16,7% believe that it harms deaf students; only 16,7 consider AEE efficient; 100% consider that challenges are big in SAAI (as anxiety, low number of classrooms support and assistance to the inclusion, overwork ,insufficient working hours, linguistic problems etc); 50% refer to practices which are not pertinent to AEE context (as curricular contents reinforcement, to learn to read and write and oral training) mechanical activities to train Libras were mentioned; In relation to community school involvement with SAAI, 60% of the teachers refer that regular classrooms teachers participation only occurs sometimes, 80% refer that families participation occurs sometimes or rarely, in relation to students academic and future professional performances 60% consider them below an accepted good level, classifying them between acceptable and bad; 60% refer that their students will finish only the secondary school, 100% consider that their deaf students are unable to compete with hearing students equally in getting jobs. The results show the need to rethink the AEE in the SAAI for deaf students in the city of São Paulo.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLichtig, IdaMoura, Guadalupe Marcondes de2016-10-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-18062019-112824/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-07-04T17:58:56Zoai:teses.usp.br:tde-18062019-112824Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-07-04T17:58:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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