Vesículas extracelulares pequenas como marcador preditivo em cães com linfoma multicêntrico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Garnica, Taismara Kustro
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-07032022-080711/
Resumo: O linfoma é o tipo mais comum de malignidade hematológica canina, onde a forma multicêntrica é responsável por 75% de todos os casos. O tratamento padrão é o protocolo CHOP de 19 semanas, no qual 85% dos cães alcançam resposta completa / parcial; porém uma grande parcela recidiva a doença em um período de até um ano após o diagnóstico. A avaliação da resposta terapêutica e a compreensão dos mecanismos envolvidos no processo quimioresistência tem sido os maiores desafios do linfoma canino. Diante disso, esse trabalho foi dividido em dois estudos principais: No primeiro estudo investigamos in vivo o potencial de exossomos séricos e seus miRNAs como marcadores preditivos para o linfoma canino. No segundo estudo investigamos in vitro o papel dos exossomos derivados de células quimioresistentes em linhagens humana e canina de neoplasias hematopoiéticas. Para o primeiro estudo foram utilizados vinte e dois cães (8 em Remissão Completa e 14 em Progressão da Doença). Os exossomos isolados dos cães foram avaliados quanto ao tamanho e concentração e foi realizada uma triagem de 95 oncomir em amostras selecionadas de pacientes com RC e DP. Os pacientes com DP apresentaram maior concentração de exossomos séricos no momento do diagnóstico do que os pacientes com RC (D0, P = 0,0277). A análise da curva ROC foi significativa para a concentração de exossomos para predizer a resposta ao CHOP (AUC = 0,8076, P = 0,0203) e sobrevida global (AUC = 0,8333, P = 0,0136). O miR-205 (P = 0,0384) e o miR-222 (P = 0,0578) apresentaram maior frequência no grupo RC e o mir-20a foi mais expresso em pacientes com RC (P = 0,085), enquanto o miR-93 foi mais expresso em pacientes com DP (P = 0,09). No segundo estudo induzimos a quimioresistência utilizando o protocolo CHOP nas células 3132 (linfoma canino de células B) e células Jurkat (leucemia de células T humana). Mostramos que as células resistentes 3132-CR e Jurkat-CR têm um tempo de duplicação mais lento em comparação com suas células ingênuas respectivas. As células 3132 e 3132-CR secretaram uma maior quantidade de exossomos após o tratamento quimioterápico (P = 0,0187), porém não houve diferença na quantidade de exossomos entre as linhagens (P = 0,7661). Houve um aumento na proliferação de células após o tratamento do exossomos em comparação ao controle para 3132 (P <0,001) e Jurkat (P <0,0035). No entanto, não houve diferença na proliferação comparando o tratamento usando exossomos derivados de células nativas e aqueles derivados de células CR para 3132 (P = 0,11) e Jurkat (P = 0,91). A proliferação celular foi maior após 78 horas de tratamento com exossomos para 3132 (P <0,001) e Jurkat (P <0,001). Em conclusão, os resultados gerados por esses estudos podem desencadear avanços na oncologia veterinária pela introdução da abordagem de biópsia líquida e pela compreensão de mecanismos de desenvolvimento de quimioresistência mediados por exossomos.
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Diante disso, esse trabalho foi dividido em dois estudos principais: No primeiro estudo investigamos in vivo o potencial de exossomos séricos e seus miRNAs como marcadores preditivos para o linfoma canino. No segundo estudo investigamos in vitro o papel dos exossomos derivados de células quimioresistentes em linhagens humana e canina de neoplasias hematopoiéticas. Para o primeiro estudo foram utilizados vinte e dois cães (8 em Remissão Completa e 14 em Progressão da Doença). Os exossomos isolados dos cães foram avaliados quanto ao tamanho e concentração e foi realizada uma triagem de 95 oncomir em amostras selecionadas de pacientes com RC e DP. Os pacientes com DP apresentaram maior concentração de exossomos séricos no momento do diagnóstico do que os pacientes com RC (D0, P = 0,0277). A análise da curva ROC foi significativa para a concentração de exossomos para predizer a resposta ao CHOP (AUC = 0,8076, P = 0,0203) e sobrevida global (AUC = 0,8333, P = 0,0136). O miR-205 (P = 0,0384) e o miR-222 (P = 0,0578) apresentaram maior frequência no grupo RC e o mir-20a foi mais expresso em pacientes com RC (P = 0,085), enquanto o miR-93 foi mais expresso em pacientes com DP (P = 0,09). No segundo estudo induzimos a quimioresistência utilizando o protocolo CHOP nas células 3132 (linfoma canino de células B) e células Jurkat (leucemia de células T humana). Mostramos que as células resistentes 3132-CR e Jurkat-CR têm um tempo de duplicação mais lento em comparação com suas células ingênuas respectivas. As células 3132 e 3132-CR secretaram uma maior quantidade de exossomos após o tratamento quimioterápico (P = 0,0187), porém não houve diferença na quantidade de exossomos entre as linhagens (P = 0,7661). Houve um aumento na proliferação de células após o tratamento do exossomos em comparação ao controle para 3132 (P <0,001) e Jurkat (P <0,0035). No entanto, não houve diferença na proliferação comparando o tratamento usando exossomos derivados de células nativas e aqueles derivados de células CR para 3132 (P = 0,11) e Jurkat (P = 0,91). A proliferação celular foi maior após 78 horas de tratamento com exossomos para 3132 (P <0,001) e Jurkat (P <0,001). Em conclusão, os resultados gerados por esses estudos podem desencadear avanços na oncologia veterinária pela introdução da abordagem de biópsia líquida e pela compreensão de mecanismos de desenvolvimento de quimioresistência mediados por exossomos.Lymphoma is the most common type of canine hematological malignancy, where the multicentric form is responsible for 75% of all cases. The standard treatment is the 19-week CHOP protocol, in which 85% of dogs achieve complete / partial response; however, a large portion of the disease relapses in a period of up to one year after diagnosis. The evaluation of the therapeutic response and the understanding of the mechanisms involved in the chemoresistance process have been the biggest challenges of canine lymphoma. Therefore, this work was divided into two main studies: In the first study, we investigated in vivo the potential of serum exosomes and their miRNAs as predictive markers for canine lymphoma. In the second study, we investigated in vitro the role of exosomes derived from chemoresistant cells in human and canine lineages of hematopoietic neoplasms. Twenty-two dogs were used for the first study (8 in Complete Remission and 14 in Disease Progression). The exosomes isolated from the dogs were evaluated for size and concentration and a 95 oncomir screening was performed on selected samples from patients with CR and PD. PD patients had a higher concentration of serum exosomes at the time of diagnosis than patients with CR (D0, P = 0.0277). The analysis of the ROC curve was significant for the concentration of exosomes to predict the response to CHOP (AUC = 0.8076, P = 0.0203) and overall survival (AUC = 0.8333, P = 0.0136). MiR-205 (P = 0.0384) and miR-222 (P = 0.0578) had a higher frequency in the CR group and mir-20a was more expressed in patients with CR (P = 0.085), while miR-93 was more expressed in patients with PD (P = 0.09). In the second study, we induced chemoresistance using the CHOP protocol in cells 3132 (canine B-cell lymphoma) and Jurkat cells (human T-cell leukemia). We have shown that resistant cells 3132-CR and Jurkat-CR have a slower doubling time compared to their respective naive cells. Cells 3132 and 3132-CR secreted a greater number of exosomes after chemotherapy (P = 0.0187), but there was no difference in the number of exosomes between strains (P = 0.7661). There was an increase in cell proliferation after treatment of the exosomes compared to the control for 3132 (P <0.001) and Jurkat (P <0.0035). However, there was no difference in proliferation comparing treatment using exosomes derived from native cells and those derived from CR cells for 3132 (P = 0.11) and Jurkat (P = 0.91). Cell proliferation was greater after 78 hours of treatment with exosomes for 3132 (P <0.001) and Jurkat (P <0.001). In conclusion, the results generated by these studies can trigger advances in veterinary oncology through the introduction of the liquid biopsy approach and the understanding of mechanisms of development of chemoresistance mediated by exosomes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFukumasu, HeidgeSilveira, Juliano Coelho daGarnica, Taismara Kustro2020-05-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-07032022-080711/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-03-09T12:14:02Zoai:teses.usp.br:tde-07032022-080711Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-03-09T12:14:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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