Impacto da ressuscitação volêmica sobre a variabilidade da frequência cardíaca em modelo de choque hemorrágico em suínos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Salomão Junior, Edgard
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-05012016-105941/
Resumo: Uma função autonômica adequada é essencial para a manutenção da estabilidade hemodinâmica durante a hemorragia. Diversos estudos tem demonstrado que a análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é uma técnica não-invasiva promissora para avaliação da modulação autonômica no trauma, mostrando haver uma associação entre a VFC e desfecho clínico. O objetivo deste estudo foi avaliar a VFC durante o choque hemorrágico e reposição volêmica, comparando a variáveis hemodinâmicas e metabólicas tradicionais. Vinte porcos anestesiados e ventilados mecanicamente foram submetidos ao choque hemorrágico (60% da volemia estimada) e avaliados durante 60 minutos sem reposição volêmica. Os animais sobreviventes foram tratados com solução de Ringer lactato e avaliados por mais 180 minutos. Medidas de VFC (no domínio do tempo e da frequência) e variáveis hemodinâmicas e metabólicas foram comparados entre animais sobreviventes e não sobreviventes. Sete dos 20 animais morreram durante o choque hemorrágico e reposição volêmica inicial. Todos os animais apresentaram diminuição do intervalo RR e aumento das medidas de VFC no domínio do tempo durante a hemorragia, sendo restaurados os valores basais após reposição volêmica. Embora não significante estatisticamente, foram observados diminuição de LF e LF/HF durante os estágios iniciais de sangramento, recuperação dos valores basais durante a manutenção do choque hemorrágico e aumento após reposição volêmica. Os animais não sobreviventes apresentaram valores significativamente menores de pressão arterial média (43 ± 7 vs 57 ± 9) e índice cardíaco (1,7 ± 0,2 vs 2,6 ± 0,5) e valores maiores de lactato (7,2 ± 2,4 vs 3,7 ± 1,4), excesso de base (-6,8 ± 3,3 vs -2,3 ± 2,8) e potássio sérico (5,3 ± 0,6 vs 4,2 ± 0,3), trinta minutos após indução do choque hemorrágico. Concluímos que as medidas de VFC não foram capazes de discriminar sobreviventes e não-sobreviventes durante choque hemorrágico. As variáveis metabólicas e hemodinâmicas foram melhores em refletir a gravidade do choque hemorrágico do que as medidas de VFC
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Vinte porcos anestesiados e ventilados mecanicamente foram submetidos ao choque hemorrágico (60% da volemia estimada) e avaliados durante 60 minutos sem reposição volêmica. Os animais sobreviventes foram tratados com solução de Ringer lactato e avaliados por mais 180 minutos. Medidas de VFC (no domínio do tempo e da frequência) e variáveis hemodinâmicas e metabólicas foram comparados entre animais sobreviventes e não sobreviventes. Sete dos 20 animais morreram durante o choque hemorrágico e reposição volêmica inicial. Todos os animais apresentaram diminuição do intervalo RR e aumento das medidas de VFC no domínio do tempo durante a hemorragia, sendo restaurados os valores basais após reposição volêmica. Embora não significante estatisticamente, foram observados diminuição de LF e LF/HF durante os estágios iniciais de sangramento, recuperação dos valores basais durante a manutenção do choque hemorrágico e aumento após reposição volêmica. Os animais não sobreviventes apresentaram valores significativamente menores de pressão arterial média (43 ± 7 vs 57 ± 9) e índice cardíaco (1,7 ± 0,2 vs 2,6 ± 0,5) e valores maiores de lactato (7,2 ± 2,4 vs 3,7 ± 1,4), excesso de base (-6,8 ± 3,3 vs -2,3 ± 2,8) e potássio sérico (5,3 ± 0,6 vs 4,2 ± 0,3), trinta minutos após indução do choque hemorrágico. Concluímos que as medidas de VFC não foram capazes de discriminar sobreviventes e não-sobreviventes durante choque hemorrágico. As variáveis metabólicas e hemodinâmicas foram melhores em refletir a gravidade do choque hemorrágico do que as medidas de VFCAn adequate autonomic function is essential for maintaining the hemodynamic stability during hemorrhage. The analysis of heart rate variability (HRV) has been shown as a promising non-invasive technique for assessing the cardiac autonomic modulation in trauma, and several studies have demonstrated the association between HRV and clinical outcome. The aim of this study was to evaluate HRV during hemorrhagic shock and fluid resuscitation, comparing to traditional hemodynamic and metabolic parameters. Twenty anesthetized and mechanically ventilated pigs were submitted to hemorrhagic shock (60% of estimated blood volume) and evaluated for 60 minutes without fluid replacement. Surviving animals were treated with Ringer solution and evaluated for an additional period of 180 minutes. HRV metrics (time domain and frequency domain) as well as hemodynamic and metabolic parameters were evaluated in survivors and non-survivors animals. Seven of the 20 animals died during hemorrhage and initial fluid resuscitation. All animals presented an increase in time-domain HRV measures during haemorrhage and fluid resuscitation restored baseline values. Although not significantly, normalized low-frequency and LF/HF ratio decreased during early stages of haemorrhage, recovering baseline values later during hemorrhagic shock and increased after fluid resuscitation. Non-surviving animals presented significantly lower mean arterial pressure (43 ± 7 vs 57 ± 9) and cardiac index (1.7 ± 0.2 vs 2.6 ± 0.5) and higher levels of plasma lactate (7.2 ± 2.4 vs 3.7 ± 1.4), base excess (-6.8 ± 3.3 vs -2.3±2.8) and potassium (5.3 ± 0.6 vs 4.2 ± 0.3), 30 minutes after hemorrhagic shock compared to surviving animals. Conclusions: The HRV metrics were not able to discriminate survivors from non-survivors during hemorrhagic shock. Moreover, metabolic and hemodynamic variables were more reliable to reflect hemorrhagic shock severity than HRV metricsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAuler Junior, Jose Otavio CostaSalomão Junior, Edgard2015-05-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-05012016-105941/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-05012016-105941Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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