Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camargo, Vinicius de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-12112024-161124/
Resumo: Essa dissertação tem o objetivo de investigar como os processos coletivos podem ser utilizados para combater o racismo nas relações de trabalho. Pretendeu-se verificar a viabilidade e o alcance do combate ao racismo através de processos coletivos e individuais com efeitos coletivos. A pesquisa adotou como marco teórico a tese do racismo estrutural e apresentou estudos que constatam a duradoura desigualdade entre brancos e negros no mercado de trabalho. Os principais procedimentos metodológicos utilizados foram a revisão bibliográfica e a análise de processos judiciais. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura com a intenção de verificar as potencialidades e limites da reivindicação de direitos da população negra a partir de processos judiciais coletivos. A busca por processos coletivos abrangeu os 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e a busca por processos individuais o TRT da 2ª Região. Ao todo foram localizados 32 processos coletivos relacionados ao objeto de pesquisa, os quais foram categorizados a partir da análise de conteúdo. A partir da análise dos processos à luz da literatura revisada, concluiu-se que os processos individuais não apresentaram efeitos coletivos e tratam quase exclusivamente de casos de discriminação racial direta. Apontou-se, ressalvando-se que o universo de processos coletivos encontrados é reduzido, que eles foram utilizados para enfrentar a dimensão institucional e estrutural da discriminação racial, além de buscarem a afirmação de interesses não tutelados por norma jurídica. Observou-se que os processos coletivos são majoritariamente ajuizados pelo Ministério Público do Trabalho, com baixo número de ações ajuizadas por sindicatos e associações. O principal limite para o reconhecimento da discriminação tanto em processos individuais, quanto coletivos, foi a questão probatória.
id USP_7db8ce64332387f775bf36e64766eaf7
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-12112024-161124
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalhoCollective processes as a tool for confronting racism in labor relationsCollective processesLabor relationsProcesso coletivoRacismRacismoRelações de trabalhoEssa dissertação tem o objetivo de investigar como os processos coletivos podem ser utilizados para combater o racismo nas relações de trabalho. Pretendeu-se verificar a viabilidade e o alcance do combate ao racismo através de processos coletivos e individuais com efeitos coletivos. A pesquisa adotou como marco teórico a tese do racismo estrutural e apresentou estudos que constatam a duradoura desigualdade entre brancos e negros no mercado de trabalho. Os principais procedimentos metodológicos utilizados foram a revisão bibliográfica e a análise de processos judiciais. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura com a intenção de verificar as potencialidades e limites da reivindicação de direitos da população negra a partir de processos judiciais coletivos. A busca por processos coletivos abrangeu os 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e a busca por processos individuais o TRT da 2ª Região. Ao todo foram localizados 32 processos coletivos relacionados ao objeto de pesquisa, os quais foram categorizados a partir da análise de conteúdo. A partir da análise dos processos à luz da literatura revisada, concluiu-se que os processos individuais não apresentaram efeitos coletivos e tratam quase exclusivamente de casos de discriminação racial direta. Apontou-se, ressalvando-se que o universo de processos coletivos encontrados é reduzido, que eles foram utilizados para enfrentar a dimensão institucional e estrutural da discriminação racial, além de buscarem a afirmação de interesses não tutelados por norma jurídica. Observou-se que os processos coletivos são majoritariamente ajuizados pelo Ministério Público do Trabalho, com baixo número de ações ajuizadas por sindicatos e associações. O principal limite para o reconhecimento da discriminação tanto em processos individuais, quanto coletivos, foi a questão probatória.This dissertation aims to investigate how collective processes can be used to combat racism in labor relations. The objective was to assess the feasibility and scope of combating racism through collective and individual processes with collective effects. The research adopted the theoretical framework of structural racism and presented studies that highlight the enduring inequality between white and black individuals in the labor market. The primary methodological procedures employed were literature review and analysis of judicial cases. A systematic literature review was conducted to examine the potentials and limitations of claiming rights for the black population through collective judicial processes. The search for collective processes encompassed all 24 Regional Labor Courts (Tribunais Regionais do Trabalho - TRT), while individual processes were specifically searched within TRT of the 2nd Region. A total of 32 collective processes related to the research subject were identified and categorized through content analysis. Based on the analysis of these processes in light of the reviewed literature, it was concluded that individual processes did not yield collective effects and predominantly addressed cases of direct racial discrimination. It was noted, acknowledging the limited universe of collective processes found, that they were used to confront the institutional and structural dimensions of racial discrimination, aiming to assert interests not adequately protected by legal norms. It was observed that collective processes are mostly initiated by the Labor Public Prosecutor\'s Office, with a low number of actions filed by unions and associations. The primary limitation for recognizing discrimination in both individual and collective processes was the issue of evidence.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZufelato, CamiloCamargo, Vinicius de2024-09-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-12112024-161124/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-11-13T14:08:02Zoai:teses.usp.br:tde-12112024-161124Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-11-13T14:08:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
Collective processes as a tool for confronting racism in labor relations
title Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
spellingShingle Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
Camargo, Vinicius de
Collective processes
Labor relations
Processo coletivo
Racism
Racismo
Relações de trabalho
title_short Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
title_full Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
title_fullStr Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
title_full_unstemmed Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
title_sort Processos coletivos como instrumento de enfrentamento ao racismo nas relações de trabalho
author Camargo, Vinicius de
author_facet Camargo, Vinicius de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Zufelato, Camilo
dc.contributor.author.fl_str_mv Camargo, Vinicius de
dc.subject.por.fl_str_mv Collective processes
Labor relations
Processo coletivo
Racism
Racismo
Relações de trabalho
topic Collective processes
Labor relations
Processo coletivo
Racism
Racismo
Relações de trabalho
description Essa dissertação tem o objetivo de investigar como os processos coletivos podem ser utilizados para combater o racismo nas relações de trabalho. Pretendeu-se verificar a viabilidade e o alcance do combate ao racismo através de processos coletivos e individuais com efeitos coletivos. A pesquisa adotou como marco teórico a tese do racismo estrutural e apresentou estudos que constatam a duradoura desigualdade entre brancos e negros no mercado de trabalho. Os principais procedimentos metodológicos utilizados foram a revisão bibliográfica e a análise de processos judiciais. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura com a intenção de verificar as potencialidades e limites da reivindicação de direitos da população negra a partir de processos judiciais coletivos. A busca por processos coletivos abrangeu os 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e a busca por processos individuais o TRT da 2ª Região. Ao todo foram localizados 32 processos coletivos relacionados ao objeto de pesquisa, os quais foram categorizados a partir da análise de conteúdo. A partir da análise dos processos à luz da literatura revisada, concluiu-se que os processos individuais não apresentaram efeitos coletivos e tratam quase exclusivamente de casos de discriminação racial direta. Apontou-se, ressalvando-se que o universo de processos coletivos encontrados é reduzido, que eles foram utilizados para enfrentar a dimensão institucional e estrutural da discriminação racial, além de buscarem a afirmação de interesses não tutelados por norma jurídica. Observou-se que os processos coletivos são majoritariamente ajuizados pelo Ministério Público do Trabalho, com baixo número de ações ajuizadas por sindicatos e associações. O principal limite para o reconhecimento da discriminação tanto em processos individuais, quanto coletivos, foi a questão probatória.
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 2024-09-25
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-12112024-161124/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-12112024-161124/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1826319287454793728