Estresse e docentes na área de ciências contábeis: consequências e estratégias
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-13062017-155346/ |
Resumo: | O estresse é um evento que pode afetar negativamente a qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos no seu trabalho. Apesar de o estresse poder promover mudanças positivas, sua recorrência no ambiente laboral pode causar sofrimento no indivíduo e diversos tipos de doenças. O ensino superior não está livre dessa interferência, já que ele se sustenta fundamentalmente pelas relações sociais que dependem da situação física e emocional dos agentes do universo acadêmico e em destaque do docente, contexto que repercute diretamente na qualidade do ensino e, consequentemente, na qualidade do profissional formado nesse ambiente. Por essa razão, diversos trabalhos têm se esmerado em entender esse fenômeno, buscando meios de amenizar os efeitos negativos produzido pelo estresse para o professor. Assim, considerando a repercussão que o estresse causa no ambiente acadêmico, a presente pesquisa buscou evidências que permitissem identificar e analisar a influência que o nível de demanda, controle e suporte exercem sobre o estresse autorrelatado pelos docentes dos cursos de Ciências Contábeis das Instituições de Ensino Superior brasileiras. Por meio de um levantamento de dados com 714 professores localizados em várias regiões brasileiras que foi obtido com a utilização do Teacher Stress Iventory para determinação do nível de estresse percebido pelos docentes, o DC-S para a precisar os níveis de demanda, controle e suporte organizacional, MBI para medir se a presença de Burnout, o Brief COPE para apontar as prevalências das estratégias de coping e do UWES para indicar os níveis de engajamento dos professores. Constatou-se que em média os respondentes relataram um índice de estresse de 82 pontos medidos pelo Teacher Stress Inventory o que representou 63% do escore máximo do instrumento. Com a utilização do DC-S, constatou-se um nível significativo de demanda (74% do instrumento) indicando que os respondentes sentem que o ambiente acadêmico é permeado por um nível elevado de exigências, mas, também indicaram altos níveis de controle (82% do instrumento) dessas demandas e de suporte organizacional (78% do instrumento). Esse resultado corrobora para a constatação de que os professores se autoavaliam com níveis significativos de eficácia profissional (78% do instrumento) e baixos níveis de exaustão (48% do instrumento) de despersonalização (37% do instrumento), medidas obtidas por meio do MBI. Em relação às estratégias de enfretamento, o Brief COPE indicou que os respondentes têm maior preferência pela utilização de estratégias do tipo focadas no problema. Foi possível precisar que considerando os dados reportados, os professores da amostra possuem níveis razoáveis de engajamento (77% do nível máximo do UWES), sendo a dimensão dedicação a que apresentou maior escore (82% do instrumento). Por meio da análise inferencial identificou-se que a percepção dos níveis de demanda, exaustão e utilização da estratégia de enfrentamento do tipo suporte social e emocional contribuem positivamente para a percepção de estresse. Nesse mesmo sentido, o fato de ser do sexo feminino e lecionar apenas na parte da manhã também. Em sentido oposto, se averiguou que os níveis de percepção de controle e suporte no ambiente organizacional, a utilização de estratégias de enfrentamento do tipo desinvestimento comportamental e uso de substancias (conforme definas no Brief COPE), além das variáveis: renda familiar, lecionar no período da tarde e noite ou lecionar pela manhã e noite, possuir outra profissão além da de docente e os níveis de satisfação com os alunos, contribuem negativamente para a percepção de estresse. Esses resultados permitem dizer que as demandas acadêmicas influenciam o estresse autorrelatado, mas que esse efeito pode ser moderado pela percepção de controle dessas demandas e também pelo suporte presente no ambiente laboral. |
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Estresse e docentes na área de ciências contábeis: consequências e estratégiasStress and accounting faculty: consequences and strategiesAccountingCiências ContábeisDistressDistresseEnsino SuperiorEstresse ProfissionalEutresseHigher educationJob stressProfessorProfessor UniversitárioStressO estresse é um evento que pode afetar negativamente a qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos no seu trabalho. Apesar de o estresse poder promover mudanças positivas, sua recorrência no ambiente laboral pode causar sofrimento no indivíduo e diversos tipos de doenças. O ensino superior não está livre dessa interferência, já que ele se sustenta fundamentalmente pelas relações sociais que dependem da situação física e emocional dos agentes do universo acadêmico e em destaque do docente, contexto que repercute diretamente na qualidade do ensino e, consequentemente, na qualidade do profissional formado nesse ambiente. Por essa razão, diversos trabalhos têm se esmerado em entender esse fenômeno, buscando meios de amenizar os efeitos negativos produzido pelo estresse para o professor. Assim, considerando a repercussão que o estresse causa no ambiente acadêmico, a presente pesquisa buscou evidências que permitissem identificar e analisar a influência que o nível de demanda, controle e suporte exercem sobre o estresse autorrelatado pelos docentes dos cursos de Ciências Contábeis das Instituições de Ensino Superior brasileiras. Por meio de um levantamento de dados com 714 professores localizados em várias regiões brasileiras que foi obtido com a utilização do Teacher Stress Iventory para determinação do nível de estresse percebido pelos docentes, o DC-S para a precisar os níveis de demanda, controle e suporte organizacional, MBI para medir se a presença de Burnout, o Brief COPE para apontar as prevalências das estratégias de coping e do UWES para indicar os níveis de engajamento dos professores. Constatou-se que em média os respondentes relataram um índice de estresse de 82 pontos medidos pelo Teacher Stress Inventory o que representou 63% do escore máximo do instrumento. Com a utilização do DC-S, constatou-se um nível significativo de demanda (74% do instrumento) indicando que os respondentes sentem que o ambiente acadêmico é permeado por um nível elevado de exigências, mas, também indicaram altos níveis de controle (82% do instrumento) dessas demandas e de suporte organizacional (78% do instrumento). Esse resultado corrobora para a constatação de que os professores se autoavaliam com níveis significativos de eficácia profissional (78% do instrumento) e baixos níveis de exaustão (48% do instrumento) de despersonalização (37% do instrumento), medidas obtidas por meio do MBI. Em relação às estratégias de enfretamento, o Brief COPE indicou que os respondentes têm maior preferência pela utilização de estratégias do tipo focadas no problema. Foi possível precisar que considerando os dados reportados, os professores da amostra possuem níveis razoáveis de engajamento (77% do nível máximo do UWES), sendo a dimensão dedicação a que apresentou maior escore (82% do instrumento). Por meio da análise inferencial identificou-se que a percepção dos níveis de demanda, exaustão e utilização da estratégia de enfrentamento do tipo suporte social e emocional contribuem positivamente para a percepção de estresse. Nesse mesmo sentido, o fato de ser do sexo feminino e lecionar apenas na parte da manhã também. Em sentido oposto, se averiguou que os níveis de percepção de controle e suporte no ambiente organizacional, a utilização de estratégias de enfrentamento do tipo desinvestimento comportamental e uso de substancias (conforme definas no Brief COPE), além das variáveis: renda familiar, lecionar no período da tarde e noite ou lecionar pela manhã e noite, possuir outra profissão além da de docente e os níveis de satisfação com os alunos, contribuem negativamente para a percepção de estresse. Esses resultados permitem dizer que as demandas acadêmicas influenciam o estresse autorrelatado, mas que esse efeito pode ser moderado pela percepção de controle dessas demandas e também pelo suporte presente no ambiente laboral.Stress is an event that can negatively affect the quality of life and the well-being of individuals in their workplace. Although it can be related to positive changes, its recurrence in the work environment can cause suffering in the individual and promote several types of diseases. Higher education is not free from this interference, since it is based fundamentally on the social relations that depend on the physical and emotional situation of agents in the academic universe--in particular, the teacher. This context directly affects the quality of teaching and, consequently, the capacity of the professionals trained in this environment. For this reason, several papers have been careful to understand this phenomenon, seeking ways to mitigate the negative effects produced by stress in teachers. Thus, considering the repercussion that the stress causes in the academic environment, the present study sought evidence in order to allow it to identify and analyze the levels of demand, control, and support exerted on the self-reported stress of students enrolled in the courses of Accounting Sciences of higher education institutions in Brazil. To do so, a data survey involving 714 teachers located in different regions of the country was conducted. These data were obtained with the use of the following instruments: Teacher Stress Inventory, to determine the level of stress perceived by teachers; DC-S, to specify the levels of demand, control, and organizational support; MBI, to measure the presence of burnout; Brief COPE, to indicate the prevalence of coping strategies; and UWES, to provide teachers\' engagement levels. It was found that, on average, respondents reported a stress index of 82 points, measured by Teacher Stress Inventory, which represented 63% of the instrument\'s maximum score. With the use of DC-S, a significant level of demand (74% of the instrument) was observed, indicating that respondents feel that the academic environment is permeated by a high level of requirements. Also, it was noted that there were high levels of control for those demands (82% of the instrument), as well as for organizational support (78% of the instrument). These results resonate with the finding that teachers evaluate themselves with significant levels of professional efficacy (78% of the instrument) and low levels of exhaustion (48% of the instrument), and depersonalization (37% of the instrument), measures obtained through MBI. Regarding coping strategies, Brief COPE indicated that respondents are more inclined to adopt problem-oriented ones. From the data reported, teachers in the sample registered reasonable levels of engagement (77% of the UWES maximum level) being the indicator dedication the one with the highest score (82% of the instrument). Also, by means of inferential analysis, it was identified that the perception of demand levels, exhaustion, and use of coping strategy of social and emotional support type contributes positively to the perception of stress. In this same sense, the fact that the respondent is female and the condition of teaching only in the morning also has a positive influence. In the opposite direction, it was verified that the levels of perception of control and support in the organizational environment, the use of behavioral disinvestment coping strategies, and the use of chemical substances (as defined in Brief COPE), as well as the variables family income, teaching in the afternoon/evening or morning/evening, have a profession other than that of a teacher, and, finally, level of satisfaction with the students contribute negatively to the perception of stress. These results allow us to say that academic demands influence self-reported stress, but that this effect can be moderated by the perception of control of these demands and also by the present support in the work environment.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCornacchione Junior, Edgard BrunoGarcia, Marcia CarvalhoNascimento, Eduardo Mendes2017-03-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-13062017-155346/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-13062017-155346Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O estresse é um evento que pode afetar negativamente a qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos no seu trabalho. Apesar de o estresse poder promover mudanças positivas, sua recorrência no ambiente laboral pode causar sofrimento no indivíduo e diversos tipos de doenças. O ensino superior não está livre dessa interferência, já que ele se sustenta fundamentalmente pelas relações sociais que dependem da situação física e emocional dos agentes do universo acadêmico e em destaque do docente, contexto que repercute diretamente na qualidade do ensino e, consequentemente, na qualidade do profissional formado nesse ambiente. Por essa razão, diversos trabalhos têm se esmerado em entender esse fenômeno, buscando meios de amenizar os efeitos negativos produzido pelo estresse para o professor. Assim, considerando a repercussão que o estresse causa no ambiente acadêmico, a presente pesquisa buscou evidências que permitissem identificar e analisar a influência que o nível de demanda, controle e suporte exercem sobre o estresse autorrelatado pelos docentes dos cursos de Ciências Contábeis das Instituições de Ensino Superior brasileiras. Por meio de um levantamento de dados com 714 professores localizados em várias regiões brasileiras que foi obtido com a utilização do Teacher Stress Iventory para determinação do nível de estresse percebido pelos docentes, o DC-S para a precisar os níveis de demanda, controle e suporte organizacional, MBI para medir se a presença de Burnout, o Brief COPE para apontar as prevalências das estratégias de coping e do UWES para indicar os níveis de engajamento dos professores. Constatou-se que em média os respondentes relataram um índice de estresse de 82 pontos medidos pelo Teacher Stress Inventory o que representou 63% do escore máximo do instrumento. Com a utilização do DC-S, constatou-se um nível significativo de demanda (74% do instrumento) indicando que os respondentes sentem que o ambiente acadêmico é permeado por um nível elevado de exigências, mas, também indicaram altos níveis de controle (82% do instrumento) dessas demandas e de suporte organizacional (78% do instrumento). Esse resultado corrobora para a constatação de que os professores se autoavaliam com níveis significativos de eficácia profissional (78% do instrumento) e baixos níveis de exaustão (48% do instrumento) de despersonalização (37% do instrumento), medidas obtidas por meio do MBI. Em relação às estratégias de enfretamento, o Brief COPE indicou que os respondentes têm maior preferência pela utilização de estratégias do tipo focadas no problema. Foi possível precisar que considerando os dados reportados, os professores da amostra possuem níveis razoáveis de engajamento (77% do nível máximo do UWES), sendo a dimensão dedicação a que apresentou maior escore (82% do instrumento). Por meio da análise inferencial identificou-se que a percepção dos níveis de demanda, exaustão e utilização da estratégia de enfrentamento do tipo suporte social e emocional contribuem positivamente para a percepção de estresse. Nesse mesmo sentido, o fato de ser do sexo feminino e lecionar apenas na parte da manhã também. Em sentido oposto, se averiguou que os níveis de percepção de controle e suporte no ambiente organizacional, a utilização de estratégias de enfrentamento do tipo desinvestimento comportamental e uso de substancias (conforme definas no Brief COPE), além das variáveis: renda familiar, lecionar no período da tarde e noite ou lecionar pela manhã e noite, possuir outra profissão além da de docente e os níveis de satisfação com os alunos, contribuem negativamente para a percepção de estresse. Esses resultados permitem dizer que as demandas acadêmicas influenciam o estresse autorrelatado, mas que esse efeito pode ser moderado pela percepção de controle dessas demandas e também pelo suporte presente no ambiente laboral. |
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