Avaliação da medida do índice tornozelo-braquial em portadores de hipercolesterolemia familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Carolina
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-02062014-091832/
Resumo: A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma doença de herança genética autossômica dominante caracterizada pela elevação dos níveis séricos de colesterol total e das lipoproteínas de baixa densidade (LDL- c). Conhecida por estar estreitamente relacionada ao processo aterosclerótico, a HF pode determinar o desenvolvimento de lesões obstrutivas precoces em distintos leitos arteriais. Nesse contexto, a HF também tem sido proposta como um fator de risco para a doença arterial periférica (DAP). Avaliamos assim de forma sistemática por meio de um estudo transversal e observacional, a prevalência de DAP em uma população brasileira de portadores de HF. Estudamos também sua associação com diversos fatores de risco cardiovascular, incluindo sexo, idade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, perfil lipídico, níveis séricos de glicemia e creatinina. Avaliou-se também a associação da DAP com histórico prévio de doença cardiovascular (DCV) bem como sua associação com marcadores de aterosclerose subclínica representados pela angiotomografia coronariana e escore de cálcio coronário. Foram estudados 212 portadores de HF, sendo que em 86% foi comprovada presença de mutação do receptor da LDL e um grupo de comparação composto por 524 indivíduos normolipidêmicos. O rastreamento da DAP foi realizado por dois avaliadores treinados, pela medida do índice tornozelo-braquial (ITB) avaliado em repouso na posição supina, com Doppler vascular portátil. Houve maior prevalência de DAP definida por ITB <= 0,90 em portadores de HF comparados aos controles (17,5% vs. 2,3%, respectivamente; p < 0,001). As variáveis que se associaram independentemente com a alteração dos valores do ITB nos grupos estudados foram, a idade, antecedente prévio de doença cardiovascular e o indivíduo ser portador de HF (OR= 5,77 IC 95% 2,83-11,77, p < 0,001). Na população de HF as variáveis que se associaram independentemente à alteração dos valores de ITB foram a idade e a presença de histórico de tabagismo ativo ou passado. Houve uma associação univariada entre o histórico de doença cardiovascular e o diagnóstico de doença arterial periférica nesta população (OR= 3,20 IC 95% 1,53-6,67, p=0,001), porém tal associação não se manteve significativa quando ajustada por variáveis de confusão. Da mesma forma não se encontrou associação entre os valores alterados de ITB e a presença de placa coronariana e sua gravidade, bem como com o escore de cálcio coronário. Os dados sugerem dissociação entre o desenvolvimento da aterosclerose em diferentes leitos arteriais .Em conclusão, nossos resultados indicam que a DAP é mais frequente na HF do que em indivíduos normolipidêmicos e que outros fatores de risco potencializam o colesterol para sua presença. Não foi encontrada associação independente da alteração do ITB com manifestação de DCV prévia e com a aterosclerose coronária subclínica. Contudo, mais estudos são necessários para determinar o papel do uso do ITB como ferramenta para avaliação do risco de eventos cardiovasculares nessa população
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Avaliamos assim de forma sistemática por meio de um estudo transversal e observacional, a prevalência de DAP em uma população brasileira de portadores de HF. Estudamos também sua associação com diversos fatores de risco cardiovascular, incluindo sexo, idade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, perfil lipídico, níveis séricos de glicemia e creatinina. Avaliou-se também a associação da DAP com histórico prévio de doença cardiovascular (DCV) bem como sua associação com marcadores de aterosclerose subclínica representados pela angiotomografia coronariana e escore de cálcio coronário. Foram estudados 212 portadores de HF, sendo que em 86% foi comprovada presença de mutação do receptor da LDL e um grupo de comparação composto por 524 indivíduos normolipidêmicos. O rastreamento da DAP foi realizado por dois avaliadores treinados, pela medida do índice tornozelo-braquial (ITB) avaliado em repouso na posição supina, com Doppler vascular portátil. Houve maior prevalência de DAP definida por ITB <= 0,90 em portadores de HF comparados aos controles (17,5% vs. 2,3%, respectivamente; p < 0,001). As variáveis que se associaram independentemente com a alteração dos valores do ITB nos grupos estudados foram, a idade, antecedente prévio de doença cardiovascular e o indivíduo ser portador de HF (OR= 5,77 IC 95% 2,83-11,77, p < 0,001). Na população de HF as variáveis que se associaram independentemente à alteração dos valores de ITB foram a idade e a presença de histórico de tabagismo ativo ou passado. Houve uma associação univariada entre o histórico de doença cardiovascular e o diagnóstico de doença arterial periférica nesta população (OR= 3,20 IC 95% 1,53-6,67, p=0,001), porém tal associação não se manteve significativa quando ajustada por variáveis de confusão. Da mesma forma não se encontrou associação entre os valores alterados de ITB e a presença de placa coronariana e sua gravidade, bem como com o escore de cálcio coronário. Os dados sugerem dissociação entre o desenvolvimento da aterosclerose em diferentes leitos arteriais .Em conclusão, nossos resultados indicam que a DAP é mais frequente na HF do que em indivíduos normolipidêmicos e que outros fatores de risco potencializam o colesterol para sua presença. Não foi encontrada associação independente da alteração do ITB com manifestação de DCV prévia e com a aterosclerose coronária subclínica. Contudo, mais estudos são necessários para determinar o papel do uso do ITB como ferramenta para avaliação do risco de eventos cardiovasculares nessa populaçãoFamilial hypercholesterolemia (FH) is a genetic disease of autosomal dominant inheritance characterized by elevated serum levels of total and low density lipoprotein ( LDL - c ) cholesterol. FH is associated to atherosclerosis and can determine the early development of obstructive lesions in different arterial beds. In this context, FH has also been proposed as a risk factor for peripheral arterial disease (PAD). In a cross-sectional observational study the prevalence of PAD in a Brazilian population of patients with FH was determined . We also study its association with several cardiovascular risk factors, including gender, age , hypertension , diabetes mellitus , smoking , lipid profile , serum glucose and creatinine. The association of PAD with previous manifestations of cardiovascular disease (CVD) and with markers of subclinical coronary atherosclerosis detected by computed tomography coronary angiography and coronary calcium score was also evaluated. We studied 212 patients with FH, of which 86% had a confirmed diagnosis by the presence of LDL receptor mutations, and a comparison group consisting of 524 normolipidemic subjects . PAD diagnosis was made by 2 trained evaluators, by the ankle-brachial index ( ABI ) measured at rest in the supine position. There was a higher prevalence of PAD defined as ABI <= 0.90 in patients with HF compared with controls (17.5 % vs . 2.3% , p < 0.001 ) . The variables that were independently associated with altered ABI values in both groups were age, previous history of CVD and the diagnosis of FH (OR = 5.77 95% CI 2.83 to 11.77 , p < 0.001). In FH subjects variables independently associated with altered ABI values were age and the presence of current or past smoking history. There was a univariate association between CVD history and the diagnosis of PAD in this population (OR = 3.20 95% CI 1.53 to 6.67 , p = 0.001), but this association did not remain significant when adjusted for confounders . Likewise, no association was found between the values of altered ABI and the presence of coronary plaque and its severity, as well with the coronary calcium score. The data suggest that there is a dissociation of atherosclerosis development in different arterial beds. In conclusion, our results indicate that PAD is more common in FH than in normolipidemic subjects and that other risk factors potentiate cholesterol to determine its presence. No independent association was found between the alteration of ABI values with manifestations of prior CVD, as well as with the presence of subclinical coronary atherosclerosis. More studies are needed to determine the role of ABI use as a tool for assessing the risk of cardiovascular events in FHBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantos Filho, Raul Dias dosPereira, Carolina2014-02-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-02062014-091832/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:49Zoai:teses.usp.br:tde-02062014-091832Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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