\"(No) me gustas cuando callas\": a contradição da manutenção socioespacial da violência contra a mulher em Campinas-SP
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-24022023-195415/ |
Resumo: | A lógica de dominação e organização socioespacial reflete os interesses masculinos de uma hegemonia fantasiada de neutralidade. Neste sentido, a persistência da violência evidencia a multiplicidade das relações correlatas à organização das relações entre os sujeitos e suas inerentes práticas e identidades espaciais, no que diz respeito às constituições relacionais individuais e coletivas. No que se refere a violência de gênero, observa-se um fenômeno plural, compreendido através de um olhar interseccional e que se organiza enquanto um dos pilares essenciais para o desenvolvimento das relações de poder. A desigualdade de gênero, através da geograficidade de sua violência, pode ser identificada cotidianamente, na materialização das constituições espaciais e da reprodução urbana. A partir disso, toma-se enquanto exemplo o desenvolvimento em constante construção das espacialidades urbanas do município de Campinas - SP. Seguindo a logicidade de urbanização voltada a perspectiva de um capital hegemonicamente masculino, a materialidade dos simbolismos da cidade evidencia a desigualdade de gênero, a vulnerabilidade feminina e a manutenção das relações violentas entre os sujeitos e suas consequentes espacialidades. Tomando como referência a análise dos dados de notificações compulsórias de violência contra a mulher em Campinas, coletados através da plataforma do Sistema de Notificação de Violência (SISNOV), padrões, problemáticas e questionamentos podem ser levantados, à luz de uma Geografia Feminista norteada pela concepção de um espaço relacional, com o objetivo de mapear e compreender as múltiplas dimensões que a violência pode assumir no desenvolvimento da identidade e vivência femininas no município. Com base neste pressuposto, o presente trabalho tem como orientação a busca pela compreensão da dinâmica espacial de Campinas no que se refere a violência contra a mulher adulta no município. Para tanto, compreende a geograficidade das relações violentas, bem como da desigualdade de gênero historicamente construída, enquanto essenciais para a reprodução urbana. A análise orienta-se através do mapeamento e correlação das notificações de violência coletadas através do SISNOV no período entre os anos de 2010 e 2020, dialogando com uma perspectiva Feminista de posicionamento geográfico para a compreensão das relações dispostas no decorrer da dissertação. |
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A desigualdade de gênero, através da geograficidade de sua violência, pode ser identificada cotidianamente, na materialização das constituições espaciais e da reprodução urbana. A partir disso, toma-se enquanto exemplo o desenvolvimento em constante construção das espacialidades urbanas do município de Campinas - SP. Seguindo a logicidade de urbanização voltada a perspectiva de um capital hegemonicamente masculino, a materialidade dos simbolismos da cidade evidencia a desigualdade de gênero, a vulnerabilidade feminina e a manutenção das relações violentas entre os sujeitos e suas consequentes espacialidades. Tomando como referência a análise dos dados de notificações compulsórias de violência contra a mulher em Campinas, coletados através da plataforma do Sistema de Notificação de Violência (SISNOV), padrões, problemáticas e questionamentos podem ser levantados, à luz de uma Geografia Feminista norteada pela concepção de um espaço relacional, com o objetivo de mapear e compreender as múltiplas dimensões que a violência pode assumir no desenvolvimento da identidade e vivência femininas no município. Com base neste pressuposto, o presente trabalho tem como orientação a busca pela compreensão da dinâmica espacial de Campinas no que se refere a violência contra a mulher adulta no município. Para tanto, compreende a geograficidade das relações violentas, bem como da desigualdade de gênero historicamente construída, enquanto essenciais para a reprodução urbana. A análise orienta-se através do mapeamento e correlação das notificações de violência coletadas através do SISNOV no período entre os anos de 2010 e 2020, dialogando com uma perspectiva Feminista de posicionamento geográfico para a compreensão das relações dispostas no decorrer da dissertação.The logic of domination and socio-spatial organization reflects the male interests of a hegemony disguised as neutrality. In this sense, the persistence of violence highlights the multiplicity of relationships related to the organization of relations between subjects and their inherent practices and spatial identities, with regard to individual and collective relational constitutions. Regarding gender violence, a plural phenomenon is observed, understood through an intersectional approach, and underpins the development of power relations. Gender inequality, through the geography of its violence, can be identified on a daily basis, in the materialization of spatial constitutions and urban reproduction. Based on that, we take as an example the development in constant construction of the urban spatialities of the city of Campinas - SP. Following the logic of urbanization focused on the perspective of a male capital, the materiality of the symbolisms of the city highlights gender inequality, female vulnerability, and the maintenance of violent relations among subjects and their consequent spatialities. Taking as reference the analysis of data from compulsory notifications of violence against women in Campinas, collected through the platform of the System of Notification of Violence (SISNOV), patterns, problematics and questions emerge with the aim of mapping and understanding the multiple dimensions that violence can assume in the development of female identity and experience in the city. These assumptions lead the present work to the search for an understanding of the spatial dynamics of Campinas regarding violence against adult women in the municipality. For this purpose, the present work understands the geography of violent relations, as well as the historically constructed gender inequality, as essential for urban reproduction. The analysis is guided through the mapping and correlation of the notifications of violence collected through SISNOV in the period between the years 2010 and 2020, dialoguing with a Feminist perspective of geographic positioning for the understanding of the relations arranged throughout the dissertation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLemos, Amalia Ines Geraiges deRossetto, Maria Julia Buck2022-11-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-24022023-195415/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-02-24T21:59:51Zoai:teses.usp.br:tde-24022023-195415Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-02-24T21:59:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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