Aristófanes e Platão: deformadores da democracia antiga
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-15012009-144506/ |
Resumo: | Os diálogos de Platão ainda são exemplos de como a filosofia, mais que um método de investigação ou busca por conhecimento, deve ser compreendida tal qual um modo de vida. O filosofar, nestes textos, ajuda-nos a entender como, no mundo clássico, as esferas estão conectadas, ao mostrar de que maneira a política, a metafísica e a epistemologia são interdependentes. Assim, porque tem como ponto de partida a metafísica, que é tela para a pintura da cidade ideal, em que ao filósofo cabe a chefia, todos os outros regimes que não sejam a monarquia ou a aristocracia filosóficas são compreendidos como formas degeneradas de governo. Dentre os regimes analisados pelo filósofo, destaca-se a democracia: o modo político, por excelência, grego, é descrito como o degrau anterior à tirania, ou seja, como a ante-sala para o bárbaro governo. Em outro âmbito, a saber, no da comédia, encontramos Aristófanes; dentre outras coisas, o grande crítico do demagogo Cléon e dos desvios da democracia de seu tempo. Se Platão é dependente de uma metafísica para combater a democracia, o comediógrafo, ao contrário, não tem como fundamento algo semelhante, mas lança mão de suas peças para educar os espectadores que são os responsáveis pela decisão tomada, democraticamente, acerca do vencedor dos festivais que encerravam, dentre outras disputas, aquela concernente aos autores cômicos. Deste modo, a intenção do trabalho é procurar entender como a filosofia platônica e a comédia aristofânica, apesar da crítica comum que desenvolvem às instituições democráticas gregas, apresentam soluções para o problema, alicerçadas em fundamentos radicalmente diferentes: a metafísica, no caso de Platão e o vislumbre da reestruturação do regime democrático, possibilitado com a reeducação da pólis, em Aristófanes. Para a articulação dessas concepções, necessário foi levar em consideração as diferenças próprias aos gêneros dos discursos e ao papel que comediógrafo e filósofo desempenhavam junto à pólis. |
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Aristófanes e Platão: deformadores da democracia antigaAristophane et Platon: les déformants de la démocratie ancienneAristófanesAristophaneDemocraciaDémocratiePlatãoPlatonRidiculeRidículoOs diálogos de Platão ainda são exemplos de como a filosofia, mais que um método de investigação ou busca por conhecimento, deve ser compreendida tal qual um modo de vida. O filosofar, nestes textos, ajuda-nos a entender como, no mundo clássico, as esferas estão conectadas, ao mostrar de que maneira a política, a metafísica e a epistemologia são interdependentes. Assim, porque tem como ponto de partida a metafísica, que é tela para a pintura da cidade ideal, em que ao filósofo cabe a chefia, todos os outros regimes que não sejam a monarquia ou a aristocracia filosóficas são compreendidos como formas degeneradas de governo. Dentre os regimes analisados pelo filósofo, destaca-se a democracia: o modo político, por excelência, grego, é descrito como o degrau anterior à tirania, ou seja, como a ante-sala para o bárbaro governo. Em outro âmbito, a saber, no da comédia, encontramos Aristófanes; dentre outras coisas, o grande crítico do demagogo Cléon e dos desvios da democracia de seu tempo. Se Platão é dependente de uma metafísica para combater a democracia, o comediógrafo, ao contrário, não tem como fundamento algo semelhante, mas lança mão de suas peças para educar os espectadores que são os responsáveis pela decisão tomada, democraticamente, acerca do vencedor dos festivais que encerravam, dentre outras disputas, aquela concernente aos autores cômicos. Deste modo, a intenção do trabalho é procurar entender como a filosofia platônica e a comédia aristofânica, apesar da crítica comum que desenvolvem às instituições democráticas gregas, apresentam soluções para o problema, alicerçadas em fundamentos radicalmente diferentes: a metafísica, no caso de Platão e o vislumbre da reestruturação do regime democrático, possibilitado com a reeducação da pólis, em Aristófanes. Para a articulação dessas concepções, necessário foi levar em consideração as diferenças próprias aos gêneros dos discursos e ao papel que comediógrafo e filósofo desempenhavam junto à pólis.Les dialogues de Platon exemplifient que la philosophie, plus qune méthode dinvestigation ou une recherche de la connaissence, doit être comprise comme un moyen de vie. Le philosopher dans ces textes, nous aide à compreendre comme, dans le monde classique, les sphères sont liés quand on montre la manière selon laquelle la politique, la métaphysique et lépistémologie sont interdépendentes. Ainsi, parce que le philosophe a comme point de départ la metaphysique, qui est la toile de la peinture de la cité idéale dont le philosophe est le chef, tous les autres régimes que non la monarchie ou laristocratie philosophiques sont vues comme formes dépravées de gouvernemment. Entre les régimes analisés par le penseur, la démocratie est remarquable: le type politique, par excellence, grec, est décrit comme le marche anterieur à la tiranie, cest-à-dire- lante-salon du gouvernemment barbare. Dans lespace de la comédie, nous rencontrons Aristophane, le critique du demagogue Cléon et des problèmes de la démocratie de son temps. Si Platon est dépendent dune métaphysique pour combattre la démocratie, le comédiographe, au contraire, na pas comme fondement quelque chose pareille, mais il se sert de ses pièces pour éduquer les spectateurs qui sont les responsables pour la décision pensée, démocratiquement, par rapport au vainqueur des festivals dans lequels il y avait les disputes des auteurs comiques. Alors, le but du travail présent est dessayer compreendre comme la philosophie platonique et la comédie aristophanique, en dépit de la critique commune sur les institutions démocratiques grecques, présentent des résolutions au probléme démocratique fondées sur bases radicalement différentes: la métaphysique, au cas de Platon, et la possibilité de réformer le régime démocratique grâce à la rééducation de la pólis, en Aristophane. Pour conduire ces conceptualisations, il a fallu faire attention aux différences entre les genres des discurs et au rôle du comédiographe et du philosophe dans la pólis.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantos, Luiz Henrique Lopes dosAgostini, Cristina de Souza2008-06-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-15012009-144506/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-15012009-144506Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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