Prevalência e fatores associados ao burnout em médicos durante a pandemia da covid-19
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-05122023-154518/ |
Resumo: | Introdução: A pandemia por covid-19 acentuou a demanda de atendimento nos serviços de saúde, com maior sobrecarga de trabalho aos profissionais de saúde, especialmente os médicos. Essa sobrecarga pareceu maior, no início da pandemia, nos médicos que estão na linha de frente do atendimento, dada a maior chance de serem acometidos pela própria doença. Embora já se saiba que há fatores individuais, organizacionais e distúrbios do sono para desenvolver o burnout em profissionais de saúde, saber se a condição resultante do atendimento médico na linha de frente a pacientes com covid-19 afetou essa associação entre o burnout, pode abrir mais possibilidades para apoio a esses profissionais. Objetivos: A proposta da pesquisa é estimar a prevalência do burnout e possíveis fatores individuais, organizacionais e de distúrbios do sono associados ao esgotamento em médicos de todas as regiões do país durante a pandemia de covid-19. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação de fatores sociodemográficos (sexo e idade) e de, fatores relacionados à organização do trabalho (carga horária e local de trabalho), assim como a presença de distúrbios do sono (insônia, qualidade e quantidade de sono) com o burnout em médicos em um período no primeiro ano da pandemia de covid-19. Métodos: O estudo transversal foi realizado a partir de um banco de dados subsidiário coletado no período de 28 de maio a 28 de junho de 2020, elaborado por especialista do sono, de uma amostra de 2639 médicos das cinco regiões do Brasil com n=256 (9,7%) de perda de respostas. O questionário respondido consta de dados sociodemográficos e sobre distúrbios do sono em que foram realizadas estatística descritiva e testes de estatística inferencial. Resultados: A amostra de 2.639 médicos teve 256 (9,7%) perdas por questionários incompletos, constituindo, portanto, 2.374 (90,3%) profissionais. A prevalência de burnout encontrada antes da pandemia foi de 18,9% e aumentou para 31,3% durante o período da coleta de dados na pandemia, pela análise do componente de esgotamento emocional. Os fatores associados as maiores chances de burnout, segundo a análise de regressão, incluem a faixa etária de 25 a 39 anos (OR=2,76; IC95%=1,94-3,92); o sexo feminino (OR=1,67; IC95%=1,34-2,08); a atuação na linha de frente (OR=1,62; IC95%=1,30-2,02); o sono mais curto e de pior qualidade em relação ao período anterior à pandemia (OR=6,39; IC95%= 4,99-8,17) e não trabalhar em home office (OR=1,31; IC95%= 1,08-1,60). Conclusão: Os resultados desse estudo evidenciaram que os fatores com maior chance de desenvolvimento de burnout em médicos foram a faixa etária de jovem adulto, o sexo feminino, o trabalho na linha de frente, o sono curto e de má qualidade, além do trabalho presencial. Portanto, o presente estudo identificou pontos importantes para nortear o planejamento de ações preventivas ao burnout em médicos, considerando os fatores sociodemográficos, as condições de trabalho e aspectos relacionados ao sono, as quais são necessárias para garantir a qualidade e a continuidade de prestação de assistência à saúde da população, particularmente em emergências sanitárias. |
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Prevalência e fatores associados ao burnout em médicos durante a pandemia da covid-19Prevalence and factors associated with burnout in physicians during the covid-19 pandemicBurnoutCircadian RhythmCovid-19Covid-19EsgotamentoMédicoMental HealthPhysicianRitmo CircadianoSaúde MentalSleepSonoIntrodução: A pandemia por covid-19 acentuou a demanda de atendimento nos serviços de saúde, com maior sobrecarga de trabalho aos profissionais de saúde, especialmente os médicos. Essa sobrecarga pareceu maior, no início da pandemia, nos médicos que estão na linha de frente do atendimento, dada a maior chance de serem acometidos pela própria doença. Embora já se saiba que há fatores individuais, organizacionais e distúrbios do sono para desenvolver o burnout em profissionais de saúde, saber se a condição resultante do atendimento médico na linha de frente a pacientes com covid-19 afetou essa associação entre o burnout, pode abrir mais possibilidades para apoio a esses profissionais. Objetivos: A proposta da pesquisa é estimar a prevalência do burnout e possíveis fatores individuais, organizacionais e de distúrbios do sono associados ao esgotamento em médicos de todas as regiões do país durante a pandemia de covid-19. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação de fatores sociodemográficos (sexo e idade) e de, fatores relacionados à organização do trabalho (carga horária e local de trabalho), assim como a presença de distúrbios do sono (insônia, qualidade e quantidade de sono) com o burnout em médicos em um período no primeiro ano da pandemia de covid-19. Métodos: O estudo transversal foi realizado a partir de um banco de dados subsidiário coletado no período de 28 de maio a 28 de junho de 2020, elaborado por especialista do sono, de uma amostra de 2639 médicos das cinco regiões do Brasil com n=256 (9,7%) de perda de respostas. O questionário respondido consta de dados sociodemográficos e sobre distúrbios do sono em que foram realizadas estatística descritiva e testes de estatística inferencial. Resultados: A amostra de 2.639 médicos teve 256 (9,7%) perdas por questionários incompletos, constituindo, portanto, 2.374 (90,3%) profissionais. A prevalência de burnout encontrada antes da pandemia foi de 18,9% e aumentou para 31,3% durante o período da coleta de dados na pandemia, pela análise do componente de esgotamento emocional. Os fatores associados as maiores chances de burnout, segundo a análise de regressão, incluem a faixa etária de 25 a 39 anos (OR=2,76; IC95%=1,94-3,92); o sexo feminino (OR=1,67; IC95%=1,34-2,08); a atuação na linha de frente (OR=1,62; IC95%=1,30-2,02); o sono mais curto e de pior qualidade em relação ao período anterior à pandemia (OR=6,39; IC95%= 4,99-8,17) e não trabalhar em home office (OR=1,31; IC95%= 1,08-1,60). Conclusão: Os resultados desse estudo evidenciaram que os fatores com maior chance de desenvolvimento de burnout em médicos foram a faixa etária de jovem adulto, o sexo feminino, o trabalho na linha de frente, o sono curto e de má qualidade, além do trabalho presencial. Portanto, o presente estudo identificou pontos importantes para nortear o planejamento de ações preventivas ao burnout em médicos, considerando os fatores sociodemográficos, as condições de trabalho e aspectos relacionados ao sono, as quais são necessárias para garantir a qualidade e a continuidade de prestação de assistência à saúde da população, particularmente em emergências sanitárias.Introduction: The covid-19 pandemic has accentuated the demand in health services with a greater workload for health professionals, especially physicians. This burden seemed greater, at the beginning of the pandemic, for physicians who are on the front line of care, given the greater chance of being affected by the disease itself. Although it is already known that there are individual and organizational and sleep disturbance factors for the development burnout in healthcare professionals, knowing whether the condition resulting from front line care of patients with covid-19 has affected this association between burnout may open up more possibilities. to support these professionals. Objectives: In this research, we propose to estimate the prevalence of burnout and possible individual, organizational factors and sleep disturbance factors associated with burnout in physicians from all regions of the country during the covid-19 pandemic. In this sense, the objective of this study was to evaluate the association of sociodemographic factors (gender and age) and factors related to work organization (workload and place of work), as well as the presence of sleep disorders (insomnia, quality and amount of sleep) with burnout in physicians in a period in the first year of the covid-19 pandemic. Methods: The cross-sectional study was carried out from a subsidiary database collected from May 28 to June 28, 2020, prepared by a sleep specialist, from a sample of 2639 physicians from the five regions of Brazil with n 256 (9, 7%) of lost responses. The questionnaire answered consists of sociodemographic data and data on sleep disorders in which descriptive statistics and inferential statistics tests were performed. Results: From a sample of 2,639 physicians, with 2,374 (90.3%) professionals who answered the questionnaire completely and losses of 256 (9.7%) due to incomplete questionnaires. The prevalence of burnout found before the pandemic was 18.9% and increased to 31.3% during the period of data collection in the pandemic, according to the analysis of the emotional exhaustion component. Factors associated with greater chances of burnout, according to regression analysis, include the age group from 25 to 39 years old (OR=2,76; IC95%=1,94- 3,92); the female gender (OR=1,67; IC95%=1,34-2,08); performance on the front line (OR= 1,62; IC95%=1,30-2,02); shorter and worse quality sleep compared to the period before the pandemic (OR=6,39; IC95%= 4,99-8,17) and not work at home office (OR=1,31; IC95%= 1,08-1,60). Conclusion: The results of this study showed that the factors with a greater chance of developing burnout in physicians were the age group of young adult, female gender, frontline work, short and poor quality sleep, in addition to face-to-face work .Therefore, the present study identified important points to guide the planning of preventive actions against burnout in physicians, considering sociodemographic factors, working conditions and aspects related to sleep, which are necessary to guarantee the quality and continuity of health care for the population, particularly in health emergency situations.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoreno, Claudia Roberta de CastroPrestes, Renilda Martins2023-09-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-05122023-154518/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-12-11T16:32:02Zoai:teses.usp.br:tde-05122023-154518Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-11T16:32:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A pandemia por covid-19 acentuou a demanda de atendimento nos serviços de saúde, com maior sobrecarga de trabalho aos profissionais de saúde, especialmente os médicos. Essa sobrecarga pareceu maior, no início da pandemia, nos médicos que estão na linha de frente do atendimento, dada a maior chance de serem acometidos pela própria doença. Embora já se saiba que há fatores individuais, organizacionais e distúrbios do sono para desenvolver o burnout em profissionais de saúde, saber se a condição resultante do atendimento médico na linha de frente a pacientes com covid-19 afetou essa associação entre o burnout, pode abrir mais possibilidades para apoio a esses profissionais. Objetivos: A proposta da pesquisa é estimar a prevalência do burnout e possíveis fatores individuais, organizacionais e de distúrbios do sono associados ao esgotamento em médicos de todas as regiões do país durante a pandemia de covid-19. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação de fatores sociodemográficos (sexo e idade) e de, fatores relacionados à organização do trabalho (carga horária e local de trabalho), assim como a presença de distúrbios do sono (insônia, qualidade e quantidade de sono) com o burnout em médicos em um período no primeiro ano da pandemia de covid-19. Métodos: O estudo transversal foi realizado a partir de um banco de dados subsidiário coletado no período de 28 de maio a 28 de junho de 2020, elaborado por especialista do sono, de uma amostra de 2639 médicos das cinco regiões do Brasil com n=256 (9,7%) de perda de respostas. O questionário respondido consta de dados sociodemográficos e sobre distúrbios do sono em que foram realizadas estatística descritiva e testes de estatística inferencial. Resultados: A amostra de 2.639 médicos teve 256 (9,7%) perdas por questionários incompletos, constituindo, portanto, 2.374 (90,3%) profissionais. A prevalência de burnout encontrada antes da pandemia foi de 18,9% e aumentou para 31,3% durante o período da coleta de dados na pandemia, pela análise do componente de esgotamento emocional. Os fatores associados as maiores chances de burnout, segundo a análise de regressão, incluem a faixa etária de 25 a 39 anos (OR=2,76; IC95%=1,94-3,92); o sexo feminino (OR=1,67; IC95%=1,34-2,08); a atuação na linha de frente (OR=1,62; IC95%=1,30-2,02); o sono mais curto e de pior qualidade em relação ao período anterior à pandemia (OR=6,39; IC95%= 4,99-8,17) e não trabalhar em home office (OR=1,31; IC95%= 1,08-1,60). Conclusão: Os resultados desse estudo evidenciaram que os fatores com maior chance de desenvolvimento de burnout em médicos foram a faixa etária de jovem adulto, o sexo feminino, o trabalho na linha de frente, o sono curto e de má qualidade, além do trabalho presencial. Portanto, o presente estudo identificou pontos importantes para nortear o planejamento de ações preventivas ao burnout em médicos, considerando os fatores sociodemográficos, as condições de trabalho e aspectos relacionados ao sono, as quais são necessárias para garantir a qualidade e a continuidade de prestação de assistência à saúde da população, particularmente em emergências sanitárias. |
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