Cotas raciais nas universidades públicas: movimentos sociais negros e o confronto entre resistência e resignação após a aprovação da lei 12.711/2012, a Lei de Cotas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-21102024-131434/ |
Resumo: | A aprovação da Lei Federal n. ° 12.711/12, conhecida como Lei de Cotas, bem como a gradativa implementação das ações afirmativas nas universidades públicas representam frutos das lutas e conquistas dos movimentos sociais, em geral, e dos movimentos sociais negros em especial. Após todo e qualquer triunfo, uma série de questões vinculadas às consequências do devir se apresentam. Com base nisso, a pesquisa analisou como movimentos sociais negros afetos à educação inclusiva avaliam as implicações e consequências das cotas raciais nas universidades públicas, além de investigar o eventual arrefecimento das forças e mobilizações dos movimentos sociais negros, com especial relevo os segmentos negros atrelados à educação plural que tanto pugnaram pelas cotas raciais na educação e a aprovação da Lei. Com esse objetivo, foram entrevistadas 14 pessoas, entre as quais algumas que vivenciaram a efervescência dos movimentos negros no ocaso da ditadura militar ao final da década de 1970, 2 fundadores do MNU (Movimento Negro Unificado) e o fundador do Quilombhoje Literatura. Por meio de uma abordagem interdisciplinar que congrega direito, educação, sociologia e literatura, esta tese adotou, além das entrevistas, como metodologia de análise e desenvolvimento do estudo o materialismo histórico e dialético, reportando aos (às) autores (as) marxistas que calcaram seus estudos e análises na perspectiva das relações raciais e educação, lançando mão de entrevistas/depoimentos na tentativa de elucidação das questões propostas e/ou não confirmação das hipóteses aventadas. A título de hipótese, sugeriu-se que as cotas raciais podiam ter sido cooptadas pelo sistema hegemônico de poder, reproduzindo práticas desse sistema e visando à desarticulação dos movimentos sociais negros. Ao mesmo tempo, ataques às ações afirmativas e às cotas raciais emergiram, em contraposição às razões históricas, sociais, políticas e educacionais que legitimaram a aprovação da lei e a implementação das cotas raciais. Um possível estado de resignação dos segmentos sociais ditos de esquerda e negros, ou que avocam para si tal condição, conjugado com a ascensão de segmentos retrógrados e pretensamente liberais que pregam cada vez mais um estado mínimo, poderia comprometer um histórico de ações e conquistas protagonizadas pelos movimentos sociais negros. Observou-se ao longo do estudo que os Movimento Negros continuam em plena dinâmica de atuação, ativismo e articulação, inclusive, atualmente, contando, ainda que não plena e eficazmente, com os auspícios de uma administração federal mais sensível às pautas |
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Cotas raciais nas universidades públicas: movimentos sociais negros e o confronto entre resistência e resignação após a aprovação da lei 12.711/2012, a Lei de CotasRacial quotas in public universities: black social movements and the confrontation between resistance and resignation after the approval of law 12,711/2012, the Quota LawBlack movementsCotas raciaisInterdisciplinaridadeInterdisciplinarityMovimentos negrosRacial quotasResignaçãoResignationResistanceResistênciaA aprovação da Lei Federal n. ° 12.711/12, conhecida como Lei de Cotas, bem como a gradativa implementação das ações afirmativas nas universidades públicas representam frutos das lutas e conquistas dos movimentos sociais, em geral, e dos movimentos sociais negros em especial. Após todo e qualquer triunfo, uma série de questões vinculadas às consequências do devir se apresentam. Com base nisso, a pesquisa analisou como movimentos sociais negros afetos à educação inclusiva avaliam as implicações e consequências das cotas raciais nas universidades públicas, além de investigar o eventual arrefecimento das forças e mobilizações dos movimentos sociais negros, com especial relevo os segmentos negros atrelados à educação plural que tanto pugnaram pelas cotas raciais na educação e a aprovação da Lei. Com esse objetivo, foram entrevistadas 14 pessoas, entre as quais algumas que vivenciaram a efervescência dos movimentos negros no ocaso da ditadura militar ao final da década de 1970, 2 fundadores do MNU (Movimento Negro Unificado) e o fundador do Quilombhoje Literatura. Por meio de uma abordagem interdisciplinar que congrega direito, educação, sociologia e literatura, esta tese adotou, além das entrevistas, como metodologia de análise e desenvolvimento do estudo o materialismo histórico e dialético, reportando aos (às) autores (as) marxistas que calcaram seus estudos e análises na perspectiva das relações raciais e educação, lançando mão de entrevistas/depoimentos na tentativa de elucidação das questões propostas e/ou não confirmação das hipóteses aventadas. A título de hipótese, sugeriu-se que as cotas raciais podiam ter sido cooptadas pelo sistema hegemônico de poder, reproduzindo práticas desse sistema e visando à desarticulação dos movimentos sociais negros. Ao mesmo tempo, ataques às ações afirmativas e às cotas raciais emergiram, em contraposição às razões históricas, sociais, políticas e educacionais que legitimaram a aprovação da lei e a implementação das cotas raciais. Um possível estado de resignação dos segmentos sociais ditos de esquerda e negros, ou que avocam para si tal condição, conjugado com a ascensão de segmentos retrógrados e pretensamente liberais que pregam cada vez mais um estado mínimo, poderia comprometer um histórico de ações e conquistas protagonizadas pelos movimentos sociais negros. Observou-se ao longo do estudo que os Movimento Negros continuam em plena dinâmica de atuação, ativismo e articulação, inclusive, atualmente, contando, ainda que não plena e eficazmente, com os auspícios de uma administração federal mais sensível às pautasThe approval of Federal Law n. ° 12.711/12, known as the Quota Law, as well as the gradual implementation of affirmative actions in public universities also represent fruits of the struggles and achievements of social movements, generically speaking, and especially of black social movements and, we emphasize that, after each and every triumph, a series of questions connected with the implications and consequences of becoming present themselves in a perspective of the new state of affairs. Based on this, the research aimed to investigate the possible cooling of the forces and mobilizations of black social movements, with special emphasis on the black segments linked to plural education that fought so hard for racial quotas in education and the approval of the aforementioned Law. As a hypothesis, we suggest that racial quotas can be co-opted by the hegemonic system of power, reproducing the practices of this system and, in this sense, configured as a subtle, sophisticated and effective way of perpetuating domination, also becoming, in the limit, something mediated in consonance, for example, with a hypothetical system of checks and balances, aiming at the ultimate disarticulation of black social movements. With the eventual cooling of forces, as a possibility, considering the country\'s socio-political context, attacks on affirmative actions and racial quotas emerge, in contrast to the historical, social, political and educational reasons that legitimized the approval of the law and its gradual implementation of racial quotas. A possible state of resignation, apathy, demobilization and disarticulation of social segments on the left, or that claim such a condition for themselves, combined with the rise of retrograde and supposedly liberal segments that increasingly preach a minimal state, can compromise a history of actions and achievements led by black social movements linked to plural and democratic education. Observing these considerations, we synthetically chose historical and dialectical materialism as the method of analysis and development of the study, reporting to the Marxist authors who based their studies, analyzes and research on the perspective of race relations and educationBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFarah, Paulo Daniel EliasOliveira, Sidney de Paula2024-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-21102024-131434/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-21T15:22:01Zoai:teses.usp.br:tde-21102024-131434Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-21T15:22:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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