O cotidiano de crianças de 0 a 3 anos e suas famílias de uma comunidade rural assentada: significações e práticas familiares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Marcella Oliveira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-11042014-152657/
Resumo: O objetivo deste estudo foi compreender o cotidiano de crianças de 0 a 3 anos moradoras de uma comunidade rural assentada, a partir e pelas significações e práticas familiares. Para isso, foi realizada uma pesquisa etnográfica a partir da perspectiva teórica metodológica da Rede de Significações RedSig. A construção do material empírico foi feita por meio dos seguintes recursos metodológicos: aplicação de questionário a 14 famílias assentadas com 16 crianças de 0 a 3 anos; observações registradas sob o formato de diário de campo, realizadas durante quatro semanas com cada uma de três crianças e suas famílias (Paulinha, 10 meses; Maria, 1 ano e 5 meses; Joaquim, 2 anos e 5 meses); entrevistas com membros das três famílias observadas. Na presente pesquisa, o caminho escolhido de apropriação da etnografia consiste em diálogo com a RedSig, na descrição dos diferentes elementos que compõem o universo semiótico das crianças e suas famílias do campo, e suas práticas familiares. A partir disso, construiu-se a configuração do cotidiano de 16 crianças de 0 a 3 anos da comunidade rural investigada, a partir da caracterização da amostra, das pessoas relacionadas como participantes do dia a dia da criança; das atividades, espaços e brincadeiras; das significações sobre o cuidado e a educação da criança do campo; e dos dias típico e de final de semana das crianças de 0 a 3 anos. Os dias de Paulinha, Maria e Joaquim foram descritos por meio de Redes, elucidando suas histórias, seus enredos com os cenários, os personagens, os tipos de relações e papéis, e as relações com os objetivos e animais. Para compor essa descrição, foram utilizados também trechos dos questionários e das entrevistas realizadas na composição das redes de cada criança. Os diários de campo das crianças contaram a história não só delas mesmas, mas de redes de relações amplas, complexas, permeadas por aspectos afetivos, econômicos, culturais e políticos, marcada por relações geracionais e por modos de se conceber e cuidar da criança pequena. Além disso, contrariamente às concepções tradicionais, os dias das crianças de 0 a 3 anos desta comunidade não se restringiram ao espaço doméstico, participando de diferentes atividades domésticas, de trabalho na terra e de relações com os animais; em diferentes espaços, no campo e na cidade. A ausência de política pública para a infância até 3 anos no campo cumpre um papel importante nos modos como a Família se organiza e no acesso aos direitos das crianças. As Famílias também demonstram sede de serem assistidas na saúde, no lazer, na assistência social para crianças de 0 a 3 anos. As políticas para as crianças de até 3 anos do campo podem ser equivocadas caso não se compreenda o cotidiano das crianças, as condições e as dinâmicas de suas vidas. Compreender o cotidiano dos bebês do campo, numa perspectiva etnográfica, pode também ajudar a entender as microtransformações das crianças no tempo; as aproximações à apropriação do rural pela criança e, consequentemente, o entendimento do campo enquanto um território dos e para os bebês.
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A construção do material empírico foi feita por meio dos seguintes recursos metodológicos: aplicação de questionário a 14 famílias assentadas com 16 crianças de 0 a 3 anos; observações registradas sob o formato de diário de campo, realizadas durante quatro semanas com cada uma de três crianças e suas famílias (Paulinha, 10 meses; Maria, 1 ano e 5 meses; Joaquim, 2 anos e 5 meses); entrevistas com membros das três famílias observadas. Na presente pesquisa, o caminho escolhido de apropriação da etnografia consiste em diálogo com a RedSig, na descrição dos diferentes elementos que compõem o universo semiótico das crianças e suas famílias do campo, e suas práticas familiares. A partir disso, construiu-se a configuração do cotidiano de 16 crianças de 0 a 3 anos da comunidade rural investigada, a partir da caracterização da amostra, das pessoas relacionadas como participantes do dia a dia da criança; das atividades, espaços e brincadeiras; das significações sobre o cuidado e a educação da criança do campo; e dos dias típico e de final de semana das crianças de 0 a 3 anos. Os dias de Paulinha, Maria e Joaquim foram descritos por meio de Redes, elucidando suas histórias, seus enredos com os cenários, os personagens, os tipos de relações e papéis, e as relações com os objetivos e animais. Para compor essa descrição, foram utilizados também trechos dos questionários e das entrevistas realizadas na composição das redes de cada criança. Os diários de campo das crianças contaram a história não só delas mesmas, mas de redes de relações amplas, complexas, permeadas por aspectos afetivos, econômicos, culturais e políticos, marcada por relações geracionais e por modos de se conceber e cuidar da criança pequena. Além disso, contrariamente às concepções tradicionais, os dias das crianças de 0 a 3 anos desta comunidade não se restringiram ao espaço doméstico, participando de diferentes atividades domésticas, de trabalho na terra e de relações com os animais; em diferentes espaços, no campo e na cidade. A ausência de política pública para a infância até 3 anos no campo cumpre um papel importante nos modos como a Família se organiza e no acesso aos direitos das crianças. As Famílias também demonstram sede de serem assistidas na saúde, no lazer, na assistência social para crianças de 0 a 3 anos. As políticas para as crianças de até 3 anos do campo podem ser equivocadas caso não se compreenda o cotidiano das crianças, as condições e as dinâmicas de suas vidas. Compreender o cotidiano dos bebês do campo, numa perspectiva etnográfica, pode também ajudar a entender as microtransformações das crianças no tempo; as aproximações à apropriação do rural pela criança e, consequentemente, o entendimento do campo enquanto um território dos e para os bebês.The aim of this study was to comprehend the daily life of children between the ages of 0 and 3 who lives in a settled rural community, from and by significations and familiar practices. For that, it was conducted an ethnographic research from the perspective of theoretical methodological of Network of meanings (Rede de Significações RedSig). The construction of the empirical material was made through the following methodological resources: a questionnaire with 14 settled families with 16 children aged 0 to 3 years, observations recorded in format of a field journal, all carried out over four weeks with each one of the children and their families (Paulinha, 10 months old; Maria, 1 year and 5 months old; Joaquim, 2 years and 5 months old.) Interviews with members of the tree families studied. In the present research, the chosen way of appropriation of ethnography consists in a dialogue with the RedSig, the description of the different elements which make up the semiotic universe of the children and their families in the field as well as their family practices. From this, it was constructed the setup routine of 16 children 0-3 years of the rural community investigated, from the characterization of the sample, the persons listed as participants in the daily life of the child, from the activities, spaces and play times, from the significations about the care and education of the child from the fields; from the days and the typical weekend of children 0 to 3 years. The days of Paulinhas, Maria e Joaquim were descripted by Webs, elucidating their stories, their plots with scenarios, the characters, the types of relationships and roles and the relations with the objectives and the animals. To make up this description, were utilized also the excerpts of questionnaires and interviews in the composition of the networks of each child. The field journals of the children told not only their stories, but also networks of broader relationships, complex, permeated by affective aspects, economic, cultural and political relations marked by generational and ways of conceiving and care of the young children. Besides that, unlike traditional conceptions, the days of children 0-3 years of this community were not restricted to the domestic space, they participate in different household activities, work in the land and relations with animals, in different areas, rural and urban. The absence of public policy for children up to 3 years in the field plays an important role in the ways each family organizes itself and access to children\'s rights.The families also demonstrated the will of being assisted in their health, leisure, social assistance for children 0-3 years. The policies for 0-3 years children from the fields can be misguided in case of misunderstanding the daily life of the children, their conditions and their lives dynamic. Comprehend the routine of these babies, in a ethnographic perspective, can also help to understand the micro-transformations they suffer along the time; approaches to the appropriation of the rural concept by the child and therefore the understanding of the field as an area of the babies and for babies.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Ana Paula Soares daAraújo, Marcella Oliveira2013-11-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-11042014-152657/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:49Zoai:teses.usp.br:tde-11042014-152657Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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