Avaliação da atividade mutagênica de efluentes de indústrias de celulose determinada por ensaio de curta duração com Salmonella typhimurium : teste de Ames

• Autor(a) principal: Rosa, Jean
• Data de Publicação: 1997
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-19072024-104741/
• topic: Ames test; effuents; efluentes; indústrias de celulose; mutagenicidade; mutagenicity; pulp and paper mills; teste de Ames

Efluentes das etapas de processo e de tratamento de cinco fábricas de celulose integradas ou não com fábricas de papel, foram avaliados para mutagenicidade através do ensaio de curta duração com Salmonella typhimutium, teste de Ames, utilizando-se das linhagens auxotróficas para histidina TA 100 e TA 98, para extratos de até 1000 x de concentração da amostra. Os pontos de amostragens determinados foram o efluente de primeiro estágio de branqueamento, entrada e saída da E.T.E )lançamento final ao corpo receptor), para quatro fábricas com polpação do tipo kraft (sulfato) e uma quimitermomecânica, todas possuindo estação biológica de tratamento de efluentes. Os resultados demonstraram que os efluentes do primeiro estágio de branqueamento das fábricas kraft e também da fábrica quimitermomecânica, são potenciais geradores de mutagenicidade e tanto sequências com 100% de cloro, substituição variada de cloro por dióxido de cloro e sequências totalmente livre de cloro, apresentaram atividade atividade variada de efeito mutagênico. Os resultados também demonstraram, que tanto mutágenos que causam deslocamento do quadro de leitura (TA 98) como mutágenos que causam substituição de pares de bases (TA 100), estão presentes nos efluentes de processo e de tratamento das fabricas kraft, entretanto, para a fábrica com polpação quimitermomecânica com branqueamento TCF, apenas mutágenos que causam deslocamento do quadro de leitura foram detectados para o efluente de primeiro estágio de branqueamento, indicando que tanto compostos clorados como não clorados, estão relacionados com a atividade mutagênica apresentada. As estações de tratamento de efluentes com sistemas biológicos, demonstraram-se eficientes em reduzir e até mesmo eliminar a mutagenicidade contida nos efluentes de processo. Apenas o efluente de saída de E.T.E. de uma fábrica kraft branqueada (C/D - 50/50) apresentou efeito mutagênico para ambas as linhagens TA 100 e TA 98. Os resultados de mutagenicidade para o teste de Ames foram também comparados com os resultados de toxicidade aguda e com análises físico-químicas relacionadas com a caracterização de efluentes de indústrias de celulose e papel: Quanto a toxicidade aguda e os dados de mutagenicidade correlação foi observada, entretanto, quando analisada a eficiência de remoção de organoclorados, através de AOX para as E.T.E. das fábricas kraft com branqueamento a base de cloro e seus derivados, relacionou-se uma menor eficiência de remoção de AOX com uma menor eficiência de remoção de mutagenicidade, e da mesma forma, para os parâmetros físico-químicos, como DBO e DQO. A utilização do teste de Ames com as linhagens TA 100 e TA 98 e a expressão dos resultados através da Concentração Mínima Efetiva (CME) e seu inverso (1/CME), demonstrou ser um instrumento bastante útil na avaliação e quantificação da mutagenicidade reversa para amostras complexas, tais como os efluentes. Sua aplicação no monitoramento e controle das águas residuárias industriais e amostras ambientais, demostra ser uma garantia de resposta para a avaliação mutagênica