Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-10082021-175103/ |
Resumo: | A criminologia midiática (meio onde propagam-se notícias sobre o crime e como as pessoas conhecem o delito) tem grande importância contemporânea devido aos avanços tecnológicos e ao mundo globalizado. Sua tamanha relevância incute nas agências de controle sociais, muitas vezes reforçando o direito penal, impulsionando a opinião pública a defender determinadas pautas, e usando-se como mecanismo para os poderes executivo, legislativo e judiciário. Sugere muitas vezes, a propagação da sociedade de risco, do medo, da insegurança, da violência e da descriminalização de pessoas consideradas inimigas outsiders, operando de forma a sensacionalizar a opinião pública, para clamar pelo endurecimento criminal, e consequentemente o encarceramento em massa. Para fazer frente a essa realidade, a criminologia apresenta propostas de prevenção e contenção das desigualdades no país que tem a terceira maior população carcerária mundial. A realidade midiática dever-se-á ser descontruída, pois muitas vezes é ilusória, dramática e emocional, buscando-se neste cenário atual de súplica ao populismo penal, apresentando propostas contra o imaginário popular, e compreendendo a realidade global dos meios de comunicação na sua dinâmica. Os meios de comunicação também tiveram influências positivas na \"Primavera árabe\", e nas \"Jornadas de junho, no ano de 2013 - no Brasil\", mas nem sempre as difusões das informações são pautadas para a dignidade da pessoa humana e para a propagação do Estado Social Democrático de Direito. Neste cenário, propõe-se medidas de desencarceramento, e no viés da criminologia clínica uma peculiaridade: tratar como seres humanos pessoas que já foram rotuladas (labelling approach), estigmatizadas e retiradas da sociedade. |
id |
USP_a43467fd5d1880ae13212522b823d0f4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-10082021-175103 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massaMedia criminology: the influence of mass media on criminal law and on mass incarcerationClinical criminologyCriminologia clínicaCriminologia midiáticaEncarceramento em massaInimigo outsiderMass incarcerationMass mediaMedia criminologyMeios de comunicaçãoOutsider enemiesA criminologia midiática (meio onde propagam-se notícias sobre o crime e como as pessoas conhecem o delito) tem grande importância contemporânea devido aos avanços tecnológicos e ao mundo globalizado. Sua tamanha relevância incute nas agências de controle sociais, muitas vezes reforçando o direito penal, impulsionando a opinião pública a defender determinadas pautas, e usando-se como mecanismo para os poderes executivo, legislativo e judiciário. Sugere muitas vezes, a propagação da sociedade de risco, do medo, da insegurança, da violência e da descriminalização de pessoas consideradas inimigas outsiders, operando de forma a sensacionalizar a opinião pública, para clamar pelo endurecimento criminal, e consequentemente o encarceramento em massa. Para fazer frente a essa realidade, a criminologia apresenta propostas de prevenção e contenção das desigualdades no país que tem a terceira maior população carcerária mundial. A realidade midiática dever-se-á ser descontruída, pois muitas vezes é ilusória, dramática e emocional, buscando-se neste cenário atual de súplica ao populismo penal, apresentando propostas contra o imaginário popular, e compreendendo a realidade global dos meios de comunicação na sua dinâmica. Os meios de comunicação também tiveram influências positivas na \"Primavera árabe\", e nas \"Jornadas de junho, no ano de 2013 - no Brasil\", mas nem sempre as difusões das informações são pautadas para a dignidade da pessoa humana e para a propagação do Estado Social Democrático de Direito. Neste cenário, propõe-se medidas de desencarceramento, e no viés da criminologia clínica uma peculiaridade: tratar como seres humanos pessoas que já foram rotuladas (labelling approach), estigmatizadas e retiradas da sociedade.Media criminology (the study of the propagation of crime news and how people find out about offenses) is of great contemporary importance due to technological advances and the globalized world. Its paramount relevance is instilled in agencies of social control, many times reinforcing criminal law, driving public opinion for the defense of certain causes, and utilized as a mechanism by executive, legislative and judicial powers. It often suggests the propagation of a society of risk, fear, insecurity, violence and decriminalization of people considered outsider enemies, operating in a way that sensationalizes public opinion, clamoring for a tougher criminal system, and consequently, mass incarceration. To face this reality, criminology offers proposals for the prevention and containment of inequalities in Brazil, the country with the third largest incarcerated population in the world. The media reality must be deconstructed, for many times it is illusory, dramatic and emotional, following the current trend of appealing to penal populism, introducing proposals against the popular imagination and understanding the global reality of mass media and its dynamics. Mass media also had positive effects on the \"Arab Spring\", and on the \"June Journeys\" in Brazil in 2013, but the diffusion of information is not always focused on human person dignity and the propagation of a the Social Democratic State of Law. Against this backdrop, measures for reducing the prison population are proposed, guided by clinical criminology as a peculiarity: treating humans that have already been labeled (labelling approach), stigmatized and removed from society.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBeçak, RubensRegassi, Juliana da Silva2019-10-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-10082021-175103/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-09-14T18:39:02Zoai:teses.usp.br:tde-10082021-175103Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-09-14T18:39:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa Media criminology: the influence of mass media on criminal law and on mass incarceration |
title |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa |
spellingShingle |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa Regassi, Juliana da Silva Clinical criminology Criminologia clínica Criminologia midiática Encarceramento em massa Inimigo outsider Mass incarceration Mass media Media criminology Meios de comunicação Outsider enemies |
title_short |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa |
title_full |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa |
title_fullStr |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa |
title_full_unstemmed |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa |
title_sort |
Criminologia midiática: a influência dos meios de comunicação no direito penal e no encarceramento em massa |
author |
Regassi, Juliana da Silva |
author_facet |
Regassi, Juliana da Silva |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Beçak, Rubens |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Regassi, Juliana da Silva |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Clinical criminology Criminologia clínica Criminologia midiática Encarceramento em massa Inimigo outsider Mass incarceration Mass media Media criminology Meios de comunicação Outsider enemies |
topic |
Clinical criminology Criminologia clínica Criminologia midiática Encarceramento em massa Inimigo outsider Mass incarceration Mass media Media criminology Meios de comunicação Outsider enemies |
description |
A criminologia midiática (meio onde propagam-se notícias sobre o crime e como as pessoas conhecem o delito) tem grande importância contemporânea devido aos avanços tecnológicos e ao mundo globalizado. Sua tamanha relevância incute nas agências de controle sociais, muitas vezes reforçando o direito penal, impulsionando a opinião pública a defender determinadas pautas, e usando-se como mecanismo para os poderes executivo, legislativo e judiciário. Sugere muitas vezes, a propagação da sociedade de risco, do medo, da insegurança, da violência e da descriminalização de pessoas consideradas inimigas outsiders, operando de forma a sensacionalizar a opinião pública, para clamar pelo endurecimento criminal, e consequentemente o encarceramento em massa. Para fazer frente a essa realidade, a criminologia apresenta propostas de prevenção e contenção das desigualdades no país que tem a terceira maior população carcerária mundial. A realidade midiática dever-se-á ser descontruída, pois muitas vezes é ilusória, dramática e emocional, buscando-se neste cenário atual de súplica ao populismo penal, apresentando propostas contra o imaginário popular, e compreendendo a realidade global dos meios de comunicação na sua dinâmica. Os meios de comunicação também tiveram influências positivas na \"Primavera árabe\", e nas \"Jornadas de junho, no ano de 2013 - no Brasil\", mas nem sempre as difusões das informações são pautadas para a dignidade da pessoa humana e para a propagação do Estado Social Democrático de Direito. Neste cenário, propõe-se medidas de desencarceramento, e no viés da criminologia clínica uma peculiaridade: tratar como seres humanos pessoas que já foram rotuladas (labelling approach), estigmatizadas e retiradas da sociedade. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-10-23 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-10082021-175103/ |
url |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/107/107131/tde-10082021-175103/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1809090587362590720 |