Mente firme e coração blindado: uma teoria da presentificação social na prática comunicacional de representar o crime no proibido
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-07072017-104157/ |
Resumo: | Esta tese trata da prática comunicacional de representar o crime no funk proibido, uma prática complexa que implica processos disposicionais e identitários e que está inscrita em territórios submetidos à influência das regras que regem o mundo do crime, operando no plano intersubjetivo como um jogo de linguagem adaptativo e no plano social como uma prática coletiva. Representar implica reiterar a vontade para ratificar o compromisso com o crime ou para mostrar consideração e conviver com seus efeitos. A ratificação da disposição para representar, para ganhar potência e funcionar como uma estratégia de sobrevivência, precisa estar sempre atualizada. Reiterando-se ao longo do tempo, cada manifestação da disposição para representar o crime recupera o momento anterior e a expectativa de futuro, atualizando o gesto no momento presente. A disposição para representar o crime opera como uma presentificação no plano social, que contribui para a manutenção da subjetivação no crime e ao mesmo tempo entranha a potência de transformação através da constituição de um sujeito político cujo lugar de enunciação é o mundo do crime. A tese foi construída a partir da análise de letras de música de funk proibido artesanal que circulam no YouTube (totalizando 303 minutos de áudio), adotando como metodologia a Análise Situacional, uma refundamentação da Teoria Fundamentada nos Dados (Grounded Theory). As letras foram submetidas à codificação aberta no programa NVivo Pro 11, o que possibilitou a formulação da categoria central representar o crime. A categoria central foi analisada com as ferramentas cartográficas propostas pela metodologia Análise Situacional, conduzindo à formulação de uma teoria da presentificação social sobre a construção da subjetividade na prática comunicativa. O método de inferência adotado foi o método abdutivo, e a coleta e a análise foram guiadas por amostragem teórica. O funk proibido foi teorizado como um dispositivo interacional estético a partir do qual é possível observar o fenômeno comunicacional como processo tentativo e probabilístico em uma concepção pragmatista das teorias da comunicação. |
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Mente firme e coração blindado: uma teoria da presentificação social na prática comunicacional de representar o crime no proibidoStrong mind and armored heart: a theory of social presentification in the communicational practice of representing crime in funk \"proibido\" music.análise situacionalcommunicational practicedispositivos interacionaisfunk "proibido"funk proibidointeractional devicesprática comunicacionalrepresentar o crimerepresenting crimesituational analysisEsta tese trata da prática comunicacional de representar o crime no funk proibido, uma prática complexa que implica processos disposicionais e identitários e que está inscrita em territórios submetidos à influência das regras que regem o mundo do crime, operando no plano intersubjetivo como um jogo de linguagem adaptativo e no plano social como uma prática coletiva. Representar implica reiterar a vontade para ratificar o compromisso com o crime ou para mostrar consideração e conviver com seus efeitos. A ratificação da disposição para representar, para ganhar potência e funcionar como uma estratégia de sobrevivência, precisa estar sempre atualizada. Reiterando-se ao longo do tempo, cada manifestação da disposição para representar o crime recupera o momento anterior e a expectativa de futuro, atualizando o gesto no momento presente. A disposição para representar o crime opera como uma presentificação no plano social, que contribui para a manutenção da subjetivação no crime e ao mesmo tempo entranha a potência de transformação através da constituição de um sujeito político cujo lugar de enunciação é o mundo do crime. A tese foi construída a partir da análise de letras de música de funk proibido artesanal que circulam no YouTube (totalizando 303 minutos de áudio), adotando como metodologia a Análise Situacional, uma refundamentação da Teoria Fundamentada nos Dados (Grounded Theory). As letras foram submetidas à codificação aberta no programa NVivo Pro 11, o que possibilitou a formulação da categoria central representar o crime. A categoria central foi analisada com as ferramentas cartográficas propostas pela metodologia Análise Situacional, conduzindo à formulação de uma teoria da presentificação social sobre a construção da subjetividade na prática comunicativa. O método de inferência adotado foi o método abdutivo, e a coleta e a análise foram guiadas por amostragem teórica. O funk proibido foi teorizado como um dispositivo interacional estético a partir do qual é possível observar o fenômeno comunicacional como processo tentativo e probabilístico em uma concepção pragmatista das teorias da comunicação.This thesis object is the communicational practice of representing crime in funk \"proibido\" music, a complex practice that involves dispositional and identitary processes inscribed in territories under the influence of the world of crime rules, and that operates on the intersubjective level as an adaptive language game and on the social level as a collective practice. Representing implies reiterating the will to ratify the commitment to crime or to show consideration to it and coexist with its effects. In order to gain power and function as a survival strategy, the ratification of the disposition has to be always up to date. Over time, each manifestation of the disposition to represent crime recalls the previous moment and the expectation of future, updating the gesture in the present moment. The disposition to represent crime operates as a presentification on the social level, which contributes to the maintenance of subjectivation in crime and at the same time carries the power of transformation through the constitution of a political subject whose voice emanates from the world of crime. The thesis was constructed from the analysis of lyrics of funk \"proibido\" music pieces that circulate on YouTube (totaling 303 minutes of audio), following Situational Analysis (a re-foundation of Grounded Theory) as methodology. The lyrics were submitted to open coding using NVivo Pro 11 software, which led to the formulation of representing crime as the central category. The central category was analyzed using Situational Analysis cartographic tools, leading to the formulation of a theory of social presentification on the construction of subjectivity in communicational practice. The inference method followed was abduction, and the collection and analysis were guided by theoretical sampling. The funk \"proibido\" music itself was theorized as an aesthetic interactional device in which it is possible to observe the communicational phenomenon as a tentative and probabilistic process, understood under a pragmatist tradition in the field of communication theory.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNobre, Heloiza Helena Matos eFernandez, Luciana Moretti2017-06-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-07072017-104157/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-07072017-104157Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Esta tese trata da prática comunicacional de representar o crime no funk proibido, uma prática complexa que implica processos disposicionais e identitários e que está inscrita em territórios submetidos à influência das regras que regem o mundo do crime, operando no plano intersubjetivo como um jogo de linguagem adaptativo e no plano social como uma prática coletiva. Representar implica reiterar a vontade para ratificar o compromisso com o crime ou para mostrar consideração e conviver com seus efeitos. A ratificação da disposição para representar, para ganhar potência e funcionar como uma estratégia de sobrevivência, precisa estar sempre atualizada. Reiterando-se ao longo do tempo, cada manifestação da disposição para representar o crime recupera o momento anterior e a expectativa de futuro, atualizando o gesto no momento presente. A disposição para representar o crime opera como uma presentificação no plano social, que contribui para a manutenção da subjetivação no crime e ao mesmo tempo entranha a potência de transformação através da constituição de um sujeito político cujo lugar de enunciação é o mundo do crime. A tese foi construída a partir da análise de letras de música de funk proibido artesanal que circulam no YouTube (totalizando 303 minutos de áudio), adotando como metodologia a Análise Situacional, uma refundamentação da Teoria Fundamentada nos Dados (Grounded Theory). As letras foram submetidas à codificação aberta no programa NVivo Pro 11, o que possibilitou a formulação da categoria central representar o crime. A categoria central foi analisada com as ferramentas cartográficas propostas pela metodologia Análise Situacional, conduzindo à formulação de uma teoria da presentificação social sobre a construção da subjetividade na prática comunicativa. O método de inferência adotado foi o método abdutivo, e a coleta e a análise foram guiadas por amostragem teórica. O funk proibido foi teorizado como um dispositivo interacional estético a partir do qual é possível observar o fenômeno comunicacional como processo tentativo e probabilístico em uma concepção pragmatista das teorias da comunicação. |
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