Produção de leite em caprinos alimentados com níveis crescentes de uréia

• Autor(a) principal: Santos, Luiz Eduardo dos
• Data de Publicação: 1984
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20220207-214145/
• topic: CAPRINOS LEITEIROS; DIETA ANIMAL; LEITE; PRODUÇÃO; UREIA

O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de estudar a possibilidade de utilização da uréia na adequação do nível de nitrogênio da dieta de caprinos em lactação, bem como observar o efeito da substituição parcial do nitrogênio proteico (NP) da dieta por nitrogênio-não-protéico (NNP) na produção de leite e em suas características físico-químicas. O experimento foi conduzido em Itapetininga, SP, no Posto de Ovinos e Caprinos do Instituto de Zootecnia. Foram utilizadas 20 cabras da raçaAnglo-nubiana de terceira e quarta lactação, as quais permaneceram confinadas em baias individuais durante todo o período experimental de 8 semanas. Os tratamentos consistiram em 4 dietas completas (ponta de cana + concentrado), isoenergéticas e isoproteicas, com níveis crescentes de uréia, de maneira a se obter 0, 10, 20 e 30% de substituição da proteína digestível (PD) pelo equivalente em uréia. Para a avaliação do desempenho animal, dentro de cada tratamento, foram determinados: a ingestão diária de matéria seca (MS), de volumoso e de concentrado; a variação no peso metabólico e a produção diária de leite. Também foram estudadas as variações na composição do leite, através de determinações do teor de gordura, extrato seco total (EST), extrato seco desengordurado (ESD), acidez e densidade, em três diferentes épocas de amostragem (início, meio e fim do período experimental). A substituição do NP da dieta por NNP levou a uma redução linear e significativa (P < 0,01) na produção de leite. A ingestão de MS total, por unidade de peso metabólico, não variou em função do nível de uréia. Entretanto, foi observada tendência de aumento na ingestão de MS de volumoso, enquanto houve diminuição significativa (P < 0,01) na ingestão de MS de concentrado. Os níveis de ingestão de MS total (75 a 79 g MS /kg PV0,75) foram considerados baixos em todos os tratamentos. A variação no peso metabólico diminuiu significativamente (P < 0,01), com o aumento do nível de uréia. No entanto, não houve diferença significativa entre o tratamento sem uréia e o de menor nível de substituição, quanto a ganho de peso, embora este tendesse a ser inferior. Quanto às características do leite, observou-se aumento linear e significativo (P < 0,01) no teor de gordura em relação aos níveis de uréia, sendo também observadas diferenças entre as amostragens, com maior teor de gordura na última. O EST não variou nem em função dos níveis de uréia, nem das amostragens, enquanto que o ESD variou somente em função da amostragem (P < 0,01). A densidade do leite não variou em função da amostragem, mas aumentou de maneira significativa (P < 0,01) em relação ao aumento do nível de uréia, enquanto que a acidez do leite não foi afetada por nenhuma das variáveis estudadas. Concluiu-se que a utilização da uréia na dieta de caprinos em lactação prejudicou sensivelmente o desempenho leiteiro dos animais em quaisquer dos níveis utilizados; a variação ponderal também foi prejudicada sensivelmente, menos no menor nível de substituição-de NP por NNP.