Avaliação da repercussão da hipotermia terapêutica passiva nos aspectos cardiopulmonares e neurológicos em pacientes com asfixia neonatal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-09092021-092209/ |
Resumo: | Introdução: A asfixia neonatal é uma ocorrência frequente, grave, com grande impacto socioeconômico. O tratamento atual para a asfixia é a hipotermia terapêutica por 72 horas. A hipotermia terapêutica tem efeito neuroprotetor comprovado na literatura; e a indução passiva da mesma seria de grande valia, uma vez que é uma tecnologia de baixo custo, que poderia ser utilizada por hospitais com poucos recursos; entretanto, a segurança da mesma ainda não está bem documentada, e a ação dessa terapêutica em outros sistemas, como o coração e o pulmão, é pouco estudada, assim como os desfechos neurológicos dos pacientes submetidos ao resfriamento passivo em países em desenvolvimento. Objetivo: Analisar a segurança e as repercussões da hipotermia terapêutica passiva nos aspectos cardiopulmonares e os desfechos neurológicos em recém-nascidos com diagnóstico de asfixia perinatal no serviço de Neonatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Método: Foi realizado um estudo de coorte, retrospectivo, no período de maio de 2005 a maio de 2018. Os pacientes foram divididos em dois grupos: no período de janeiro de 2011 a maio de 2018 (tratamento de suporte associado a hipotermia passiva, 33,5°C) e no período de maio de 2005 a setembro de 2012 apenas tratamento de suporte de vida. Foram registrados dados clínicos sobre temperatura, número de distermias e bradicardias, parâmetros ventilatórios, uso de ventilação e oxigenioterapia, presença de choque (inclui dados sobre pressão arterial e diurese), necessidade de aminas vasoativas, mortalidade; laboratoriais como lactato, valores gasométricos, CK-MB, TGO, ureia, creatinina; para avaliação neurológica, foram utilizados alguns marcos de desenvolvimento, presença de crise convulsiva e epilepsia, necessidade de gastrostomia e traqueostomia, presença de alterações auditivas e oftalmológicas, diagnóstico de paralisia cerebral, registro do perímetro cefálico, e exames de RNM, ultrassonografia, poligrafia neonatal e EEG para comparação entre os grupos. Resultados: Foram selecionados 63 pacientes com quadro de asfixia neonatal que foram submetidos à hipotermia terapêutica passiva, e 29 que não foram submetidos. O método de hipotermia terapêutica passiva foi viável, mantendo a temperatura alvo de 33,5ºC, que foi atingida com uma média de tempo de 350,68 (DP= ± 187,51) minutos de vida, sem distermias ou bradicardia significativas. Não houve diferenças importantes em relação às variáveis analisadas em ambos os grupos quanto aos aspectos cardiopulmonares, mostrando que a hipotermia terapêutica não apresenta efeitos deletérios em relação a esses sistemas em paciente asfixiados. Houve redução da mortalidade após introdução do protocolo, sendo de 11,1% no grupo da hipotermia e 41,4% no grupo da normotermia (p<0,01). Em relação aos aspectos neurológicos, a hipotermia demonstrou melhora nos itens \"alimentação\", sendo que 47,2% dos pacientes do grupo da hipotermia eram incapazes de se alimentar e no grupo da normotermia esse valor foi de 82,35% dos pacientes (p=0,02); no item \"compreensão funcional\", 40% dos bebês do grupo da hipotermia eram incapazes nesse item, enquanto esse número foi de 57,14% nos bebês do grupo da normotermia (p=0,02); e \"brincar com o companheiro\", sendo que 50% dos pacientes do grupo hipotermia eram incapazes de realizar essa função, e 62,50% eram incapazes no grupo da normotermia (p=0,02). Houve menor ocorrência de epilepsia no grupo da hipotermia (34,54% versus 100% no grupo da normotermia; p < 0,01). Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação aos achados de RNM, ultrassonografia, poligrafia neonatal e EEG. Conclusões: A hipotermia terapêutica passiva é um método viável, seguro e eficaz. A aplicação da hipotermia terapêutica passiva reduziu a mortalidade e mostrou melhora no desenvolvimento neurológico, sendo superior ao não resfriamento; portanto, é recomendada a sua realização em serviços que não possuem o método de resfriamento ativo. |
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Avaliação da repercussão da hipotermia terapêutica passiva nos aspectos cardiopulmonares e neurológicos em pacientes com asfixia neonatalEvaluation of the impact of passive therapeutic hypothermia on cardiopulmonary and neurological aspects in patients with neonatal asphyxiaAsfixia neonatalDesfecho neurológicoEncefalopatiaEncephalopathyHemodynamic instabilityHipotermia terapêuticaInstabilidade hemodinâmicaMechanical ventilationNeonatal asphyxiaNeurological outcomeTherapeutic hypothermiaVentilação mecânicaIntrodução: A asfixia neonatal é uma ocorrência frequente, grave, com grande impacto socioeconômico. O tratamento atual para a asfixia é a hipotermia terapêutica por 72 horas. A hipotermia terapêutica tem efeito neuroprotetor comprovado na literatura; e a indução passiva da mesma seria de grande valia, uma vez que é uma tecnologia de baixo custo, que poderia ser utilizada por hospitais com poucos recursos; entretanto, a segurança da mesma ainda não está bem documentada, e a ação dessa terapêutica em outros sistemas, como o coração e o pulmão, é pouco estudada, assim como os desfechos neurológicos dos pacientes submetidos ao resfriamento passivo em países em desenvolvimento. Objetivo: Analisar a segurança e as repercussões da hipotermia terapêutica passiva nos aspectos cardiopulmonares e os desfechos neurológicos em recém-nascidos com diagnóstico de asfixia perinatal no serviço de Neonatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Método: Foi realizado um estudo de coorte, retrospectivo, no período de maio de 2005 a maio de 2018. Os pacientes foram divididos em dois grupos: no período de janeiro de 2011 a maio de 2018 (tratamento de suporte associado a hipotermia passiva, 33,5°C) e no período de maio de 2005 a setembro de 2012 apenas tratamento de suporte de vida. Foram registrados dados clínicos sobre temperatura, número de distermias e bradicardias, parâmetros ventilatórios, uso de ventilação e oxigenioterapia, presença de choque (inclui dados sobre pressão arterial e diurese), necessidade de aminas vasoativas, mortalidade; laboratoriais como lactato, valores gasométricos, CK-MB, TGO, ureia, creatinina; para avaliação neurológica, foram utilizados alguns marcos de desenvolvimento, presença de crise convulsiva e epilepsia, necessidade de gastrostomia e traqueostomia, presença de alterações auditivas e oftalmológicas, diagnóstico de paralisia cerebral, registro do perímetro cefálico, e exames de RNM, ultrassonografia, poligrafia neonatal e EEG para comparação entre os grupos. Resultados: Foram selecionados 63 pacientes com quadro de asfixia neonatal que foram submetidos à hipotermia terapêutica passiva, e 29 que não foram submetidos. O método de hipotermia terapêutica passiva foi viável, mantendo a temperatura alvo de 33,5ºC, que foi atingida com uma média de tempo de 350,68 (DP= ± 187,51) minutos de vida, sem distermias ou bradicardia significativas. Não houve diferenças importantes em relação às variáveis analisadas em ambos os grupos quanto aos aspectos cardiopulmonares, mostrando que a hipotermia terapêutica não apresenta efeitos deletérios em relação a esses sistemas em paciente asfixiados. Houve redução da mortalidade após introdução do protocolo, sendo de 11,1% no grupo da hipotermia e 41,4% no grupo da normotermia (p<0,01). Em relação aos aspectos neurológicos, a hipotermia demonstrou melhora nos itens \"alimentação\", sendo que 47,2% dos pacientes do grupo da hipotermia eram incapazes de se alimentar e no grupo da normotermia esse valor foi de 82,35% dos pacientes (p=0,02); no item \"compreensão funcional\", 40% dos bebês do grupo da hipotermia eram incapazes nesse item, enquanto esse número foi de 57,14% nos bebês do grupo da normotermia (p=0,02); e \"brincar com o companheiro\", sendo que 50% dos pacientes do grupo hipotermia eram incapazes de realizar essa função, e 62,50% eram incapazes no grupo da normotermia (p=0,02). Houve menor ocorrência de epilepsia no grupo da hipotermia (34,54% versus 100% no grupo da normotermia; p < 0,01). Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação aos achados de RNM, ultrassonografia, poligrafia neonatal e EEG. Conclusões: A hipotermia terapêutica passiva é um método viável, seguro e eficaz. A aplicação da hipotermia terapêutica passiva reduziu a mortalidade e mostrou melhora no desenvolvimento neurológico, sendo superior ao não resfriamento; portanto, é recomendada a sua realização em serviços que não possuem o método de resfriamento ativo.Introduction: Neonatal asphyxia is a frequent, serious occurrence, with great socioeconomic impact. The current treatment for asphyxia is therapeutic hypothermia for 72 hours. Therapeutic hypothermia has a neuroprotective effect proven in the literature; and the passive induction of the same would be of great value, since it is a low-cost technology, which could be used by hospitals with few resources; however, its safety is still not well documented, and the action of this therapy on other systems, such as the heart and lung, is poorly studied, as well as the neurological outcomes of patients undergoing passive cooling in developing countries. Objective: To analyze the safety and repercussions of passive therapeutic hypothermia on cardiopulmonary aspects and neurological outcomes in newborns diagnosed with perinatal asphyxia in the Neonatology service of the Hospital das Clínicas of the Ribeirão Preto Medical School of the University of São Paulo. Method: A retrospective cohort study was carried out from May 2005 to May 2018. Patients were divided into two groups: from January 2011 to May 2018 (supportive treatment associated with passive hypothermia, 33.5°C) and in the period from May 2005 to September 2012 only life support treatment. Clinical data on temperature, number of dysthermias and bradycardia, ventilatory parameters, use of ventilation and oxygen therapy, presence of shock (including data on blood pressure and diuresis), need for vasoactive amines, mortality were recorded; laboratories such as lactate, gas values, CK-MB, TGO, urea, creatinine; for neurological evaluation, some developmental milestones were used, presence of seizure crisis and epilepsy, need for gastrostomy and tracheostomy, presence of auditory and ophthalmological changes, diagnosis of cerebral palsy, head circumference record, and MRI exams, ultrasound, neonatal polygraphy and EEG for comparison between groups. Results: We selected 63 patients with neonatal asphyxia who underwent passive therapeutic hypothermia, and 29 who did not. The passive therapeutic hypothermia method was feasible, maintaining the target temperature of 33.5ºC, which was reached with an average time of 350.68 (SD = ± 187.51) minutes of life, without significant dysthermias or bradycardia. There were no important differences in relation to the variables analyzed in both groups regarding cardiopulmonary aspects, showing that therapeutic hypothermia has no deleterious effects in relation to these systems in asphyxiated patients. There was a reduction in mortality after the introduction of the protocol, with 11.1% in the hypothermia group and 41.4% in the normothermia group (p <0.01). Regarding neurological aspects, hypothermia showed improvement in the items \"food\", with 47.2% of the patients in the hypothermia group unable to eat and in the normothermia group, this value was 82.35% of the patients (p = 0.02); in the item \"functional comprehension\", 40% of the babies in the hypothermia group were incapable in this item, while that number was 57.14% in the babies in the normothermia group (p = 0.02); and \"playing with the partner\", with 50% of the patients in the hypothermia group being unable to perform this function, and 62.50% were unable in the normothermia group (p = 0.02). There was less occurrence of epilepsy in the hypothermia group (34.54% versus 100% in the normothermia group; p <0.01). There were no significant differences between groups regarding MRI, ultrasound, neonatal polygraphy and EEG findings. Conclusions: Passive therapeutic hypothermia is a viable, safe and effective method. The application of passive therapeutic hypothermia reduced mortality and showed an improvement in neurological development, being superior to non-cooling; therefore, it is recommended to perform it in services that do not have the active cooling method.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFerri, Walusa Assad GonçalvesPereira, Waleska Rodrigues da Cunha2021-06-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-09092021-092209/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-10-06T17:50:02Zoai:teses.usp.br:tde-09092021-092209Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-10-06T17:50:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A asfixia neonatal é uma ocorrência frequente, grave, com grande impacto socioeconômico. O tratamento atual para a asfixia é a hipotermia terapêutica por 72 horas. A hipotermia terapêutica tem efeito neuroprotetor comprovado na literatura; e a indução passiva da mesma seria de grande valia, uma vez que é uma tecnologia de baixo custo, que poderia ser utilizada por hospitais com poucos recursos; entretanto, a segurança da mesma ainda não está bem documentada, e a ação dessa terapêutica em outros sistemas, como o coração e o pulmão, é pouco estudada, assim como os desfechos neurológicos dos pacientes submetidos ao resfriamento passivo em países em desenvolvimento. Objetivo: Analisar a segurança e as repercussões da hipotermia terapêutica passiva nos aspectos cardiopulmonares e os desfechos neurológicos em recém-nascidos com diagnóstico de asfixia perinatal no serviço de Neonatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Método: Foi realizado um estudo de coorte, retrospectivo, no período de maio de 2005 a maio de 2018. Os pacientes foram divididos em dois grupos: no período de janeiro de 2011 a maio de 2018 (tratamento de suporte associado a hipotermia passiva, 33,5°C) e no período de maio de 2005 a setembro de 2012 apenas tratamento de suporte de vida. Foram registrados dados clínicos sobre temperatura, número de distermias e bradicardias, parâmetros ventilatórios, uso de ventilação e oxigenioterapia, presença de choque (inclui dados sobre pressão arterial e diurese), necessidade de aminas vasoativas, mortalidade; laboratoriais como lactato, valores gasométricos, CK-MB, TGO, ureia, creatinina; para avaliação neurológica, foram utilizados alguns marcos de desenvolvimento, presença de crise convulsiva e epilepsia, necessidade de gastrostomia e traqueostomia, presença de alterações auditivas e oftalmológicas, diagnóstico de paralisia cerebral, registro do perímetro cefálico, e exames de RNM, ultrassonografia, poligrafia neonatal e EEG para comparação entre os grupos. Resultados: Foram selecionados 63 pacientes com quadro de asfixia neonatal que foram submetidos à hipotermia terapêutica passiva, e 29 que não foram submetidos. O método de hipotermia terapêutica passiva foi viável, mantendo a temperatura alvo de 33,5ºC, que foi atingida com uma média de tempo de 350,68 (DP= ± 187,51) minutos de vida, sem distermias ou bradicardia significativas. Não houve diferenças importantes em relação às variáveis analisadas em ambos os grupos quanto aos aspectos cardiopulmonares, mostrando que a hipotermia terapêutica não apresenta efeitos deletérios em relação a esses sistemas em paciente asfixiados. Houve redução da mortalidade após introdução do protocolo, sendo de 11,1% no grupo da hipotermia e 41,4% no grupo da normotermia (p<0,01). Em relação aos aspectos neurológicos, a hipotermia demonstrou melhora nos itens \"alimentação\", sendo que 47,2% dos pacientes do grupo da hipotermia eram incapazes de se alimentar e no grupo da normotermia esse valor foi de 82,35% dos pacientes (p=0,02); no item \"compreensão funcional\", 40% dos bebês do grupo da hipotermia eram incapazes nesse item, enquanto esse número foi de 57,14% nos bebês do grupo da normotermia (p=0,02); e \"brincar com o companheiro\", sendo que 50% dos pacientes do grupo hipotermia eram incapazes de realizar essa função, e 62,50% eram incapazes no grupo da normotermia (p=0,02). Houve menor ocorrência de epilepsia no grupo da hipotermia (34,54% versus 100% no grupo da normotermia; p < 0,01). Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação aos achados de RNM, ultrassonografia, poligrafia neonatal e EEG. Conclusões: A hipotermia terapêutica passiva é um método viável, seguro e eficaz. A aplicação da hipotermia terapêutica passiva reduziu a mortalidade e mostrou melhora no desenvolvimento neurológico, sendo superior ao não resfriamento; portanto, é recomendada a sua realização em serviços que não possuem o método de resfriamento ativo. |
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