Narração e doutrina na Constante Florinda: exempla estóicos para a vida cristã

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lachat, Marcelo
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-13032009-144225/
Resumo: Os Infortúnios trágicos da constante Florinda, de Gaspar Pires de Rebelo, foram publicados em 1625. Devido ao sucesso alcançado pelo texto, veio a público, em 1633, uma continuação intitulada Segunda parte da Constante Florinda, em que se trata dos infortúnios que teve Arnaldo buscando-a pelo mundo. A Constante Florinda (esse é o título pelo qual as duas partes da obra, em conjunto, ficaram conhecidas), muito lida nos séculos XVII e XVIII, foi praticamente esquecida nos séculos seguintes. Este nosso trabalho tem como objetivo analisar a referida obra, evidenciando os procedimentos retóricos e poéticos e os ensinamentos estóico-cristãos que constituem a narração e a doutrina da Constante Florinda. Tendo em vista tal propósito, o estudo, num primeiro momento, volta-se para os preceitos retóricos e poéticos que permitem pensar-se numa ars narrandi, ou seja, uma técnica de narrar que o narrador, como persona gnara, conhece e sabe empregar ao relatar os infortúnios trágicos de Florinda e Arnaldo. Se um dos ofícios dessa narração é ensinar algo para os leitores, já que estes devem ser movidos não apenas pelo deleite, mas também pelo proveito, nosso trabalho, num segundo momento, discute as lições das histórias narradas. Assim, o que buscamos demonstrar é que o proveito da narração dos infortúnios de Florinda e Arnaldo ecoa os ensinamentos da doutrina estóico-cristã dos séculos XVI e XVII, difundida por autores como Justo Lípsio e Francisco de Quevedo. Ressalta-se neste trabalho, por fim, o seu próprio artifício. Apenas no nosso estudo narração e doutrina podem ser separadas, pois no texto da Constante Florinda tudo se dá simultaneamente: a narração já é doutrina, e mostra aos leitores, com exempla estóicos, os caminhos (trágicos) do viver cristão.
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