Roda de viola: jogos musicais no ensino coletivo de viola caipira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-05052017-120857/ |
Resumo: | A presente dissertação é resultado de uma pesquisa que tem como objetivo investigar em que o uso de jogos musicais inspirados na aprendizagem do violeiro da tradição oral poderia contribuir para o processo de ensino e aprendizagem coletivos da viola caipira a partir da perspectiva pré-figurativa. Como instrumento musical atrelado à cultura popular de tradição rural firmada na oralidade, a viola caipira, ao ser inserida no âmbito do ensino formalizado, passa a adquirir novas identidades. Nessa conjuntura, a mediação entre o universo tradicional do violeiro e os espaços de educação configura-se, segundo Dias (2012), como o principal desafio da escolarização desse instrumento. A pesquisa apoia-se nos preceitos pedagógico-musicais de H-J Koellreutter descritos por Brito (2011, 2015), a fim de vislumbrar alternativas que apontem para estratégias singulares de ensino da viola caipira a partir de uma didática pré-figurativa que esteja comprometida com a dinâmica da oralidade. Para tanto, primeiramente aborda-se a viola caipira a partir de sua história e desenvolvimento no Brasil, bem como suas relações com o universo da tradição oral. Adiante, apresentam-se algumas experiências de aprendizagem do violeiro inserido no contexto da tradição oral, a partir do enfoque ambiental (paisagem sonora), devocional e lúdico. Em seguida, pontuam-se os antecedentes que levaram ao seu processo de escolarização nos anos 1980 e reflete-se sobre desafios presentes na atuação do professor de viola. Por fim, realizou-se uma pesquisa de campo por meio de oficinas de ensino coletivo de viola caipira no SESC Vila Mariana e na Fábrica de Cultura da Brasilândia, ambos na cidade de São Paulo, em que foram investigadas (por meio de observação, interpretação e análise das experiências didáticas vivenciadas) as contribuições que os jogos musicais baseados na didática do pré-figurativo podem oferecer nos processos de ensino e aprendizagem coletivos da viola caipira a partir da inspiração nas rodas de viola presentes na prática do violeiro da tradição oral. Verificou-se que a alusão ao universo da tradição permitiu que os jogos musicais criados fossem divididos em três formas de ação: experimentações, imitações e repetições, sendo que cada um desses procedimentos se relacionou a práticas improvisatórias da didática pré-figurativa. As análises mostraram que essa abordagem iniciou o desenvolvimento da percepção sistática nos aprendizes, relacionando três aspectos observados também nas experiências de aprendizagem do violeiro: autonomia, diversidade e integração. Conclui-se ainda que essa abordagem possibilitou a tomada de consciência do \"profesquisador\" (professor/pesquisador) em relação ao entendimento do pré-figurativo para além do âmbito didático- possibilitando também reconfigurações metodológicas durante sua atuação. As ideias de música e de educação dos aprendizes tornaram-se elementos fundamentais para direcionar os conteúdos a serem abordados pelo profesquisador durante a realização das oficinas. Essa iniciativa lúdica para o ensino da viola tornou-se uma alternativa para a experiência em questão, pois conseguiu integrar participantes variados em práticas musicais que caminham juntos com a apreensão técnica e teórica, vislumbrando uma abordagem inclusiva, reflexiva e aberta que se apoia na oralidade em pleno contexto da crescente escolarização da viola caipira. |
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Roda de viola: jogos musicais no ensino coletivo de viola caipira-Ensino Pré-figurativoJogos MusicaisMusical GamesOral TraditionPre-figurativeteachingRoda de ViolaRoda de ViolaTradição OralViola CaipiraViola CaipiraA presente dissertação é resultado de uma pesquisa que tem como objetivo investigar em que o uso de jogos musicais inspirados na aprendizagem do violeiro da tradição oral poderia contribuir para o processo de ensino e aprendizagem coletivos da viola caipira a partir da perspectiva pré-figurativa. Como instrumento musical atrelado à cultura popular de tradição rural firmada na oralidade, a viola caipira, ao ser inserida no âmbito do ensino formalizado, passa a adquirir novas identidades. Nessa conjuntura, a mediação entre o universo tradicional do violeiro e os espaços de educação configura-se, segundo Dias (2012), como o principal desafio da escolarização desse instrumento. A pesquisa apoia-se nos preceitos pedagógico-musicais de H-J Koellreutter descritos por Brito (2011, 2015), a fim de vislumbrar alternativas que apontem para estratégias singulares de ensino da viola caipira a partir de uma didática pré-figurativa que esteja comprometida com a dinâmica da oralidade. Para tanto, primeiramente aborda-se a viola caipira a partir de sua história e desenvolvimento no Brasil, bem como suas relações com o universo da tradição oral. Adiante, apresentam-se algumas experiências de aprendizagem do violeiro inserido no contexto da tradição oral, a partir do enfoque ambiental (paisagem sonora), devocional e lúdico. Em seguida, pontuam-se os antecedentes que levaram ao seu processo de escolarização nos anos 1980 e reflete-se sobre desafios presentes na atuação do professor de viola. Por fim, realizou-se uma pesquisa de campo por meio de oficinas de ensino coletivo de viola caipira no SESC Vila Mariana e na Fábrica de Cultura da Brasilândia, ambos na cidade de São Paulo, em que foram investigadas (por meio de observação, interpretação e análise das experiências didáticas vivenciadas) as contribuições que os jogos musicais baseados na didática do pré-figurativo podem oferecer nos processos de ensino e aprendizagem coletivos da viola caipira a partir da inspiração nas rodas de viola presentes na prática do violeiro da tradição oral. Verificou-se que a alusão ao universo da tradição permitiu que os jogos musicais criados fossem divididos em três formas de ação: experimentações, imitações e repetições, sendo que cada um desses procedimentos se relacionou a práticas improvisatórias da didática pré-figurativa. As análises mostraram que essa abordagem iniciou o desenvolvimento da percepção sistática nos aprendizes, relacionando três aspectos observados também nas experiências de aprendizagem do violeiro: autonomia, diversidade e integração. Conclui-se ainda que essa abordagem possibilitou a tomada de consciência do \"profesquisador\" (professor/pesquisador) em relação ao entendimento do pré-figurativo para além do âmbito didático- possibilitando também reconfigurações metodológicas durante sua atuação. As ideias de música e de educação dos aprendizes tornaram-se elementos fundamentais para direcionar os conteúdos a serem abordados pelo profesquisador durante a realização das oficinas. Essa iniciativa lúdica para o ensino da viola tornou-se uma alternativa para a experiência em questão, pois conseguiu integrar participantes variados em práticas musicais que caminham juntos com a apreensão técnica e teórica, vislumbrando uma abordagem inclusiva, reflexiva e aberta que se apoia na oralidade em pleno contexto da crescente escolarização da viola caipira.This dissertation is the result of research that aims to investigate the use of inspired musical games in learning the viola player of the oral tradition could contribute to the teaching process and collective learning of the \"viola caipira\", from the pre-figurative perspective. As a musical instrument linked to the popular culture of rural tradition grounded in orality, the \"viola caipira\" to be included in the formal education takes on new identities. In this context, the mediation between the traditional world of the \"violeiro\" and education spaces, set up according to Dias (2012) as the main challenge of schooling that instrument. The research builds on the pedagogical and musical precepts of H-J Koellreutter described by Brito (2011, 2015) in order to envision alternatives that point to unique strategies teaching the viola, from a didactic pre-figurative that is committed with the dynamics of orality. Therefore, first we discuss the viola from its history and development in Brazil, as well as its relations with the world of oral tradition. Forward, we present some \"violeiros\"\'s learning experiences set in the context of the oral tradition, from the environmental focus (soundscape), devotional and playful. Then score is the background that led to his schooling in the years 1980 and process reflected on challenges present in the professor of viola performance. Finally, we carried out through field research collective educational workshops viola at SESC Vila Mariana and the Fábrica de Cultura of Brasilândia in the city of São Paulo, which were investigated (by observation, interpretation and analysis the experienced student experiments) the contributions that music games based on teaching pre-figurative can offer in collective processes of teaching and learning the viola , from inspiration on \"rodas de viola\" present in the practice of the \"viola caipira\" player of the oral tradition. It was found that the allusion to the world of tradition allowed the created musical games were divided into three forms of action: experimentations, imitations and repetitions, and each of these procedures was related to improvisations practices of teaching pre-figurative. The analysis showed that this approach started the development of systatic perception in apprentices, relating three aspects also observed in the \"viola\" player of learning experiences: autonomy, diversity and integration. It also concludes that this approach enabled the awareness of \"profesquisador\" (teacher/researcher) in relation to the understanding of pre-figurative beyond the educational context: also allowing methodological reconfigurations during his performance. The music of ideas and education of apprentices have become key elements to direct the content to be addressed by the \"profesquisador\" during the workshops. This playful initiative for teaching the \"viola\" has become an alternative to the experience in question, it could integrate different participants in musical practices that go with the technical and theoretical apprehension, glimpsing an inclusive, reflective and open approach, which is based on orality in full context of the growing schooling of viola.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBrito, Maria Teresa Alencar deMiranda, Fabio de Souza2016-12-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-05052017-120857/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-05052017-120857Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A presente dissertação é resultado de uma pesquisa que tem como objetivo investigar em que o uso de jogos musicais inspirados na aprendizagem do violeiro da tradição oral poderia contribuir para o processo de ensino e aprendizagem coletivos da viola caipira a partir da perspectiva pré-figurativa. Como instrumento musical atrelado à cultura popular de tradição rural firmada na oralidade, a viola caipira, ao ser inserida no âmbito do ensino formalizado, passa a adquirir novas identidades. Nessa conjuntura, a mediação entre o universo tradicional do violeiro e os espaços de educação configura-se, segundo Dias (2012), como o principal desafio da escolarização desse instrumento. A pesquisa apoia-se nos preceitos pedagógico-musicais de H-J Koellreutter descritos por Brito (2011, 2015), a fim de vislumbrar alternativas que apontem para estratégias singulares de ensino da viola caipira a partir de uma didática pré-figurativa que esteja comprometida com a dinâmica da oralidade. Para tanto, primeiramente aborda-se a viola caipira a partir de sua história e desenvolvimento no Brasil, bem como suas relações com o universo da tradição oral. Adiante, apresentam-se algumas experiências de aprendizagem do violeiro inserido no contexto da tradição oral, a partir do enfoque ambiental (paisagem sonora), devocional e lúdico. Em seguida, pontuam-se os antecedentes que levaram ao seu processo de escolarização nos anos 1980 e reflete-se sobre desafios presentes na atuação do professor de viola. Por fim, realizou-se uma pesquisa de campo por meio de oficinas de ensino coletivo de viola caipira no SESC Vila Mariana e na Fábrica de Cultura da Brasilândia, ambos na cidade de São Paulo, em que foram investigadas (por meio de observação, interpretação e análise das experiências didáticas vivenciadas) as contribuições que os jogos musicais baseados na didática do pré-figurativo podem oferecer nos processos de ensino e aprendizagem coletivos da viola caipira a partir da inspiração nas rodas de viola presentes na prática do violeiro da tradição oral. Verificou-se que a alusão ao universo da tradição permitiu que os jogos musicais criados fossem divididos em três formas de ação: experimentações, imitações e repetições, sendo que cada um desses procedimentos se relacionou a práticas improvisatórias da didática pré-figurativa. As análises mostraram que essa abordagem iniciou o desenvolvimento da percepção sistática nos aprendizes, relacionando três aspectos observados também nas experiências de aprendizagem do violeiro: autonomia, diversidade e integração. Conclui-se ainda que essa abordagem possibilitou a tomada de consciência do \"profesquisador\" (professor/pesquisador) em relação ao entendimento do pré-figurativo para além do âmbito didático- possibilitando também reconfigurações metodológicas durante sua atuação. As ideias de música e de educação dos aprendizes tornaram-se elementos fundamentais para direcionar os conteúdos a serem abordados pelo profesquisador durante a realização das oficinas. Essa iniciativa lúdica para o ensino da viola tornou-se uma alternativa para a experiência em questão, pois conseguiu integrar participantes variados em práticas musicais que caminham juntos com a apreensão técnica e teórica, vislumbrando uma abordagem inclusiva, reflexiva e aberta que se apoia na oralidade em pleno contexto da crescente escolarização da viola caipira. |
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