Início da vida sexual de jovens órfãos por AIDS na cidade de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://doi.org/10.11606/D.6.2007.tde-29092022-164127 |
Resumo: | De 1980 a Junho de 2005, na cidade de São Paulo, a epidemia da aids levou a óbito 33.246 pessoas dentre os 59.386 casos notificados. A alta taxa de mortalidade causada pela epidemia trouxe, como conseqüências, crianças e jovens órfãos em todo o mundo. Pesquisas sobre órfãos por aids realizadas na África indicam que adolescentes e jovens órfãos iniciam a vida sexual mais cedo em relação aos não órfãos e muitas vezes sem uso de preservativo. Indicam ainda que órfãos são explorados sexualmente e sofrem violência sexual. No Brasil, até onde nosso conhecimento alcança, não existem estudos que focalizam a sexualidade destes jovens. Objetivo: Descrever as características da primeira relação sexual de jovens órfãos por aids, segundo sexo. Métodos: Os dados coletados fizeram parte de uma pesquisa maior sobre órfãos por aids na cidade de São Paulo. Um inquérito domiciliar foi realizado a partir da amostra por conglomerados de pessoas falecidas por aids entre 2000 e 2004. Foram entrevistados 275 jovens entre 15 e 24 anos, de ambos os sexos. Resultados: Dos 275 jovens 204 (74,2%) já tinham efetivado a primeira relação sexual e 70 (25,8) ainda não o tinham feito. A idade mediana da primeira relação para rapazes foi 15 anos (14-16) e, para as moças, 16 anos (15-17). Cerca de oitenta e um por cento (80,7%) das moças usaram preservativo contra 68,0% dos rapazes. Rapazes referiram mais frequentemente prazer e excitação e moças dor, arrependimento e vergonha na primeira relação sexual. Conclusão: As diferenças encontradas nas características da primeira relação sexual de jovens órfãos por aids indicam que a sexualidade destes é afetada pela orfandade por aids, pelas relações de gênero e vulnerabilidade econômica, apontando a necessidade de políticas públicas que possam superar estas desigualdades. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Início da vida sexual de jovens órfãos por AIDS na cidade de São Paulo Beginning of sexual life of youngsters orphaned by AIDS in the city of São Paulo 2007-09-20Ivan França JuniorVera Silvia Facciolla PaivaNéia SchorLídia Samuel ChongoUniversidade de São PauloSaúde PúblicaUSPBR Adolescent Adolescentes Adquirid Immunodeficiency Syndrome Comportamento Sexual Jovens Órfãos Orphans Sexual Behavior Sexualidade Sexuality Síndrome de Imunodeficiência Adquirida Youth De 1980 a Junho de 2005, na cidade de São Paulo, a epidemia da aids levou a óbito 33.246 pessoas dentre os 59.386 casos notificados. A alta taxa de mortalidade causada pela epidemia trouxe, como conseqüências, crianças e jovens órfãos em todo o mundo. Pesquisas sobre órfãos por aids realizadas na África indicam que adolescentes e jovens órfãos iniciam a vida sexual mais cedo em relação aos não órfãos e muitas vezes sem uso de preservativo. Indicam ainda que órfãos são explorados sexualmente e sofrem violência sexual. No Brasil, até onde nosso conhecimento alcança, não existem estudos que focalizam a sexualidade destes jovens. Objetivo: Descrever as características da primeira relação sexual de jovens órfãos por aids, segundo sexo. Métodos: Os dados coletados fizeram parte de uma pesquisa maior sobre órfãos por aids na cidade de São Paulo. Um inquérito domiciliar foi realizado a partir da amostra por conglomerados de pessoas falecidas por aids entre 2000 e 2004. Foram entrevistados 275 jovens entre 15 e 24 anos, de ambos os sexos. Resultados: Dos 275 jovens 204 (74,2%) já tinham efetivado a primeira relação sexual e 70 (25,8) ainda não o tinham feito. A idade mediana da primeira relação para rapazes foi 15 anos (14-16) e, para as moças, 16 anos (15-17). Cerca de oitenta e um por cento (80,7%) das moças usaram preservativo contra 68,0% dos rapazes. Rapazes referiram mais frequentemente prazer e excitação e moças dor, arrependimento e vergonha na primeira relação sexual. Conclusão: As diferenças encontradas nas características da primeira relação sexual de jovens órfãos por aids indicam que a sexualidade destes é afetada pela orfandade por aids, pelas relações de gênero e vulnerabilidade econômica, apontando a necessidade de políticas públicas que possam superar estas desigualdades. From 1980 to June 2005, the AIDS epidemic caused the death of 33,246 people in the city of São Paulo (Brazil), among the 59,386 notified cases. The high rate of mortality due to has resulted in the orphanhood of children and youngsters all over the world. Researches about AIDS orphans in Africa indicate that orphaned adolescents and youngsters begin their sexual life earlier, often without condom use, when compared to non-orphans. Moreover, orphans are sexually exploited and suffer sexual abuse. ln Brazil, as far as it is known, there are no studies that focus on the sexuality of these young orphans. Objective: To describe the characteristics of the first sexual intercourse of AIDS orphans, according to sex (male/female). Methods: The collected data were part of a broader study about AIDS orphans in the city of São Paulo. A household survey was conducted based on a conglomerate sample of adults deceased from AIDS between 2000 and 2004. Two hundred and seventy five youngsters aged between 15 and 24 years, from both sexes, were interviewed. Results: Two hundred and four (74.2%) out of 275 youngsters had had their first sexual intercourse and 70 (25.8%) had not had it. The median age of first sexual intercourse was 15 years (14-16) for boys, and 16 years (15-17) for girls. Eighty per cent of the girls (80,7%) used condom, compared to 68.0% among the boys. The most referred feelings in the first sexual intercourse among boys were pleasure and excitement while girls reported pain, regret and shame. Conclusion: The different characteristics of the first sexual intercourse among youngsters orphaned by AIDS indicate that their sexuality is affected by the impact of AIDS orphanhood, gender relations and economic vulnerability and highlight the need for public policies that may overcome these inequalities. https://doi.org/10.11606/D.6.2007.tde-29092022-164127info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:24:39Zoai:teses.usp.br:tde-29092022-164127Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:30:19.508252Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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