Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-16022021-110956/ |
Resumo: | O Griot Digital foi uma metodologia educativa desenvolvida na Escola Municipal Roberto Mange com as (os) estudantes do 8° e 9° ano do ensino fundamental na disciplina de informática, durante o período de dois anos consecutivos como parte de um projeto maior de políticas públicas, intitulado O ancestral e o contemporâneo nas escolas: reconhecimento e afirmação de histórias e culturas afro-brasileiras (FAPESP/2015: 50120-8). Uma proposta que buscou garantir a efetivação da Lei 10639/2003 por meio de um programa de docência compartilhada realizado entre pesquisadoras(es), artistas e professoras(es), numa parceria entre a universidade e a escola pública da rede municipal de São Paulo. Em um diálogo profícuo entre a teoria e a prática, foram criadas diversas estratégias de ensino que pudessem contribuir para o reconhecimento e a afirmação da identidade afro-diaspórica brasileira. Levando em consideração a imagem do Griot e do Baobá como representações simbólicas que podem contribuir para a ressignificação da ancestralidade afro-brasileira, os recursos contemporâneos digitais como as fotografias, os vídeos e a internet foram utilizados nesse estudo a favor da transmissão e preservação da cultura afrodescendente na escola. Nesse sentido, o termo Griot digital, sugere um aparente paradoxo conceitual, que sustenta a possibilidade de uma reversão dialética digital, a partir de uma articulação oriunda do encontro entre a oralidade e a imagem, o passado e o presente, o esquecimento e a memória, cujo fio condutor são as narrativas que se entrelaçam a essa experiência de pesquisa. Levando em consideração o conceito de cidadania mutilada de Milton Santos (1996, 1997), a pedagogia do oprimido de Paulo Freire (1994) e a Teoria do Reconhecimento desenvolvida por Axel Honneth (2003), esse trabalho apresenta um percurso investigativo dedicado à aprendizagem das populações historicamente prejudicadas no contexto escolar contemporâneo e globalizado. Para isso, os referênciais teóricos fundantes dessa tese tem como base os estudos da Teoria Crítica da sociedade com uma ótica interseccional de classe, raça e gênero, cuja dimensão dialógica da tecnoimagem foi articulada ao debate multicultural e decolonial. |
id |
USP_bcdd928c5168e24cee49f0d1118b2e41 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-16022021-110956 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educaçãoGriot Digital: Ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educaçãoAncestralidadeAncestryDispositivos digitaisDispositivos digitalesEducação étnico-racialEducación étnico-racialMemóriaMemoriaO Griot Digital foi uma metodologia educativa desenvolvida na Escola Municipal Roberto Mange com as (os) estudantes do 8° e 9° ano do ensino fundamental na disciplina de informática, durante o período de dois anos consecutivos como parte de um projeto maior de políticas públicas, intitulado O ancestral e o contemporâneo nas escolas: reconhecimento e afirmação de histórias e culturas afro-brasileiras (FAPESP/2015: 50120-8). Uma proposta que buscou garantir a efetivação da Lei 10639/2003 por meio de um programa de docência compartilhada realizado entre pesquisadoras(es), artistas e professoras(es), numa parceria entre a universidade e a escola pública da rede municipal de São Paulo. Em um diálogo profícuo entre a teoria e a prática, foram criadas diversas estratégias de ensino que pudessem contribuir para o reconhecimento e a afirmação da identidade afro-diaspórica brasileira. Levando em consideração a imagem do Griot e do Baobá como representações simbólicas que podem contribuir para a ressignificação da ancestralidade afro-brasileira, os recursos contemporâneos digitais como as fotografias, os vídeos e a internet foram utilizados nesse estudo a favor da transmissão e preservação da cultura afrodescendente na escola. Nesse sentido, o termo Griot digital, sugere um aparente paradoxo conceitual, que sustenta a possibilidade de uma reversão dialética digital, a partir de uma articulação oriunda do encontro entre a oralidade e a imagem, o passado e o presente, o esquecimento e a memória, cujo fio condutor são as narrativas que se entrelaçam a essa experiência de pesquisa. Levando em consideração o conceito de cidadania mutilada de Milton Santos (1996, 1997), a pedagogia do oprimido de Paulo Freire (1994) e a Teoria do Reconhecimento desenvolvida por Axel Honneth (2003), esse trabalho apresenta um percurso investigativo dedicado à aprendizagem das populações historicamente prejudicadas no contexto escolar contemporâneo e globalizado. Para isso, os referênciais teóricos fundantes dessa tese tem como base os estudos da Teoria Crítica da sociedade com uma ótica interseccional de classe, raça e gênero, cuja dimensão dialógica da tecnoimagem foi articulada ao debate multicultural e decolonial.Griot Digital fue una metodología educativa desarrollada en la Escuela Municipal Roberto Mange con los estudiantes de octavo y noveno año de la escuela primaria, en la disciplina de la informática, durante el período de dos años consecutivos, como parte de un proyecto de política pública más amplio titulado El antepasado y lo contemporáneo en las escuelas: reconocimiento y afirmación de historias y culturas afrobrasileñas (FAPESP/2015: 50120-8). Una propuesta que buscaba asegurar la aplicación de la Ley 10639/2003 a través de un programa de enseñanza compartida, realizado entre investigadores (s), artistas y profesores, en una asociación entre la universidad y la escuela pública de la red municipal de Sao Paulo. En un fructífero diálogo entre la teoría y la práctica, se crearon varias estrategias de enseñanza que podrían contribuir al reconocimiento y afirmación de la identidad afro diáspora brasileña. Teniendo en cuenta la imagen de Griot y Baobab como representaciones simbólicas que pueden contribuir a la dimisión de la ascendencia afrobrasileña, se utilizaron recursos digitales contemporáneos como fotografías, videos e Internet en favor de la transmisión y preservación de la cultura afrodescendiente en la escuela. En este sentido, el término Griot digital, sugiere una aparente paradoja conceptual que apoya la posibilidad de una reversión dialéctica digital, de una articulación derivada del encuentro entre la oralidad y la imagen, el pasado y el presente, el olvido y la memoria, cuyo hilo conductor son las narrativas que se entrelazan con esta experiencia investigadora. Teniendo en cuenta el concepto de ciudadanía mutilada de Milton Santos (1996, 1997), la pedagogía de los oprimidos por Paulo Freire (2004) y la Teoría del Reconocimiento desarrollada por Axel Honneth (2003), esta obra presenta un camino de investigación dedicado al aprendizaje de poblaciones históricamente deterioradas en el contexto escolar contemporáneo y globalizado. Para ello, las referencias teóricas que fundan esta tesis, se basan en los estudios de teoría crítica de la sociedad con una perspectiva interseccional de clase, raza y género, cuya dimensión dialogante de la tecnoimagen se articuló en el debate multicultural y decolonial.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAmaral, Monica Guimaraes Teixeira doSantos, Elaine Cristina Moraes2020-11-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-16022021-110956/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-02-24T05:54:01Zoai:teses.usp.br:tde-16022021-110956Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-02-24T05:54:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação Griot Digital: Ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação |
title |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação |
spellingShingle |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação Santos, Elaine Cristina Moraes Ancestralidade Ancestry Dispositivos digitais Dispositivos digitales Educação étnico-racial Educación étnico-racial Memória Memoria |
title_short |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação |
title_full |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação |
title_fullStr |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação |
title_full_unstemmed |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação |
title_sort |
Griot digital: ressignificando a ancestralidade afro-brasileira na educação |
author |
Santos, Elaine Cristina Moraes |
author_facet |
Santos, Elaine Cristina Moraes |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Amaral, Monica Guimaraes Teixeira do |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Santos, Elaine Cristina Moraes |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ancestralidade Ancestry Dispositivos digitais Dispositivos digitales Educação étnico-racial Educación étnico-racial Memória Memoria |
topic |
Ancestralidade Ancestry Dispositivos digitais Dispositivos digitales Educação étnico-racial Educación étnico-racial Memória Memoria |
description |
O Griot Digital foi uma metodologia educativa desenvolvida na Escola Municipal Roberto Mange com as (os) estudantes do 8° e 9° ano do ensino fundamental na disciplina de informática, durante o período de dois anos consecutivos como parte de um projeto maior de políticas públicas, intitulado O ancestral e o contemporâneo nas escolas: reconhecimento e afirmação de histórias e culturas afro-brasileiras (FAPESP/2015: 50120-8). Uma proposta que buscou garantir a efetivação da Lei 10639/2003 por meio de um programa de docência compartilhada realizado entre pesquisadoras(es), artistas e professoras(es), numa parceria entre a universidade e a escola pública da rede municipal de São Paulo. Em um diálogo profícuo entre a teoria e a prática, foram criadas diversas estratégias de ensino que pudessem contribuir para o reconhecimento e a afirmação da identidade afro-diaspórica brasileira. Levando em consideração a imagem do Griot e do Baobá como representações simbólicas que podem contribuir para a ressignificação da ancestralidade afro-brasileira, os recursos contemporâneos digitais como as fotografias, os vídeos e a internet foram utilizados nesse estudo a favor da transmissão e preservação da cultura afrodescendente na escola. Nesse sentido, o termo Griot digital, sugere um aparente paradoxo conceitual, que sustenta a possibilidade de uma reversão dialética digital, a partir de uma articulação oriunda do encontro entre a oralidade e a imagem, o passado e o presente, o esquecimento e a memória, cujo fio condutor são as narrativas que se entrelaçam a essa experiência de pesquisa. Levando em consideração o conceito de cidadania mutilada de Milton Santos (1996, 1997), a pedagogia do oprimido de Paulo Freire (1994) e a Teoria do Reconhecimento desenvolvida por Axel Honneth (2003), esse trabalho apresenta um percurso investigativo dedicado à aprendizagem das populações historicamente prejudicadas no contexto escolar contemporâneo e globalizado. Para isso, os referênciais teóricos fundantes dessa tese tem como base os estudos da Teoria Crítica da sociedade com uma ótica interseccional de classe, raça e gênero, cuja dimensão dialógica da tecnoimagem foi articulada ao debate multicultural e decolonial. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-11-17 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-16022021-110956/ |
url |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-16022021-110956/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1815257013836316672 |