Sujeito da/na cibercultura: o discurso do cinema na era do amor virtual
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-18012017-102249/ |
Resumo: | Este trabalho propõe investigar o imaginário sobre as relações amorosas vivenciadas pelo sujeito na contemporaneidade, marcada pela forte presença da cibercultura, tais como retratadas no discurso artístico evidenciado em seis filmes. Os longas-metragens selecionados para compor a pesquisa, representando heterogeneidade de países e gêneros cinematográficos, são: Apaixonado Thomas (Thomas est Amoureux, 2000), de Pierre-Paul Renders; Im a Cyborg, But Thats OK (Saibogujiman Kwenchana, 2006), de Chan-Wook Park; A Garota Ideal (Lars and the Real Girl, 2007), de Craig Gillespie; Catfish (2010), de Henry Joost e Ariel Schulman; Medianeras (2011), de Gustavo Taretto e, finalmente, Ela (Her), de Spike Jonze. Para tanto, partiremos do referencial teórico da Análise do Discurso (AD) de matriz francesa, sobretudo o trabalho de Michel Pêcheux e os autores que compartilha(va)m a preocupação em observar o discurso como processo imbricado numa rede de múltiplas significações, ao invés de se limitar a perceber o sentido como um produto pronto e acabado a ser extraído pelos leitores. Definindo a linguagem como trabalho, a disciplina desloca a importância dada à função referencial da linguagem, a qual ocupa posição nuclear na Linguística clássica, que defende esse enfoque na comunicação, ou na informação; assim, o viés da AD entende a linguagem como ato sócio-histórico-ideológico, sem negar o conflito, a contradição, as relações de poder que ela traz em seu bojo. Para analisar recortes dos filmes a partir das condições de produção da cibercultura, mobilizamos conceitos da AD sobre a linguagem no processo discursivo não-verbal. Deste modo, ao analisar os recortes e segmentos dos filmes mencionados que instalam sentidos a partir das condições de produção da cibercultura, mobilizamos conceitos da AD sobre o processo discursivo não-verbal, como nas publicações de Neckel (2004, 2010), Souza (2001) e Orlandi (1993), entre outros. A cibercultura, notamos, não pode ser reduzida à Internet e deve ser entendida em sua influência em outros campos, como o corpo e o cinema, para que possamos efetivamente compreender como a cibercultura mudou o imaginário sobre o amor, o que o discurso artístico pode nos revelar tão bem. Em vista disso, trabalhamos ainda com os subsídios de autores da sociologia e da filosofia como Bauman (2001, 2004), Bell (2001, 2007) e Lemos (2010), entre outros, para compreender como o sujeito discursiviza(-se) na era do amor virtual a partir do conceito de imaginário discursivo e de condições de produção, tendo como norte o contexto da contemporaneidade marcado pela sociedade líquido-moderna. Tal como descreve Bell, a cibercultura tem muitas histórias nos interessando, sobretudo, a história política e a história simbólica, em especial esta por nos remeter às narrativas da/sobre a cibercultura na arte. O corpo, por sinal, é um dos conceitos em movência na era da cibercultura, sendo de nosso interesse investigar essas gestos tanto no âmbito da AD quanto com o suporte de outros teóricos. Nesse sentido, o manifesto do ciborgue de Donna Haraway (2013) sobre a ressignificação dos corpos e do amor a partir da pós-modernidade também nos auxilia a interpretar o discurso dos longasmetragens. A partir dessas inquietações, buscamos compreender os modos de subjetivação que se inscrevem da/na cibercultura, a partir das condições de produção que (re)configuram o jogo das formações discursivas na memória e no discurso artístico. |
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Sujeito da/na cibercultura: o discurso do cinema na era do amor virtualSubject in/of cyberculture: the discourse of cinema in the age of virtual loveAnálise do Discurso; cinema; cibercultura; imaginárioDiscourse Analysis; movies; cyberculture; imaginaryEste trabalho propõe investigar o imaginário sobre as relações amorosas vivenciadas pelo sujeito na contemporaneidade, marcada pela forte presença da cibercultura, tais como retratadas no discurso artístico evidenciado em seis filmes. Os longas-metragens selecionados para compor a pesquisa, representando heterogeneidade de países e gêneros cinematográficos, são: Apaixonado Thomas (Thomas est Amoureux, 2000), de Pierre-Paul Renders; Im a Cyborg, But Thats OK (Saibogujiman Kwenchana, 2006), de Chan-Wook Park; A Garota Ideal (Lars and the Real Girl, 2007), de Craig Gillespie; Catfish (2010), de Henry Joost e Ariel Schulman; Medianeras (2011), de Gustavo Taretto e, finalmente, Ela (Her), de Spike Jonze. Para tanto, partiremos do referencial teórico da Análise do Discurso (AD) de matriz francesa, sobretudo o trabalho de Michel Pêcheux e os autores que compartilha(va)m a preocupação em observar o discurso como processo imbricado numa rede de múltiplas significações, ao invés de se limitar a perceber o sentido como um produto pronto e acabado a ser extraído pelos leitores. Definindo a linguagem como trabalho, a disciplina desloca a importância dada à função referencial da linguagem, a qual ocupa posição nuclear na Linguística clássica, que defende esse enfoque na comunicação, ou na informação; assim, o viés da AD entende a linguagem como ato sócio-histórico-ideológico, sem negar o conflito, a contradição, as relações de poder que ela traz em seu bojo. Para analisar recortes dos filmes a partir das condições de produção da cibercultura, mobilizamos conceitos da AD sobre a linguagem no processo discursivo não-verbal. Deste modo, ao analisar os recortes e segmentos dos filmes mencionados que instalam sentidos a partir das condições de produção da cibercultura, mobilizamos conceitos da AD sobre o processo discursivo não-verbal, como nas publicações de Neckel (2004, 2010), Souza (2001) e Orlandi (1993), entre outros. A cibercultura, notamos, não pode ser reduzida à Internet e deve ser entendida em sua influência em outros campos, como o corpo e o cinema, para que possamos efetivamente compreender como a cibercultura mudou o imaginário sobre o amor, o que o discurso artístico pode nos revelar tão bem. Em vista disso, trabalhamos ainda com os subsídios de autores da sociologia e da filosofia como Bauman (2001, 2004), Bell (2001, 2007) e Lemos (2010), entre outros, para compreender como o sujeito discursiviza(-se) na era do amor virtual a partir do conceito de imaginário discursivo e de condições de produção, tendo como norte o contexto da contemporaneidade marcado pela sociedade líquido-moderna. Tal como descreve Bell, a cibercultura tem muitas histórias nos interessando, sobretudo, a história política e a história simbólica, em especial esta por nos remeter às narrativas da/sobre a cibercultura na arte. O corpo, por sinal, é um dos conceitos em movência na era da cibercultura, sendo de nosso interesse investigar essas gestos tanto no âmbito da AD quanto com o suporte de outros teóricos. Nesse sentido, o manifesto do ciborgue de Donna Haraway (2013) sobre a ressignificação dos corpos e do amor a partir da pós-modernidade também nos auxilia a interpretar o discurso dos longasmetragens. A partir dessas inquietações, buscamos compreender os modos de subjetivação que se inscrevem da/na cibercultura, a partir das condições de produção que (re)configuram o jogo das formações discursivas na memória e no discurso artístico.This work proposes to investigate the imaginary about romantic relationships experienced by the subject in contemporary society, marked by the strong presence of cyberculture, such as ortrayed in art discourse evidenced in six movies. The selected feature films for inclusion in this research, representing heterogeneity of countries and film genres, are: Thomas est Amoureux (2000), by Pierre-Paul Renders; I\'m a Cyborg, But That\'s OK (Saibogujiman Kwenchana, 2006), by Chan-Wook Park; Lars and the Real Girl (2007), by Craig Gillespie; Catfish (2010), by Henry Joost and Ariel Schulman; Medianeras (2011), by Gustavo Taretto and, finally, Her (2013), directed by Spike Jonze. To this goal, we mobilize the theoretical framework of Discourse Analysis (AD) of French line, especially the work of Michel Pêcheux and the authors who shares with him the concern in observing the discourse as an imbricated process in a network of multiple meanings, rather than limited to making sense as a ready and finished product to be extracted by readers. Setting the language as work, this discipline shifts the emphasis to the referential function of language, which occupies nuclear position in classical linguistics, which advocates this approach in the communication or information; thus the bias of AD understands the language as a social-historical-ideological act, without denying the conflict, contradiction, power relations that it brings with it. To analyze clippings of films from the cyberculture production conditions, we mobilize concepts of AD on language in nonverbal discursive process. Thus, when analyzing the cuts and segments of the aforementioned films wich installs directions from the cyberculture production conditions, qe mobilize concepts of AD on the nonverbal discursive process, as in publications by Neckel (2004, 2010), Souza (2001) and Orlandi (1993), among others. The cyberculture, we notice, can not be reduced to the Internet and must be understood in its influence in other fields, such as the body and the cinema itself, so we can effectively understand how cyberculture changed the imagery of love, what the artistic discourse can reveal as well. As a result, we take further work with authors of sociology and philosophy as Bauman (2001, 2004), Bell (2001, 2007) and Lemos (2010), among others, to understand how the subject discoursivizes in the age of virtual love from the concept of discursive event and production conditions, having the goal of the contemporary context marked by the liquid-modern society. As describes Bell, cyberculture has many stories above all, the political history and the symbolic story, especially in this by referring to the narratives of/on cyberculture in the art. The body, by the way, is one of the concepts in movement in the age of cyberculture, and our interest to investigate these actions both in AD scope and the support of other theorists. In this sense, the cyborg manifesto of Donna Haraway (2013) on the redefinition of the bodies and love from post-modernity also helps us interpret the discourse of the feature films. From these concerns, we seek to understand the ways of subjectivity that are part of/in cyberspace, from the conditions of production that (re)configure the set of discursive formations in memory and artistic discourse.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSousa, Lucília Maria Abrahão eSilva, Jonathan Raphael Bertassi da2016-11-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-18012017-102249/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-18012017-102249Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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