Práticas colaborativas com adolescentes e profissionais de equipe de saúde sobre saúde sexual e reprodutiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-05022021-142621/ |
Resumo: | Pelos pressupostos construcionistas sociais, a realidade é resultado de descrições construídas conjuntamente, assim sugerimos que construir e desenvolver ações colaborativas sobre saúde sexual e reprodutiva com adolescentes e profissionais de saúde pode ter como efeitos sentidos propositivos sobre adolescência e sexualidade. Entendimentos sobre comportamentos sexuais arriscados balizam o desenvolvimento de algumas ações, portanto práticas colaborativas em grupo apostam no caráter ético de ações em saúde. A presente pesquisa teve como objetivo geral compreender o processo de construção de uma intervenção desenvolvida colaborativamente entre a pesquisadora, a equipe de profissionais de uma unidade da Estratégia Saúde da Família e adolescentes pertencentes ao território. Como objetivos específicos: a) descrever os passos envolvidos para construção e desenvolvimento de uma intervenção colaborativa com adolescentes e profissionais de saúde, destacando processos de tomadas de decisões conjuntas e o envolvimento com equipe de saúde e b) compreender os desafios e potencialidades da construção de uma intervenção colaborativa. Seu delineamento teóricometodológico foi a pesquisa-ação, cuja proposta é a participação ativa de quem pesquisa junto com as pessoas. Utilizamo-nos da pesquisa narrativa como recurso metodológico para o processo de construção de sentidos, cujo método envolve a interpretação, compreensão e escrita sobre uma experiência. Participaram 13 adolescentes, separados em dois grupos, e nove profissionais de saúde. Como procedimentos de produção de dados, utilizamos registros de notas de campo, e transcrições de áudio na íntegra dos encontros e das conversas preparatórias. A partir da análise do material produzido, construímos narrativas referentes a dois momentos: 1) construção do processo grupal, 2) encontros em grupo com adolescentes e profissionais de saúde. Sobre o primeiro momento, as narrativas discorrem sobre o contato com campo, nomeadas: a) Cotidiano: conhecendo a Unidade Bela Vista; b) Construção: articulando redes e saberes; c) Valsinha: convidando adolescentes; d) Olhos nos olhos: conversando com adolescentes; e) Trocando em miúdos: coconstruindo a intervenção. Em grupo, elegemos conversar sobre: 1) gênero e sexualidade; 2) puberdade e infecções sexualmente transmissíveis; 3) métodos contraceptivos e de proteção; 4) filme: as melhores coisas do mundo; 5) ser pai e mãe na adolescência; 6) álcool e outras drogas e 7) escolhas e suas repercussões. Sobre o segundo momento da análise, produzimos narrativas sobre o desenvolvimento dos sete encontros, as quais têm como características a multivocalidade e a reflexividade. Concluímos, com base na análise, sobre a construção conjunta da intervenção grupal como um processo artesanal, lento e respeitoso. Seus ganhos mais diretos são confiança e corresponsabilidade para o processo grupal. Dificuldades encontradas no processo grupal foram possibilitar o acolhimento das diferenças de opiniões para as tomadas de decisões, bem como abandonos do grupo, e limites das Práticas Colaborativas. Ganhos de seu uso podem ser listados: desenvolvimento de uma pesquisa-ação, com postura colaborativa; coerência o princípio da integralidade; investimento na comunicação com adolescentes como caminho para a promoção de saúde nas práticas sexuais. |
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Práticas colaborativas com adolescentes e profissionais de equipe de saúde sobre saúde sexual e reprodutivaCollaborative practices with adolescents and health team professionals on sexual and reproductive healthAdolescentesAdolescentsCollaborative action researchConstrucionismo socialFeminist researchPesquisa feministaPesquisa-ação colaborativaSaúde sexual e reprodutivaSexual and reproductive healthSocial constructionismPelos pressupostos construcionistas sociais, a realidade é resultado de descrições construídas conjuntamente, assim sugerimos que construir e desenvolver ações colaborativas sobre saúde sexual e reprodutiva com adolescentes e profissionais de saúde pode ter como efeitos sentidos propositivos sobre adolescência e sexualidade. Entendimentos sobre comportamentos sexuais arriscados balizam o desenvolvimento de algumas ações, portanto práticas colaborativas em grupo apostam no caráter ético de ações em saúde. A presente pesquisa teve como objetivo geral compreender o processo de construção de uma intervenção desenvolvida colaborativamente entre a pesquisadora, a equipe de profissionais de uma unidade da Estratégia Saúde da Família e adolescentes pertencentes ao território. Como objetivos específicos: a) descrever os passos envolvidos para construção e desenvolvimento de uma intervenção colaborativa com adolescentes e profissionais de saúde, destacando processos de tomadas de decisões conjuntas e o envolvimento com equipe de saúde e b) compreender os desafios e potencialidades da construção de uma intervenção colaborativa. Seu delineamento teóricometodológico foi a pesquisa-ação, cuja proposta é a participação ativa de quem pesquisa junto com as pessoas. Utilizamo-nos da pesquisa narrativa como recurso metodológico para o processo de construção de sentidos, cujo método envolve a interpretação, compreensão e escrita sobre uma experiência. Participaram 13 adolescentes, separados em dois grupos, e nove profissionais de saúde. Como procedimentos de produção de dados, utilizamos registros de notas de campo, e transcrições de áudio na íntegra dos encontros e das conversas preparatórias. A partir da análise do material produzido, construímos narrativas referentes a dois momentos: 1) construção do processo grupal, 2) encontros em grupo com adolescentes e profissionais de saúde. Sobre o primeiro momento, as narrativas discorrem sobre o contato com campo, nomeadas: a) Cotidiano: conhecendo a Unidade Bela Vista; b) Construção: articulando redes e saberes; c) Valsinha: convidando adolescentes; d) Olhos nos olhos: conversando com adolescentes; e) Trocando em miúdos: coconstruindo a intervenção. Em grupo, elegemos conversar sobre: 1) gênero e sexualidade; 2) puberdade e infecções sexualmente transmissíveis; 3) métodos contraceptivos e de proteção; 4) filme: as melhores coisas do mundo; 5) ser pai e mãe na adolescência; 6) álcool e outras drogas e 7) escolhas e suas repercussões. Sobre o segundo momento da análise, produzimos narrativas sobre o desenvolvimento dos sete encontros, as quais têm como características a multivocalidade e a reflexividade. Concluímos, com base na análise, sobre a construção conjunta da intervenção grupal como um processo artesanal, lento e respeitoso. Seus ganhos mais diretos são confiança e corresponsabilidade para o processo grupal. Dificuldades encontradas no processo grupal foram possibilitar o acolhimento das diferenças de opiniões para as tomadas de decisões, bem como abandonos do grupo, e limites das Práticas Colaborativas. Ganhos de seu uso podem ser listados: desenvolvimento de uma pesquisa-ação, com postura colaborativa; coerência o princípio da integralidade; investimento na comunicação com adolescentes como caminho para a promoção de saúde nas práticas sexuais.Based on social constructionist assumptions, reality is the result of jointly constructed descriptions, so we suggest that constructing and developing collaborative actions on sexual and reproductive health with adolescents and health professionals can have propositional effects on adolescence and sexuality. Understandings about risky sexual behaviors guide the development of some actions, therefore collaborative group practices bet on the ethical character of health actions. The present research had as general objective to understand the process of construction of an intervention developed collaboratively between the researcher, the team of professionals of a unit of the Family Health Strategy and the adolescents belonging to the territory. As specific objectives: a) describe the steps involved in building and developing a collaborative intervention with adolescents and health professionals, highlighting joint decision-making processes and involvement with the health team and b) understanding the challenges and potential of constructing a collaborative intervention. Its theoreticalmethodological design was action research, whose proposal is the active participation of those who research together with people. We use narrative research as a methodological resource for the process of construction of meanings, whose method involves the interpretation, understanding and writing about an experience. Thirteen adolescents participated, separated into two groups, and nine health professionals. As data production procedures, we use field notes records, and full audio transcripts of preparatory meetings and conversations. From the analysis of the material produced, we constructed narratives referring to two moments: 1) construction of the group process, 2) group meetings with adolescents and health professionals. About the first moment, the narratives discuss the contact with the field, named: a) \"Daily life\": getting to know the health unit; 2) \"Construction\": articulating networks and knowledge; 3) \"Waltz\": inviting teenagers; 4) \"Face to face\": interviewing teenagers; 5) \"Simply put\": cobuilding the intervention. As a group, we chose to talk about: 1) gender and sexuality; 2) puberty and sexually transmitted infections; 3) contraceptive and protective methods; 4) film: \"As Melhores Coisas do Mundo\" (\"The Best Things in the World\"); 5) being a father and mother in adolescence; 6) alcohol and other drugs and 7) choices and their repercussions. About the second moment of the analysis, we produced narratives about the development of the seven meetings, which have multivocality and reflexivity as characteristics. We conclude, based on the analysis, on the coconstruction of group intervention as an artisanal, slow and respectful process. Its most direct gains are trust and co-responsibility for the group process. Difficulties encountered in the group process were to make it possible to accept differences of opinion for decision making, as well as abandonments by the group, and limits of Collaborative Practices. Gains from its use can be listed: development of an action research, with a collaborative posture; coherence the principle of integrality; investment in communication with adolescents as a way to promote health in sexual practices.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLorenzi, Carla GuanaesGonzaga, Domitila Shizue Kawakami2020-12-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-05022021-142621/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPReter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-12-15T12:11:05Zoai:teses.usp.br:tde-05022021-142621Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-12-15T12:11:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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