Participação em processo de formação de facilitadores/as de práticas restaurativas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-26112019-111711/ |
Resumo: | Considerando-se: a necessidade do investimento em modos alternativos de justiça, que não apenas a Justiça Retributiva; o sucesso do uso das práticas restaurativas para o fomento de uma cultura de paz; o sucesso do uso das práticas restaurativas para diminuição da judicialização dos conflitos na escola e nos níveis de criminalidade nesse contexto; a aposta em formas de resolução de conflitos que levem à corresponsabilização relacional e não à culpabilização individual, com a participação ativa da comunidade nesse processo; a importância de um processo de capacitação em práticas restaurativas de qualidade, para o sucesso de seu uso; a escassez de estudos que tenham como foco a análise crítica dos processos de formação de facilitadores; e a importância do estudo desses processos formativos na geração de recursos, instrumentos e tecnologias relacionais que possam ser exportadas para outros contextos, o objetivo deste estudo foi compreender os sentidos produzidos sobre a participação no processo de formação em facilitação de práticas restaurativas a partir das práticas discursivas de seus participantes. Para tanto, 11 participantes de um processo de capacitação em práticas restaurativas de um município do interior do Estado de São Paulo foram entrevistados. A base epistemológica deste estudo é construcionista social, que entende o estudo das práticas discursivas como via de análise da produção de sentidos. A categorização temática das transcrições das entrevistas permitiu o destaque de três temas significativos aos objetivos desta pesquisa: expectativas dos participantes para formação em justiça restaurativa, efeitos no cotidiano e na vida profissional da participação na capacitação e, (in)suficiências da formação em justiça restaurativa. Os sentidos produzidos nessas temáticas foram discutidos transversalmente pelos três eixos: \"O Para que\" da formação, relacionado aos propósitos e objetivos da capacitação; \"O Quem\" da formação, relacionado às questões sobre adesão e público alvo, e \"O Como\" da formação, relacionado ao formato e conteúdo necessário em um processo formativo. Os resultados mostraram que muitos dos participantes relataram mudanças na qualidade da escuta, da comunicação, da postura e do entendimento de conflito. Ter clareza das expectativas dos participantes se mostrou fundamental, uma vez que realizar conversas iniciais a fim de conhecer essas expectativas pode colaborar para diminuir ideias irrealistas, diminuir níveis de ansiedade, atrito e taxa de abandono dos participantes, além de possibilitar participação mais produtiva. Sugere-se que se utilizem diferentes estratégias didáticas para diferentes públicos e destinem-se momentos da formação que possibilitem que os participantes pratiquem e reflitam sobre suas ações. Ademais, é necessário reconhecer os limites relacionados às tomadas de decisões que envolvem questões materiais e institucionais, levando em conta a complexidade das relações de poder mais amplas que abrangem uma implementação. É importante também que para o compartilhamento dessas práticas e a formação de facilitadores, os disseminadores possuam experiência prévia, além do questionamento de que tipo de entendimento e discurso de JR os processos formativos produzem, refletindo sobre processos responsáveis e coerentes com a proposta dessa metodologia. |
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Participação em processo de formação de facilitadores/as de práticas restaurativasParticipation in the process of training facilitators of restorative practicesConstrucionismo socialJustiça restaurativaPráticas restaurativasRestorative justiceRestorative practicesSocial constructionismConsiderando-se: a necessidade do investimento em modos alternativos de justiça, que não apenas a Justiça Retributiva; o sucesso do uso das práticas restaurativas para o fomento de uma cultura de paz; o sucesso do uso das práticas restaurativas para diminuição da judicialização dos conflitos na escola e nos níveis de criminalidade nesse contexto; a aposta em formas de resolução de conflitos que levem à corresponsabilização relacional e não à culpabilização individual, com a participação ativa da comunidade nesse processo; a importância de um processo de capacitação em práticas restaurativas de qualidade, para o sucesso de seu uso; a escassez de estudos que tenham como foco a análise crítica dos processos de formação de facilitadores; e a importância do estudo desses processos formativos na geração de recursos, instrumentos e tecnologias relacionais que possam ser exportadas para outros contextos, o objetivo deste estudo foi compreender os sentidos produzidos sobre a participação no processo de formação em facilitação de práticas restaurativas a partir das práticas discursivas de seus participantes. Para tanto, 11 participantes de um processo de capacitação em práticas restaurativas de um município do interior do Estado de São Paulo foram entrevistados. A base epistemológica deste estudo é construcionista social, que entende o estudo das práticas discursivas como via de análise da produção de sentidos. A categorização temática das transcrições das entrevistas permitiu o destaque de três temas significativos aos objetivos desta pesquisa: expectativas dos participantes para formação em justiça restaurativa, efeitos no cotidiano e na vida profissional da participação na capacitação e, (in)suficiências da formação em justiça restaurativa. Os sentidos produzidos nessas temáticas foram discutidos transversalmente pelos três eixos: \"O Para que\" da formação, relacionado aos propósitos e objetivos da capacitação; \"O Quem\" da formação, relacionado às questões sobre adesão e público alvo, e \"O Como\" da formação, relacionado ao formato e conteúdo necessário em um processo formativo. Os resultados mostraram que muitos dos participantes relataram mudanças na qualidade da escuta, da comunicação, da postura e do entendimento de conflito. Ter clareza das expectativas dos participantes se mostrou fundamental, uma vez que realizar conversas iniciais a fim de conhecer essas expectativas pode colaborar para diminuir ideias irrealistas, diminuir níveis de ansiedade, atrito e taxa de abandono dos participantes, além de possibilitar participação mais produtiva. Sugere-se que se utilizem diferentes estratégias didáticas para diferentes públicos e destinem-se momentos da formação que possibilitem que os participantes pratiquem e reflitam sobre suas ações. Ademais, é necessário reconhecer os limites relacionados às tomadas de decisões que envolvem questões materiais e institucionais, levando em conta a complexidade das relações de poder mais amplas que abrangem uma implementação. É importante também que para o compartilhamento dessas práticas e a formação de facilitadores, os disseminadores possuam experiência prévia, além do questionamento de que tipo de entendimento e discurso de JR os processos formativos produzem, refletindo sobre processos responsáveis e coerentes com a proposta dessa metodologia.Considering: the need for investment in alternative modes of justice, other than Retributive Justice; the successful use of restorative practices to foster a culture of peace; the success seeing in the use of restorative practices to reduce the judicialization of school conflicts and crime levels in this context; the bet on forms of conflict resolution that lead to relational co-responsibility and not to individual blame, with the active participation of the community in this process; the importance of a qualification process in quality restorative practices, for the success of its use; the scarcity of studies that focus on the critical analysis of the processes of training facilitators; and the importance of the study of these formative processes in the generation of resources, instruments and relational technologies that can be exported to other contexts, the objective of this study was to understand the senses produced on the participation in the training process in facilitating restorative practices from practices of their participants. To that end, 11 participants in a process of training in restorative practices of a municipality in the interior of the State of São Paulo were interviewed. The epistemological basis of this study is social constructionist, which understands the study of discursive practices as a way of analyzing the production of meanings. The thematic categorization of transcripts of the interviews allowed the highlighting of three themes that were significant to the objectives of this research: participants\' expectations for training in restorative justice, effects on daily life and professional life of participation in training and (in)sufficiency of training in restorative justice. The senses produced in these themes were discussed transversally by the three axes: \"For What\" is the process, related to the purposes and objectives of the training; \"The Who\" of the training, related to questions about adherence and target audience, and \"The How\" of training, related to the format and content needed in a training process. The results showed that many of the participants reported changes in the quality of listening, communication, posture and conflict understanding. Clarity of the participants\' expectations was fundamental, since initial conversations in order to meet these expectations can help to reduce unrealistic ideas, reduce levels of anxiety, friction and abandonment rate of the participants, as well as allowing more productive participation. It is suggested that different didactic strategies might be used for different audiences and that training moments should be used to enable participants to practice and reflect on their actions. In addition, it is necessary to recognize the limits related to decision-making that involve material and institutional issues, taking into account the complexity of the broader power relations that encompass an implementation. It is also important for the sharing of these practices and the training of facilitators, the disseminators have previous experience, besides the questioning of what kind of understanding and discourse of JR the formative processes produce, reflecting on processes responsible and consistent with the proposal of this methodology.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Laura Vilela eVidotto, Letícia Trombini2018-11-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-26112019-111711/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-11-25T12:56:14Zoai:teses.usp.br:tde-26112019-111711Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-11-25T12:56:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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