Igbasilẹ: o gesto do candomblé Ketu
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-21062024-161747/ |
Resumo: | O presente projeto é um igbasilẹ (Palavra em yorùbá que significa registro) etnográfico que propõe revelar, através do estudo do gesto no candomblé, como as relações, vivências e aprendizados dos devotos do candomblé elaboram uma linguagem de organização para religião através das práticas e experiências do corpo. Assim, o corpo é localizado como uma representação territorial de saberes culturais ancestrais africanos, preservados e/ou reelaborados em diáspora. Observar o corpo no candomblé como território africano é uma das possibilidades de compreender o gesto como forma fundante para o acontecimento e configuração da religião e, consequentemente, como um revelador da existência cultural por meio dos movimentos observados nas vivências diárias dos terreiros. A pesquisa é abordada em um estudo multissituado, no qual antropólogo também faz parte do estudo apresentado. O gesto é abordado como uma organização antropológica que guia a pesquisa. Os gestos serão observados como conjuntos de sentidos e práticas presentes nas ritualísticas, tratativas interpessoais, danças, espaços, festas públicas, locais sagrados e cargos, localizando as práticas versadas no candomblé. Com a atenção voltada para a gesto como percepção de aspectos visíveis e invisíveis abarcados na ancestralidade, proponho observar diferentes dinâmicas dentro de uma religião de matriz africana que é, muitas vezes, refutada como um conjunto de sentidos a ser considerado como episteme. Segundo Achille Mbembe, em suas reflexões sobre a necropolítica, morrer não está somente na literalidade de findar-se enquanto vida, está também na impossibilidade de existir enquanto ser vivente. O trabalho de campo de caráter etnográfico buscou levantar, em um estudo realizado na região metropolitana de São Paulo, dados e parâmetros utilizados para responder às seguintes perguntas: Como os gestos organizam o corpo no candomblé? Quais são as estruturas fundamentais para que haja tal organização? Como a mobilidade do terreiro gera linguagens através dos gestos? O estudo das culturas e religiões de matrizes africanas e as complexidades próprias desse tema são de grande importância para a antropologia, visto que incentivam o etnógrafo a ampliar seu entendimento para não reduzir as experiências e os dados coletados a uma escrita simplista. Os levantamentos a respeito da gestualidade dos adeptos do candomblé no contexto de organização da religião guiarão o trabalho de pesquisa e suas contribuições antropológicas |
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Igbasilẹ: o gesto do candomblé KetuIgbasilẹ: the gesture of candomblé KetuBodyCandombléCandombléCorpoGestoGestureIgbasilẹIgbasilẹÒrìṣàÒrìṣàTerritórioTerritoryO presente projeto é um igbasilẹ (Palavra em yorùbá que significa registro) etnográfico que propõe revelar, através do estudo do gesto no candomblé, como as relações, vivências e aprendizados dos devotos do candomblé elaboram uma linguagem de organização para religião através das práticas e experiências do corpo. Assim, o corpo é localizado como uma representação territorial de saberes culturais ancestrais africanos, preservados e/ou reelaborados em diáspora. Observar o corpo no candomblé como território africano é uma das possibilidades de compreender o gesto como forma fundante para o acontecimento e configuração da religião e, consequentemente, como um revelador da existência cultural por meio dos movimentos observados nas vivências diárias dos terreiros. A pesquisa é abordada em um estudo multissituado, no qual antropólogo também faz parte do estudo apresentado. O gesto é abordado como uma organização antropológica que guia a pesquisa. Os gestos serão observados como conjuntos de sentidos e práticas presentes nas ritualísticas, tratativas interpessoais, danças, espaços, festas públicas, locais sagrados e cargos, localizando as práticas versadas no candomblé. Com a atenção voltada para a gesto como percepção de aspectos visíveis e invisíveis abarcados na ancestralidade, proponho observar diferentes dinâmicas dentro de uma religião de matriz africana que é, muitas vezes, refutada como um conjunto de sentidos a ser considerado como episteme. Segundo Achille Mbembe, em suas reflexões sobre a necropolítica, morrer não está somente na literalidade de findar-se enquanto vida, está também na impossibilidade de existir enquanto ser vivente. O trabalho de campo de caráter etnográfico buscou levantar, em um estudo realizado na região metropolitana de São Paulo, dados e parâmetros utilizados para responder às seguintes perguntas: Como os gestos organizam o corpo no candomblé? Quais são as estruturas fundamentais para que haja tal organização? Como a mobilidade do terreiro gera linguagens através dos gestos? O estudo das culturas e religiões de matrizes africanas e as complexidades próprias desse tema são de grande importância para a antropologia, visto que incentivam o etnógrafo a ampliar seu entendimento para não reduzir as experiências e os dados coletados a uma escrita simplista. Os levantamentos a respeito da gestualidade dos adeptos do candomblé no contexto de organização da religião guiarão o trabalho de pesquisa e suas contribuições antropológicasThe present project is an ethnographic igbasilẹ (Yorùbá word which means record) that aims to reveal, through the study of gesture in Candomblé, how the relationships, experiences, and learning of Candomblé devotees develop a language of organization for religion through body practices and experiences. Thus, the body is situated as a territorial representation of ancestral African cultural knowledge, preserved and/or reelaborated in the diaspora. Observing the body in Candomblé as an African territory is one of the possibilities to understand gesture as a foundational form for the occurrence and configuration of religion and, consequently, as a revealer of cultural existence through the movements observed in the daily experiences of the terreiros (afro-brazilian places of worship). The research is approached in a multi-sited study, in which the anthropologist is also part of the presented study. Gesture is approached as an anthropological organization that guides the research. Gestures will be observed as sets of meanings and practices present in rituals, interpersonal dealings, dances, spaces, public celebrations, sacred places and positions, locating the practices grounded in Candomblé. With attention focused on gesture as the perception of visible and invisible aspects encompassed in ancestry, I propose to observe different dynamics within an African diaspora religion that is often refuted as a set of meanings to be considered as episteme. According to Achille Mbembe in his reflections on necropolitics, death is not only the literal sense of ending life but also the impossibility of existing as a living being. The ethnographic fieldwork will seek to collect data and parameters in a study conducted in the metropolitan region of São Paulo, which will be used to answer the following questions: How do gestures organize the body in Candomblé? What are the fundamental structures for such organization to occur? How does the mobility of the terreiro generate languages through gestures? The study of African-derived cultures and religions and the inherent complexities of this subject are of great importance to anthropology since they encourage the ethnographer to expand their understanding to avoid reducing the experiences and collected data to simplistic writing. Surveys regarding the gestuality of Candomblé practitioners in the context of organizing the religion will guide the research work and its anthropological contributionsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Vagner Goncalves daAnastácio, Luiz Fernando da Silva2023-12-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-21062024-161747/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-06-26T20:50:02Zoai:teses.usp.br:tde-21062024-161747Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-06-26T20:50:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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