Ventura e Desventura no Rio Ribeira de Iguape

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paes, Gabriela Segarra Martins
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-13052014-112252/
Resumo: Esta pesquisa aborda a importância das águas do Rio Ribeira de Iguape para a história do Vale do Ribeira. As águas desse rio foram exploradas desde o início da colonização. No século XVI, partiam expedições em busca de metais preciosos na sua foz. Nos dois séculos seguintes, as águas do Rio Ribeira continuaram a ser exploradas e metais preciosos foram descobertos no Alto e no Médio Vale, onde foram estabelecidos arraiais mineradores. No final do século XVIII, a mineração entrou em decadência, e o arroz passou a ser cultivado em escala comercial. A lavoura acompanhava o leito do Rio Ribeira e dos seus afluentes, já que águas do rio garantiam a fertilidade dos solos, energia para mover engenhos d\'água e local de atraque para as canoas. Entre os séculos XVII e XIX, muitos africanos aportaram na região para o trabalho nas minas e nas lavouras. Africanos e europeus inscreveram, nas águas do Rio Ribeira, seus mitos e crenças, dentre os quais destacaremos os negros d\'água. Também, nas mesmas águas, foi lavada a Imagem do Senhor Bom Jesus de Iguape, o santo mais festejado do Vale do Ribeira. O Rio Ribeira também era utilizado em ritos de adivinhação e cura. Neste trabalho, os mitos e as crenças foram analisados dentro da perspectiva atlântica, ou seja, entendendo as formações culturais criadas em solo americano como elaboradas a partir do encontro de povos diversos, postos em contato sob o escravismo e possuidores de diferentes visões de mundo. Abordamos a evangelização ocorrida na África Central e no Vale do Ribeira e destacamos que, nos dois lados do Atlântico, o catolicismo foi reinterpretado segundo crenças locais. Analisamos a presença das crenças africanas no Vale do Ribeira, especialmente o culto aos mortos e os ritos de adivinhação e cura.
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