Mercados Minas: africanos ocidentais na Praça do Mercado do Rio de Janeiro (1830-1890)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farias, Juliana Barreto
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-22102012-113439/
Resumo: Nesta tese, procuro compreender a dinâmica e a inserção dos africanos ocidentais, conhecidos como pretos (ou negros) minas, no mercado de trabalho urbano do Rio de Janeiro. Para tal, a Praça do Mercado, também conhecida como Mercado da Candelária, constitui-se em locus privilegiado de análise. Situado à beira da Baía da Guanabara desde a década de 1830 (e ali permanecendo até 1908), esse grande centro de abastecimento de gêneros de primeira necessidade reunia trabalhadores de diversas procedências, incluindo muitos escravos e libertos da Costa da Mina. Fosse nas quitandas a seu redor ou nas bancas de aves, verduras, legumes, cereais ou peixes de seu interior, a pesquisa mostra que, por lá, eles permaneceram longos períodos. Em meio a muitos comerciantes portugueses e brasileiros, os minas formavam um grupo longevo e coeso. E, ao deixaram seus lugares, por falecimento ou desistência dos negócios, eram logo substituídos por parceiros e cônjuges da mesma procedência. Partindo de um conjunto amplo de fontes (que inclui a documentação municipal sobre o mercado, registros de alforria e casamento, inventários, testamentos e ainda processos de divórcio), mostro como os laços de nação, pacientemente atados no Rio de Janeiro, foram essenciais para alimentar tal dinâmica. Nesse sentido, examino como o parentesco étnico, constituído deste lado do Atlântico, foi fundamental para o desenvolvimento das atividades e a organização dos minas, tanto no Mercado da Candelária, quanto em outros mercados (especialmente o da liberdade e o matrimonial), e ainda nos espaços de moradia e devoção ocupados por eles.
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