Arquitetura da rede fibrovascular nodal do colmo do milho (Zea mays L.)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medina Pitalua, Juan Lorenzo
Data de Publicação: 1986
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-20220207-213302/
Resumo: O presente trabalho foi realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz' - USP, em 1984/85, com o seguinte objetivo: estudar a arquitetura do sistema fibrovascular na região nodal do colmo do milho, e seu relacionamento com as raízes adventícias, a gema, e com a bainha da folha, utilizando o método microbiocelulolítico. A arquitetura fibrovascular da região nodal do colmo do milho foi parcialmente estudada por EVANS, 1928; SHARMAN, 1942a, b; KUMAZAWA, 1940b, 1942, 1946, 1958a. No entanto, uma interpretação correta não foi alcançada por eles. Para identificar a região nodal e assim poder fazer uma completa descrição, foi feita a microbiocelulolisação dos parênquimas nodais, cultivando, sobre meios toletes de 60 dias de idade, e de 1-1,5 cm de diâmetro, que continham a região nodal e parte dos internódios inferior e superior, microorganismos celulolíticos, obtidos mediante a suspensão de materiais de milho apodrecidos naturalmente no campo, e da suspensão de restos de materiais celulolisados de cana-de-açúcar (Saccharum spp.), provenientes das pesquisas de AREVALO, 1983, 1984. Após a aplicação da suspensão de microorganismos, os meios toletes foram tratados com solução Hoagland completa (5 ml x caixa), e adicionado uréia nos tratamentos respectivos. A celulólise ocorreu em ambiente úmido e temperatura média de 25°C. Após 60 dias toda a rede fibrovascular se encontrava individualizada, podendo ser lavada com água, colorida, fotografada e desenhada com câmara clara, em microscópio estereoscópio, e microtomizada para exames de estruturas anatômicas. Depois de 60 dias da inoculação do material, puderam se obter materiais completamente celulolisados em todos os tratamentos. Na região nodal, foram identificados os sistemas periférico e central, de feixes axótropos, e o plexo nodal, de feixes plagiótropos. O sistema periférico, de cordões fibrovasculares plurifasciculados, cimentados pelas suas bainhas de esclerênquima e pelo seu parênquima esclerenquimatoso, é conectado com a bainha foliar, a gema, as raízes adventícias e os feixes do sistema central, através dos traços foliares periféricos, traços gemares periféricos (do sistema periférico e central da gema), traços radiculares (dos grandes vasos pontuados da raiz), e pelas ramificações plagiótropas que integram parte do plexo nodal. O sistema periférico caracteriza-se, externamente, de baixo para cima, pela presença de quatro zonas bem definidas: a) zona dos traços foliares; b) zona lisa; c) zona dos primórdios radiculares; d) zona do meristema intercalar. O sistema central constitui-se de feixes isolados, que se ramificam ao entrarem no nó, conectando-se entre si e com feixes do sistema periférico e com o plexo nodal. Estes feixes apresentam uma variação muito grande em direção e forma, corno são os casos: dos feixes tipo escada; dos feixes do sistema central que passam para o sistema periférico; dos feixes periféricos que passam para o sistema central; dos feixes que formam alças; dos que se bifurcam e dos que se fundem. O plexo nodal é a trama de feixes plagiótropos, que são ramificações dos feixes axótropos dos dois sistemas, incluindo: conexões entre feixes do mesmo sistema e entre os dois sistemas; traços foliares centrais; traços gemares centrais e conexões com os feixes plagiótropos do sistema periférico que abastecem os primórdios radiculares. Os dois sistemas axótropos estão intimamente relacionados, pelas conexões estabelecidas pelas suas ramificações e pela passagem de feixes axótropos de um para outro sistema. Este trabalho abrange os aspectos arquiteturais dos elementos e sistemas fibrovasculares da região nodal do milho. Os aspectos ontogênicos de tais organizações, constituem um excelente campo de investigação científica, para os especialistas em anatomia vegetal.
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spelling Arquitetura da rede fibrovascular nodal do colmo do milho (Zea mays L.)Architecture of the nodal fibrovascular network of the maize (Zea mays L.) culmANATOMIA VEGETALCOLMOSMILHOO presente trabalho foi realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz' - USP, em 1984/85, com o seguinte objetivo: estudar a arquitetura do sistema fibrovascular na região nodal do colmo do milho, e seu relacionamento com as raízes adventícias, a gema, e com a bainha da folha, utilizando o método microbiocelulolítico. A arquitetura fibrovascular da região nodal do colmo do milho foi parcialmente estudada por EVANS, 1928; SHARMAN, 1942a, b; KUMAZAWA, 1940b, 1942, 1946, 1958a. No entanto, uma interpretação correta não foi alcançada por eles. Para identificar a região nodal e assim poder fazer uma completa descrição, foi feita a microbiocelulolisação dos parênquimas nodais, cultivando, sobre meios toletes de 60 dias de idade, e de 1-1,5 cm de diâmetro, que continham a região nodal e parte dos internódios inferior e superior, microorganismos celulolíticos, obtidos mediante a suspensão de materiais de milho apodrecidos naturalmente no campo, e da suspensão de restos de materiais celulolisados de cana-de-açúcar (Saccharum spp.), provenientes das pesquisas de AREVALO, 1983, 1984. Após a aplicação da suspensão de microorganismos, os meios toletes foram tratados com solução Hoagland completa (5 ml x caixa), e adicionado uréia nos tratamentos respectivos. A celulólise ocorreu em ambiente úmido e temperatura média de 25°C. Após 60 dias toda a rede fibrovascular se encontrava individualizada, podendo ser lavada com água, colorida, fotografada e desenhada com câmara clara, em microscópio estereoscópio, e microtomizada para exames de estruturas anatômicas. Depois de 60 dias da inoculação do material, puderam se obter materiais completamente celulolisados em todos os tratamentos. Na região nodal, foram identificados os sistemas periférico e central, de feixes axótropos, e o plexo nodal, de feixes plagiótropos. O sistema periférico, de cordões fibrovasculares plurifasciculados, cimentados pelas suas bainhas de esclerênquima e pelo seu parênquima esclerenquimatoso, é conectado com a bainha foliar, a gema, as raízes adventícias e os feixes do sistema central, através dos traços foliares periféricos, traços gemares periféricos (do sistema periférico e central da gema), traços radiculares (dos grandes vasos pontuados da raiz), e pelas ramificações plagiótropas que integram parte do plexo nodal. O sistema periférico caracteriza-se, externamente, de baixo para cima, pela presença de quatro zonas bem definidas: a) zona dos traços foliares; b) zona lisa; c) zona dos primórdios radiculares; d) zona do meristema intercalar. O sistema central constitui-se de feixes isolados, que se ramificam ao entrarem no nó, conectando-se entre si e com feixes do sistema periférico e com o plexo nodal. Estes feixes apresentam uma variação muito grande em direção e forma, corno são os casos: dos feixes tipo escada; dos feixes do sistema central que passam para o sistema periférico; dos feixes periféricos que passam para o sistema central; dos feixes que formam alças; dos que se bifurcam e dos que se fundem. O plexo nodal é a trama de feixes plagiótropos, que são ramificações dos feixes axótropos dos dois sistemas, incluindo: conexões entre feixes do mesmo sistema e entre os dois sistemas; traços foliares centrais; traços gemares centrais e conexões com os feixes plagiótropos do sistema periférico que abastecem os primórdios radiculares. Os dois sistemas axótropos estão intimamente relacionados, pelas conexões estabelecidas pelas suas ramificações e pela passagem de feixes axótropos de um para outro sistema. Este trabalho abrange os aspectos arquiteturais dos elementos e sistemas fibrovasculares da região nodal do milho. Os aspectos ontogênicos de tais organizações, constituem um excelente campo de investigação científica, para os especialistas em anatomia vegetal.This research was carried out in the Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz, University of São Paulo, Brazil, during the period of 1984/85, with the following objective: to elucidate the architecture of the nodal fibrovascular network of the maize culm, and its relationship with the adventitious roots, the bud, and with the leaf sheath, using the biologic-cellulolising method. The architecture of the nodal fibrovascular region of the maize culm was partially studied by EVANS, 1928; SHARMAN, 1942a, b; KUMAZAWA, 1940b, 1942, 1946, 1958a. But, no correct interpretation was given by them to their findings. For making a correct identification of the nodal region and describing it, a microbiocellulolisation of the nodal parenchyma was done by cultivating biocellulolitic microorganisms on 60-days-old culm pieces, cut longitudinally each one into two halves, with 1 to 1,5 cm diameter, having the nodal portion and the lower and upper half internodes. Celluloliser microorganisms were obtained from suspensions of corn materials naturally decomposed in field, and residues of cellulolised materials from the sugarcane used by AREVALO for his works of 1983-1984. After the application of the suspensions of the microorganisms, the nodal portions were overflooded with Hoagland nutrient solution (5 ml/box), and added granular urea to the respectives treatments. Cellulolisation occurred in moistured environment. After 60 days, all the fibrovascular network was individualized, beeing then washed up with tap water, colored, photographed, and drawed with camera lucida and examined under a stereoscopic microscope. Occasionally, microtomic seccions were made for studies of anatomic struture. Sixty days after the innoculation, all treated materials were completely cellulolised. In the nodal region, were identified two axotropic fibrovascular systems - the peripheral system and the central system - and one plagiotropic system - the nodal plexus. The peripheral system, made of plurifasciculated fibrovascular strands fused by their esclerenchyma sheaths and by the esclerenchymatic parenchyma, is connected with the leaf sheath, the lateral bud, the adventitious roots and with the central vascular system, through the foliar peripheral traces, gemmar peripheral traces (from the peripheral and central gemmar fibrovascular system), radical traces (of the great pitted vessels of the root), and by the plagiotropic branching of the bundles which form a part of the nodal plexus. The peripheral system is characterized, in external view from botton up, by the presence of four defined regions: a) foliar traces; b) smooth region; c) root primordia region; and d) region of the intercalary meristema. The central system is made of isolated axotropic bundles, which ramify when entering the node, and connect themselves, and with peripheral bundles and with the ones of the nodal plexus. The bundles of this fibrovascular system show a number of variations in shape and direction as, for instance, the stair bundles, the bundles which pass from one system to the other, and vice-versa, the ones which form loops, the bifurcated bundles, and so on. The nodal plexus is a network formed by plagiotropic bundles, which are branches of axotropic bundles from the two systems, including connections between bundles from the same system, and between the two axotropic systems; central foliar traces; central gemmar traces; and connections with the plagiotropic bundles of the peripheral system which provide the root primordia. The two axotropic systems have an intimate relationship through the connections established by their branching and by the pass over of axotropic bundles from one to the other system. This research includes studies of the architectural aspects of the bundles and of the fibrovascular systems of the nodal region of the corn. The ontogenic aspects of such organization constitutes an excellent field of scientific investigations for specialists in plant anatomy.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCamargo, Paulo Nogueira deMedina Pitalua, Juan Lorenzo1986-05-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-20220207-213302/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-02-08T19:54:48Zoai:teses.usp.br:tde-20220207-213302Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-02-08T19:54:48Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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