Consumo de frutas e hortaliças e funcionamento cognitivo em idosos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-22092010-124246/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Os processos oxidativos têm sido implicados no envelhecimento cerebral. O consumo de frutas e hortaliças, fontes de vitaminas antioxidantes, poderia estar relacionado à melhores performances em testes cognitivos e à prevenção do comprometimento cognitivo em idosos. OBJETIVO: Investigar as possíveis associações entre o consumo de frutas e hortaliças, e de vitaminas antioxidantes provenientes destes alimentos, e o funcionamento cognitivo de idosos de baixa renda do município de São Paulo. MÉTODOS: O presente estudo é parte da coorte prospectiva de base populacional São Paulo Ageing & Health Study (SPAH), com idosos com 65 anos ou mais, residentes de áreas pobres do Distrito do Butantã, zona oeste do município de São Paulo. Após identificação, foram conduzidas entrevistas nos domicílios dos participantes, seguindo um protocolo padronizado. O funcionamento cognitivo foi avaliado pelo Community Screening Instrument for Dementia (CSI-D) e o comprometimento cognitivo foi definido como escores cognitivos 1,5 desvios-padrão da média. O consumo de frutas e hortaliças foi estimado pela aplicação das respectivas seções de um Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) desenvolvido para população da Região Metropolitana de São Paulo, a partir do qual também foram obtidas as ingestões individuais de carotenóides (alfa e beta-caroteno, licopeno, beta-criptoxantina, luteína/zeaxantina) e vitamina C. Avaliamos as associações entre o consumo de frutas e hortaliças e o funcionamento ou comprometimento cognitivo (sim/não) por modelos de regressão linear múltipla e regressão logística multivariada, respectivamente, em dois momentos diferentes no tempo: na inclusão da coorte (2003-2005) e no seguimento, 2 anos depois (2005-2007). RESULTADOS: Na análise transversal (n=1849), realizada na inclusão do SPAH, o consumo elevado de frutas e hortaliças combinadas (508g/dia) representou um aumento médio de 0,87 pontos (I95%C 0,43- 1,32) no escore de funcionamento cognitivo dos idosos, após o ajuste por potenciais variáveis de confusão. O consumo diário de beta-caroteno dos participantes do maior quartil de consumo (3,2mg/dia) resultou num aumento médio de 1 ponto no escore cognitivo. Idosos que atingiram as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a ingestão diária adequada de frutas e hortaliças combinadas (400g/dia) tiveram um risco 42% menor de apresentar declínio cognitivo. Nas análises de seguimento (n=1428; 17,8% de perdas), consideramos como exposição principal a média do consumo de frutas e hortaliças entre as duas aplicações do QFA e os desfechos foram o escore de funcionamento cognitivo ou o comprometimento cognitivo (sim/não), após 24 meses. As associações que encontramos mantiveram a mesma direção daquelas que observamos nas análises da inclusão, porém, esta tendência não foi significativa. CONCLUSÃO: Embora apenas 19,8% dos participantes tenham atingido as recomendações atuais da OMS para ingestão diária de frutas e hortaliças, nossos resultados apontaram na direção do papel protetor do consumo adequado destes alimentos, e de beta-caroteno, na preservação do funcionamento cognitivo de idosos. Políticas públicas de incentivo ao consumo de frutas e hortaliças no Brasil, com foco em idosos de baixa renda e escolaridade, devem ser instituídas, visando a preservação do funcionamento cognitivo nesta população. |
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Consumo de frutas e hortaliças e funcionamento cognitivo em idososFruits and vegetables intake and cognitive function in the elderlyAgedAntioxidantesAntioxidantsCogniçãoCognitionConsumo de alimentosEstudos longitudinaisFood consumptionFruitsFrutasGreensHortaliçasIdosoLongitudinal studiesINTRODUÇÃO: Os processos oxidativos têm sido implicados no envelhecimento cerebral. O consumo de frutas e hortaliças, fontes de vitaminas antioxidantes, poderia estar relacionado à melhores performances em testes cognitivos e à prevenção do comprometimento cognitivo em idosos. OBJETIVO: Investigar as possíveis associações entre o consumo de frutas e hortaliças, e de vitaminas antioxidantes provenientes destes alimentos, e o funcionamento cognitivo de idosos de baixa renda do município de São Paulo. MÉTODOS: O presente estudo é parte da coorte prospectiva de base populacional São Paulo Ageing & Health Study (SPAH), com idosos com 65 anos ou mais, residentes de áreas pobres do Distrito do Butantã, zona oeste do município de São Paulo. Após identificação, foram conduzidas entrevistas nos domicílios dos participantes, seguindo um protocolo padronizado. O funcionamento cognitivo foi avaliado pelo Community Screening Instrument for Dementia (CSI-D) e o comprometimento cognitivo foi definido como escores cognitivos 1,5 desvios-padrão da média. O consumo de frutas e hortaliças foi estimado pela aplicação das respectivas seções de um Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) desenvolvido para população da Região Metropolitana de São Paulo, a partir do qual também foram obtidas as ingestões individuais de carotenóides (alfa e beta-caroteno, licopeno, beta-criptoxantina, luteína/zeaxantina) e vitamina C. Avaliamos as associações entre o consumo de frutas e hortaliças e o funcionamento ou comprometimento cognitivo (sim/não) por modelos de regressão linear múltipla e regressão logística multivariada, respectivamente, em dois momentos diferentes no tempo: na inclusão da coorte (2003-2005) e no seguimento, 2 anos depois (2005-2007). RESULTADOS: Na análise transversal (n=1849), realizada na inclusão do SPAH, o consumo elevado de frutas e hortaliças combinadas (508g/dia) representou um aumento médio de 0,87 pontos (I95%C 0,43- 1,32) no escore de funcionamento cognitivo dos idosos, após o ajuste por potenciais variáveis de confusão. O consumo diário de beta-caroteno dos participantes do maior quartil de consumo (3,2mg/dia) resultou num aumento médio de 1 ponto no escore cognitivo. Idosos que atingiram as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a ingestão diária adequada de frutas e hortaliças combinadas (400g/dia) tiveram um risco 42% menor de apresentar declínio cognitivo. Nas análises de seguimento (n=1428; 17,8% de perdas), consideramos como exposição principal a média do consumo de frutas e hortaliças entre as duas aplicações do QFA e os desfechos foram o escore de funcionamento cognitivo ou o comprometimento cognitivo (sim/não), após 24 meses. As associações que encontramos mantiveram a mesma direção daquelas que observamos nas análises da inclusão, porém, esta tendência não foi significativa. CONCLUSÃO: Embora apenas 19,8% dos participantes tenham atingido as recomendações atuais da OMS para ingestão diária de frutas e hortaliças, nossos resultados apontaram na direção do papel protetor do consumo adequado destes alimentos, e de beta-caroteno, na preservação do funcionamento cognitivo de idosos. Políticas públicas de incentivo ao consumo de frutas e hortaliças no Brasil, com foco em idosos de baixa renda e escolaridade, devem ser instituídas, visando a preservação do funcionamento cognitivo nesta população.BACKGROUND: Oxidative processes have been implicated in brain ageing. The intake of fruits and vegetables, sources of antioxidants vitamins, could be related to better performances in cognitive tests and to the prevention of cognitive impairment in elders. OBJECTIVE: To investigate the possible associations between fruits and vegetables intake, and antioxidants provided by these foods, and cognitive function in low income elderly of the city of São Paulo. METHODS: The present study is part of the population-based prospective cohort São Paulo Health & Angeing Study (SPAH), with elders of 65 years-old or more, residents of poor areas of the Butantã district, in the western side of São Paulo. After identification, interviews were conducted in the participants homes, following a standardized protocol. The cognitive function was assessed by the Comunnity Screening Instrument for Dementia (CSI-D) and cognitive impairment was defined as escores 1.5 standarddeviations of the mean. The fruits and vegetables intake was estimated by the administration of the respective sections of a Food Frequency Questionnaire (FFQ), developed to the Metropolitan Region of São Paulo population, from wich it was also obtained the individual intake of carotenoids (alfa and beta-carotene, lycopene, beta-criptoxantin, lutein/zeaxantin) and vitamin C. The associations between the fruits and vegetables intake, and antioxidant intake, and the congitive function or impairment (yes/no) were investigated using multiple linear regression and logistic regression, respectivelly, in two different moments in time: in the cohort baseline (2003- 2005) and in the follow-up, 2 year later (2005-2007). RESULTS: In the crosssectional analysis (n=1849), carried out in baseline of SPAH, the combined high intake of fruits and vegetables (508g/day) represented an average increase of 0.87 points (CI95% 0.43-1.32) in the score of cognitive function of the elderly, after adjustment for potential confounder. The daily intake of beta-carotene of the participants of the highest quartile of consumption (3.2mg/day) resulted in an average increase of 1 point in the cognitive score. The elders that accomplished the World Health Organization (WHO) recommendations for the adequate daily intake of fruits and vegetables (400g/dia) presented a risk 42% lower of cognitive impairment. In follow-up analysis (n=1428; 17.8% of losses), we considered the mean intake of fruits and vegetables, and antioxidants, between the two administrations of the FFQ as the main expositions and the outcomes were the score of cognitive function and the cognitive impairment (yes/no), after 24 months. The associations that we found have maintained the same directions of those we have observed in the baseline analysis, but this tendency was not significant. CONCLUSIONS: Although only 19.8% of the participants have reached the current WHO recommendations for the daily intake of fruits and vegetable, our findings pointed in the direction of the protector role of the adequate consumption of these foods, and of beta-carotene, in the preservation of cognitive function in the elderly. Public policies to increase the intake of fruits and vegetables in Brasil, focusing at low income and low schooling elders, should be instituted for the cognitive impairment prevention in this population.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMenezes, Paulo RossiValero, Maria Asuncion PastorViebig, Renata Furlan2010-08-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-22092010-124246/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-07T16:07:02Zoai:teses.usp.br:tde-22092010-124246Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-07T16:07:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: Os processos oxidativos têm sido implicados no envelhecimento cerebral. O consumo de frutas e hortaliças, fontes de vitaminas antioxidantes, poderia estar relacionado à melhores performances em testes cognitivos e à prevenção do comprometimento cognitivo em idosos. OBJETIVO: Investigar as possíveis associações entre o consumo de frutas e hortaliças, e de vitaminas antioxidantes provenientes destes alimentos, e o funcionamento cognitivo de idosos de baixa renda do município de São Paulo. MÉTODOS: O presente estudo é parte da coorte prospectiva de base populacional São Paulo Ageing & Health Study (SPAH), com idosos com 65 anos ou mais, residentes de áreas pobres do Distrito do Butantã, zona oeste do município de São Paulo. Após identificação, foram conduzidas entrevistas nos domicílios dos participantes, seguindo um protocolo padronizado. O funcionamento cognitivo foi avaliado pelo Community Screening Instrument for Dementia (CSI-D) e o comprometimento cognitivo foi definido como escores cognitivos 1,5 desvios-padrão da média. O consumo de frutas e hortaliças foi estimado pela aplicação das respectivas seções de um Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) desenvolvido para população da Região Metropolitana de São Paulo, a partir do qual também foram obtidas as ingestões individuais de carotenóides (alfa e beta-caroteno, licopeno, beta-criptoxantina, luteína/zeaxantina) e vitamina C. Avaliamos as associações entre o consumo de frutas e hortaliças e o funcionamento ou comprometimento cognitivo (sim/não) por modelos de regressão linear múltipla e regressão logística multivariada, respectivamente, em dois momentos diferentes no tempo: na inclusão da coorte (2003-2005) e no seguimento, 2 anos depois (2005-2007). RESULTADOS: Na análise transversal (n=1849), realizada na inclusão do SPAH, o consumo elevado de frutas e hortaliças combinadas (508g/dia) representou um aumento médio de 0,87 pontos (I95%C 0,43- 1,32) no escore de funcionamento cognitivo dos idosos, após o ajuste por potenciais variáveis de confusão. O consumo diário de beta-caroteno dos participantes do maior quartil de consumo (3,2mg/dia) resultou num aumento médio de 1 ponto no escore cognitivo. Idosos que atingiram as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a ingestão diária adequada de frutas e hortaliças combinadas (400g/dia) tiveram um risco 42% menor de apresentar declínio cognitivo. Nas análises de seguimento (n=1428; 17,8% de perdas), consideramos como exposição principal a média do consumo de frutas e hortaliças entre as duas aplicações do QFA e os desfechos foram o escore de funcionamento cognitivo ou o comprometimento cognitivo (sim/não), após 24 meses. As associações que encontramos mantiveram a mesma direção daquelas que observamos nas análises da inclusão, porém, esta tendência não foi significativa. CONCLUSÃO: Embora apenas 19,8% dos participantes tenham atingido as recomendações atuais da OMS para ingestão diária de frutas e hortaliças, nossos resultados apontaram na direção do papel protetor do consumo adequado destes alimentos, e de beta-caroteno, na preservação do funcionamento cognitivo de idosos. Políticas públicas de incentivo ao consumo de frutas e hortaliças no Brasil, com foco em idosos de baixa renda e escolaridade, devem ser instituídas, visando a preservação do funcionamento cognitivo nesta população. |
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