Condições hídricas em sementes e mudas de jabuticabeira (Plinia sp.)

• Autor(a) principal: Radaelli, Juliana Cristina
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24786
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::AGRONOMIA; Sementes - Qualidade; Plantas - Relações hídricas; Jabuticabeira; Mudas - Qualidade; Semeadura; Seeds - Quality; Plant - Water relationships; Seedlings - Quality; Planting time; Fitotecnia

Este trabalho foi dividido em duas etapas, uma mais especificamente envolvendo o uso de sementes e a outra de mudas. Na primeira condição avaliou-se o comportamento germinativo das sementes de jabuticabeira submetidas ao hidrocondicionamento em distintos períodos de tempo, com influência da temperatura de armazenamento e do tamanho de semente. Na segunda observou-se o comportamento de mudas submetidas ao estresse hídrico por meio de diferentes porcentagens de água no substrato, bem como, em condição de inundação de mudas em lâminas de água de cinco centímetros e altura do caule. Foram realizados três experimentos com sementes de jabuticabeira (Plinia sp.) extraídas de frutos maduros, coletados de única planta da referida instituição. Estas sementes passaram por hidrocondicionamento durante 0, 120, 240 e 360 horas em temperatura de 5 ºC e 25 ºC (ambiente), para o primeiro experimento. No segundo experimento, as sementes foram separadas em maiores que 8 mm e menores que 8 mm e hidrocondicionadas por períodos de 0, 24, 48, 96 e 120 horas. O terceiro experimento, constituiu de sementes a hidrocondicionamento por 24, 48, 72, 96, 120, 144, 168, 192, 216, 240, 264, 288, 312, 336, 360, 384, 408, 432, 456, 480 horas. Após cada período semeadas em caixa Gerbox® com tampa, sobre papel Germtest® umedecido, mantido em ambiente controlado de 25 ºC. Durante 30 dias após a semeadura dos três experimentos, avaliaram-se a germinação das sementes (%), o índice de velocidade de germinação (IVG) e o tempo médio de germinação (TMG). A segunda etapa os experimentos foram realizados na UNEPE – Unidade de Ensino e Pesquisa Viveiro de produção de mudas hortícolas e no Laboratório de Fisiologia Vegetal, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Dois Vizinhos – Paraná. Mudas de jabuticabeira de quatro e 18 meses foram avaliadas em relação a taxa de sobrevivência, número de folhas, altura da parte aérea, diâmetro do caule, e massa de matéria seca total (MST), clorofila total, rendimento quântico, teores de proteína, açúcar total e fenóis totais e prolina, nas capacidades de campo de 100, 80, 60, 40, 20 e 0% e capacidade de campo de 100, 75, 50, 25 e 0%, respectivamente. As mudas foram transplantadas em 900 gramas de substrato comercial alocado em garrafas de plásticos (PET®) transparentes com capacidade de dois litros, sem abertura no fundo para drenagem de água e fechados com papel alumínio para evitar a evaporação de água do substrato. No terceiro e quarto experimento, foram utilizadas mudas de jabuticabeira com idade de aproximadamente 24 meses e 18 meses, transplantadas em vasos plásticos com capacidade de 3 litros, contendo substrato preparado na proporção de 2:1:1 (v/v) de latossolo, areia e cama de aviário, respectivamente. Após o transplantio, as mudas foram submetidas a inundação por períodos de 0, 3, 5, 10 e 15 dias e de 0, 5, 10 e 15 dias, para o terceiro e quarto experimento. Parte das plantas passarão por apenas um ciclo de inundação e as demais quando passados 30 dias da sua retirada pelos mesmos períodos utilizados anteriormente. As variáveis avaliadas para o terceiro e quarto experimento foram taxa de sobrevivência, número de folhas, altura total da planta, diâmetro do caule, massa de matéria seca de raiz (MSR), massa de matéria seca da parte aérea (MSPA) e massa de matéria seca total (MST), índice de qualidade de Dickson, clorofila total, rendimento quântico, teores de proteína, açúcar total e fenóis totais e prolina. Sementes armazenadas em temperatura de 5 °C obtiveram resultados superiores para a porcentagem de germinação e o tempo médio de germinação quando comparadas a mantidas durante o hidrocondicionamento em temperatura de 25 °C. Quando utilizadas sementes maiores que 8 mm, verificou-se que as mesmas se mantem viáveis por mais tempo em relação as de menor tamanho. Sementes mantidas em hidrocondicionamento por até 456 horas mantiveram germinação acima de 73%. O uso do hidrocondicionamento em sementes de jabuticabeira auxilia no processo de manutenção da viabilidade. Mudas de jabuticabeira submetidas a diferentes porcentagens de água no substrato apresentaram taxa de sobrevivência menor quando comparadas a mudas submetidas a inundação. O crescimento das mudas de jabuticabeira não foi afetado pelos períodos de inundação adotados. O rendimento quântico ficou igual ou abaixo do limite considerado como de dano do fotossistema II, que é 0,80, demonstrando que nas condições em que as mudas foram avaliadas, as plantas não estavam com a produção máxima de fotossíntese. As variáveis bioquímicas, proteínas, açúcares totais, fenóis totais e prolina, não foram influenciadas pela porcentagem de água no substrato, bem como para mudas submetidas inundação com lâmina de água de cinco centímetros. Em mudas submetidas a períodos de inundação a altura do colo e com níveis de água no substrato de 0, 25, 50, 75 e 100%, houve alteração nos teores de prolina.