Criação de personagens como dispositivo de inclusão: cartografia de uma experiência em ciências no ensino fundamental

• Autor(a) principal: Martins, Márcio André Rodrigues
• Data de Publicação: 2022
• Outros Autores: Hartmann, Ângela Maria, de Lima, Jordana Lima de Moraes
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: eng
• Título da fonte: Actio (Curitiba)
• Texto Completo: https://periodicos.utfpr.edu.br/actio/article/view/15314
• topic: 7.08.00.00-6 Educação e 7.08.04.00-1 Ensino-Aprendizagem; Inclusive collective disposals; Invention of Worlds; Basic Education; Inclusive Education; Science Teaching; Agenciamentos coletivos inclusivos; Invenção de Mundos; Educação Básica; Educação Inclusiva; Ensino de Ciências

O desafio de um educador especial para acompanhar processos inclusivos de alunos com deficiência, em colaboração com o professor da sala de aula comum, coexiste com o desafio de experimentar agenciamentos coletivos em contextos de ensino e aprendizagem de Ciências. Diante desses desafios, este estudo busca responder ao questionamento de como um “personagem problematizador” pode operar como dispositivo de inclusão de alunos com deficiência intelectual e contribuir para integração de uma educadora especial nas atividades pedagógicas realizadas em uma turma de 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública. Ancorando-se na metodologia de Invenção de Mundos, o professor regente e a educadora especial construíram estratégias de agenciamento coletivo com os alunos e o personagem. Essa metodologia busca criar condições para aprendizagens orientadas por uma concepção ativa, criativa e problematizadora, com flexibilidade para articular ideias e sugestões trazidas pelos estudantes. O estudo adotou, metodologicamente, a cartografia das interações do personagem com a turma, especialmente, com três alunos diagnosticados com deficiência intelectual em uma narrativa construída coletivamente. Os resultados evidenciam que o trabalho colaborativo entre a educadora especial e o professor foi potencializado pelo desafio pedagógico de mobilizar o personagem e torná-lo problematizador. O “personagem problematizador” surge para os alunos, carregado de inspirações e ideias criativas, provocando o envolvimento e o interesse deles nas atividades pedagógicas. Durante os desafios interdisciplinares e problemas que desafiavam a pensar a Ciência na interface com a imaginação e a inventividade propostos nas atividades de Invenção de Mundos, percebeu-se que o sentimento de “não saber”, explicitados pelos alunos com deficiência intelectual, foi dando lugar ao (auto)reconhecimento da singular capacidade criativa e autoral. As interlocuções que os alunos estabeleceram com o carácter constituíram um plano comum de interações e cooperação com o professor e o educador especial, configurando uma disposição colectiva inclusiva.