Organização em ciclos escolares do ensino fundamental e progressão continuada na cidade de São Paulo / Organization in elementary school cycles and continued progression in the city of São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: de Jesus, Ronaldo Tiago Marques
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Sabia, Claudia Pereira de Pádua
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
DOI: 10.34117/bjdv8n4-149
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/46225
Resumo: A organização escolar em forma de ciclos tem sido registrada no Brasil desde o ano de 1920 com a Reforma Sampaio Dória no ensino paulista. E, o termo “promoção automática” foi empregado na década de 1950. Os Sistemas de ciclo e progressão continuada foram tentativas de diminuírem os altos índices de reprovação no sistema escolar. Em São Paulo, com a concepção de que a reprovação não traz benefícios para a aprendizagem humana, pensou-se na progressão continuada e nos ciclos escolares. Desta forma, o objetivo geral deste estudo foi identificar a forma de organização de ciclos e a progressão continuada no ensino fundamental na Rede de Ensino da cidade de São Paulo, suas possíveis vantagens e desvantagens. Verificou-se também se é possível estabelecer relações entre a forma de organização e as taxas de aprovação/reprovação e de evasão. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa, utilizando pesquisa bibliográfica, constantes em repositórios de periódicos nacionais - Scientific Electronic Library Online (Scielo) - e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD )  e a documental em legislações (Parecer, Portaria, etc) e no Plano Municipal de Educação de São Paulo. Como resultados do estudo, destacamos a descontinuidade do processo de adequação do currículo à nova organização em ciclos escolares, da formação permanente dos educadores e da democratização da gestão nos governos municipais posteriores a sua implantação, o que tais resultados ficaram comprometidos. Cabe destacar que as políticas posteriores além de não darem continuidade, implantaram políticas contrárias (Qualidade Total em Educação) e que inviabilizaram a organização em ciclos à progressão continuada (aumento do número de alunos por sala, não autorização de pedidos para o funcionamento das salas de apoio pedagógico (SAP), além da não-contratação de professores para ministrarem as aulas de recuperação paralela. Enfatizamos ainda que não houve a participação dos segmentos da escola para a discussão sobre a implantação desta política educativa e a interrupção da formação (continuada iniciada?) trouxe grande resistência por parte dos professores, agentes escolares, pais e alunos que não a compreendem. No sistema em ciclos e na progressão continuada, a avaliação deve ser repensada como instrumento guia para a progressão do aluno, indicando suas habilidades e conhecimentos, possibilitando enxergar suas possibilidades e potencialidades, respeitando as diferenças individuais dos alunos para que todos possam aprender.
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