Alfabetização: os livros didáticos têm promovido a alfabetização? / Literacy: have textbooks promoted literacy?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schwartz, Onaide
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Kodama, Katia M. R. de O.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/25202
Resumo: Esse trabalho é parte de uma pesquisa maior que, considerando o reiterado fracasso escolar brasileiro relativo à aprendizagem da leitura e da escrita, dispôs-se a analisar coletâneas de livros didáticos que vêm sendo distribuídos pelo MEC às redes públicas de ensino, a fim de verificar a natureza e eficiência das atividades que vêm sendo recomendadas. Objetivou-se descobrir se tais materiais apresentam metodologia definida, e, respeitando as definições de Magda Soares para alfabetização e letramento, as pesquisadoras analisaram, à luz da linguística e da psicolinguística, se as estratégias e/ou atividades presentes nos materiais selecionados promovem o desenvolvimento da alfabetização, do letramento ou da alfabetização e do letramento, que seria o desejável. O predomínio das atividades indicadas nos materiais evidencia isso. Assim, buscou-se identificar as atividades que predominam nas unidades analisadas, verificando se podem ser caracterizadas como de alfabetização ou de letramento. Paralelamente, à luz da teoria de aprendizagem Psicogênese da língua escrita, procurou-se levantar e classificar as atividades propostas como sendo para os níveis pré-silábico, silábico ou alfabético (MENDONÇA, 2015). Tal análise é essencial para se verificar a sua pertinência para crianças em processo inicial de alfabetização. A pesquisa analisou três coletâneas de diferentes editoras, indicadas para o 1º, 2º e 3º anos. Porém, aqui serão apresentados resultados da análise apenas do livro indicado para o 1º ano da Coletânea Novo bem–me-quer: letramento e alfabetização, Editora do Brasil. O estudo mostrou que, ao contrário do que se esperava para se promover um ensino de qualidade, o material propõe uma quantidade excessiva de atividades de letramento em prejuízo das de alfabetização. O que se propõe para que as crianças aprendam o alfabeto é insuficiente e em proporção ínfima se comparadas às outras atividades, inclusive as de produção de textos. Assim, conclui-se que, se os alfabetizadores não forem formados por cursos de qualidade, provavelmente não conseguirão sequer detectar as falhas dos materiais, e utilizarão as atividades ali propostas, ingenuamente, reproduzindo o fracasso, pois as estratégias de aprendizagem não possibilitam sequer a apropriação das letras do alfabeto, quanto mais da leitura, interpretação e produção textual.
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