Perfil epidemiológico da Hanseníase no Brasil entre 2017 e 2022
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/59638 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa e contagiosa causada pelo Mycobacterium Leprae, comum ainda nos dias atuais. A Organização Mundial de Saúde a classifica em formas paucibacilares e multibacilares, sendo a última a mais grave. A via de contaminação ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que a principal é a respiratória. O tratamento é realizado com antibióticos disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e deve ser iniciado precocemente, a fim de prevenir danos permanentes e minimizar a transmissão da doença. Embora seja eficaz na eliminação da bactéria e na prevenção da progressão da doença, o tratamento pode não reverter deformidades já existentes. O Brasil está entre os 22 países com as maiores taxas de incidência de hanseníase no mundo e ocupa o segundo lugar em relação à detecção de casos novos. Diante desse contexto, é imprescindível analisar e traçar o perfil epidemiológico da Hanseníase no Brasil, e, a partir disso, propor medidas públicas para a erradicação da doença. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo observacional e descritivo, cujo os dados foram coletados na base de dados Sistema de Informações de Agravos de Notificação, no período entre 2017 a 2022 RESULTADOS/DISCUSSÃO: O Brasil possui um índice crescente entre 2017 a 2019 de pessoas diagnosticadas com hanseníase , porém houve uma queda de 2020 a 2022 que pode estar relacionada a casos subdiagnosticados devido a pandemia do COVID-19 na qual a prioridade nos serviços de saúde estava relacionada à síndrome gripal. Ao comparar as regiões do país, nota-se que o Nordeste encontra-se com um maior número de casos diagnosticados, em segundo lugar encontra-se o Centro-oeste, em terceiro lugar o Norte, estes dados podem ser justificados de acordo com os parâmetros sociais e econômicos do país, tendo em vista que o aparecimento da hanseníase está relacionado a condições socioeconômicas mais precárias. Ao analisar de acordo com o sexo, notou-se que os indivíduos do sexo masculino representam a maioria dos casos, isso esta relacionado à menor adesão dessa parcela da população nas unidades de saúde. Ao analisado a frequência de casos de hanseníase com o nível de escolaridade, observou que 47% dessa população é composta por analfabetos e indivíduos com ensino médio incompleto, enquanto apenas 5% do público tem o ensino superior, mesmo que incompleto, assim , nota-se que essa patologia tem uma maior prevalência em níveis de escolaridade mais baixos. Também foi visto elevado número de casos de hanseníase de 2017 a 2022 em pacientes de 0 a 14 anos, este dado reflete como indicador da expansão e a gravidade da doença, assim infere-se que as políticas de controle e prevenção da doença não estão sendo efetivas. Nesse contexto, observa-se que o Brasil ainda é um país de grande foco de hanseníase, assim precisando de melhores políticas de intervenção desta patologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A hanseníase é uma doença negligenciada que afeta populações vulneráveis. Para combatê-la, é necessário que o governo aloque mais recursos financeiros e humanos, promova campanhas publicitárias, capacite profissionais de saúde e intensifique programas de saúde do homem. Com essas estratégias e o manejo adequado da doença, é possível erradicá-la no território nacional. |
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